A história exigindo atitude
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
Passado o
impacto das manifestações do último final de semana, com apoio restringente
(13), de movimentos sociais, de pouquidade, declaradamente de apoio ao
legislativo, apaniguados e carbonário desse; e da população claramente
exasperada (15), mavórcio com o irremissível comportamento dos dirigentes de
facúndia oratória, mas, equipolente a umbrátil estabanado e de inapetência
crônica; o executivo vem a público com lampejos de atitudes, movido apenas pelo
desespero ao ver o tamanho do problema acumulado no decorrer do malfadado
primeiro mandato da presidente Dilma, tentando mover as consequências da
inabilidade ao se apresentar na campanha para o segundo mandato como a
defensora dos pobres e oprimidos, com a promessa de manutenção dos ganhos
sociais, dos últimos governos; inicia o seu segundo governo, construindo
catacumbas aos seus projetos mirabolantes, invencionices do marketing político
e
apenas de efeito eleitoreiro, prática recorrente durante sua primeira gestão.
O
grito do povo às ruas é de desespero, dor, sofrimento, angústia e abandono por
quem devia cuidar do seu dia a dia, situação conflitante levando-se em
consideração o discurso longo e mentiroso, portanto, golpista, da então
candidata pelo partido governista, no último pleito. A caterva situacionista
ficou perplexa ao ver que a multidão que tomou as ruas, dia 15 último, não era
composta apenas de eleitores que votaram na oposição, havia, sim, uma massa
impaciente com o acumpliciamento das autoridades farisaicas, indiferentes aos
acontecimentos gerados a partir de ações inescrupulosas de elementos ligados a
administração pública, pior, o próprio governo, investido das suas competências,
aplica um tarifaço, de forma absolutamente descomunal, para atender as necessidades
de caixa das empresas usadas para conter a inflação no período anterior às
eleições passadas. Petrobras e Eletrobrás, ambas, com sérios problemas
conjunturais, de tanto usarem suas condições de líderes, em seus setores,
ficaram axonomorfos,
acarretadas pelo próprio governo, axioma escondido por aqueles que deviam usar
a transparência absoluta em suas ações.
Tentando
represar a ira das ruas e suas sequelas, inimagináveis, o Governo Federal lança
mão de projetos e decretos já em tramitação no Congresso Nacional, e apresenta
a sociedade como se fora decisões tomadas para atender os anseios populares,
talvez considerando a máxima populista que toda unanimidade é burra,
principalmente vinda das classes sem privilégios da administração pública. Ledo
engano, o povo na sua sabedoria não se engana, principalmente quando se sente
traído, como ocorre no momento atual. Não adianta tentar remediar com
paliativos inconsistentes, há a necessidade de atitudes mais profundas e de
efeitos duradouros. A situação exige mais responsabilidade para com o erário
público, com cortes profundos nas despesas administrativas, sacrificando
aliados, com cortes de cargos de confiança. Talvez, se o governo assim agisse,
chegando a cortar 50% dos ministérios, e o mesmo índice dos cargos de
confiança, criados para atender demanda de cargos, exigência do
presidencialismo compartilhado, certamente, o Brasil não sentiria falta desses,
há uma verdadeira sobreposição de cargos, sem operacionalidade e necessidade
alguma.
A
relação conflituosa entre o Executivo Federal e o Congresso Nacional, chega ao
linear do absurdo, quando o Ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), aponta o
dedo em riste ao presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB) e reconhece
nele 1 (hum) dos 400 (quatrocentos) achacadores da Câmara, elevando a
temperatura no âmbito político e a presidente da República, sem outra
alternativa, aceita pedido de demissão, do ministro, em caráter irrevogável.
Dessa forma a situação se acomoda, mas não se restabelece a unidade entre os
poderes.
Espera-se
que o governa toma uma atitude Republicana e faça urgentemente uma reforma
política, tão necessária ao nosso país, da forma que ai está não há governança
estável com tantos conflitos, regionais e nacionais. Essa reforma passa
necessariamente por um novo pacto federativo, antes que a federação se
fragmente, por culpa e risco do governo central. Os municípios e Estados passam
por uma situação calamitosa, o governo central lhe impôs pesada carga de
responsabilidade, tanto na educação como na saúde, sem, entretanto, repassar
valores que fizessem frente aos novos custos repassados.
Para
que haja um razoável equilíbrio de forças, há a necessidade que o bolo
orçamentário seja dividido por três, e os compromissos também na mesma proporção,
dessa forma, o poder central teria que se desvincular de uma série de
responsabilidades e repassá-los as bases, municípios e Estados, assim,
equanimemente, o Brasil terá condições de sobreviver às intempéries das
picuinhas regionais, e mantermos a unidade federativa. Isso é um fato.
*Escritor e Poeta
dantasgenival@hotmail.com
A história exigindo atitude
Reviewed by Clemildo Brunet
on
3/20/2015 09:03:00 AM
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