Terra, céu, deuses e Deus
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
Há
muito tempo a humanidade habita a Terra. O homem é considerado um ser racional
e dotado de inteligência. Espalhado por todos os recantos do planeta, conta à
história que ele tornou-se civilizado, organizando-se em sociedade.
Tem
a Terra como sua, sente-se soberano em relação aos demais seres e acredita ter
o direito de aniquilar rios, mares, florestas e animais, entendendo,
equivocadamente, que tudo pode e nada lhe atingirá. Pobre homem! Das
profundezas dos oceanos quase nada sabe. Olhando para o céu, mistérios e o
infinito universo. É olhando para cima que o homem guarda em se seus medos,
pois pouco conhece sobre a imensidão do azul firmamento. É também do céu que
vem sua esperança e
sua fé. Em alguns momentos o céu mostra-se azul, em outros,
escuro diante das nuvens densas ou mesmo por causa da noite, ante a ausência do
sol. O céu fascina diante do seu tom enigmático.
Sob o comando de alguns homens, que se sentem
deuses, o destino da humanidade caminha para um futuro de incógnitas.
Inteligência o ser humano possui, contudo, carrega em seu íntimo a vaidade, o
orgulho, a inveja e às vezes a tirania. E tudo isso, infelizmente, termina por
se sobrepor em relação a inteligência. É nesses meandros que muitas vezes o
homem que da terra tira seu sustento, que nela pisa, caminha, constrói e também
destrói, termina por achar que é “deus”. E quando isso acontece, a sociedade
fica a um passo do abismo. Quem dirige, quem comanda tem que ter equilíbrio,
carregar consigo a sábia humildade e ser voltado para os ensinamentos do Grande
Arquiteto do Universo.
Não é a toa que há um dito popular que diz:
Se você quer conhecer uma pessoa, lhe entregue o poder. Realmente, a cadeira do
poder não é para todos. Aliás, quase todos quando sentam nela, aí sim, mostram
a verdadeira face. Aqui poderíamos citar inúmeros casos, mas se você olhar ao
seu redor, logo encontrará alguém que era simples, cordial, gentil, com pele de
amigo, mas ao assumir um cargo qualquer, passou imediatamente a agir com
prepotência, ostentação, frivolidade, soberbia, imodéstia e deselegância, como
se fosse o dono do mundo. Espere aí! Deus não é assim, pelo contrário, há tempo
que nos ensina sobre a prática da bondade, da solidariedade, do perdão e do
amor. Na verdade quem assim se conduz é um ignóbil passageiro desse mundo
terra.
A vida é rápida. Todos têm suas dificuldades,
porém, uns sabem vivenciá-las e transpô-las fazendo uso das regras divinas,
outros, inversamente, buscam a facilidade malévola do equívoco.
Terra e céu. Homens “deuses”, contudo, Deus
só existe um. Que Ele tenha compaixão de nós, que na sua misericórdia perdoe a
insanidade do homem e permita um futuro de amor e paz!
*Escritor e Juiz de
Direito da 5ª Vara Cível em João Pessoa PB.
onaldoqueiroga@oi.com.br
Terra, céu, deuses e Deus
Reviewed by Clemildo Brunet
on
2/27/2015 03:38:00 PM
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