Crimes de lesa-pátria estão em curso no país

João Costa

Por João Costa*

Para sua consideração – Eis que o ministro Joaquim Levy, àquele que manda de fato no governo Dilma, nunca escondeu que deve mais obediência ao Consenso de Washington – do qual foi seguidor – do que ao país. Não precisa ser economista para saber que ela, a tal, economia, não comporta exageros. Daí o fracasso da URSS, e de países neoliberais radicais e sem capital. À pretexto do ajuste fiscal que deveria ser uma medida temporária, mas se anuncia como duradoura e,

talvez, eterna; os cortes no Orçamento já atingiram a área de Defesa –um crime de lesa-pátria diante da geopolítica em curso.

Leio estarrecedora carta-aberta do site Defesanet ao senhor ministro. Na carta enumera a retenção de verbas para projetos urgentes de Defesa que, com ou sem crise, não podem ser negligenciados.  Diz a Carta:

“Semana que passou ocorreram grandes comemorações na sede da Lockheed Martin, empresa que produz as aeronaves de transporte  Hercules C130. Viram, o seu futuro competidor próximo de jogar a toalha no ringue, antes mesmo de começar o primeiro assalto”. Isto é: deixou a Embraer a ver Aviões do Forró. O calote na empresa chega a 500 milhões, o projeto do avião de transporte de tropas e cargas está indo pro Brejo. “São mais de 1.000 engenheiros e dez mil técnicos envolvidos no projeto KC-390”, o gigante que não chegará às mãos da FAB não tão cedo.

A empresa Helibras também não suportou o corte de verbas em curso, e tanto o Exército como Marinha e Aeronáutica, vão ficar sem receber novos helicópteros, processo que começou no governo Lula. E mais grave. O governo está atrasado no repasse de 2 bilhões para a construção do submarino nuclear, empurrando sua entrega só Netuno sabe quando. Talvez quando a Quinta Frota e a OTAN fundearem seus vasos de guerra ao longo da costa brasileira.

É bom sempre lembrar que os Estados Unidos nem a OTAN reconhecem o mar de 200 milhas, onde está o pré-sal do país. Inocentes úteis, quinta colunas de todos os matizes, fazem coro: o Brasil é uma nação pacífica, não precisa de armas.  Cheguei a ler, durante o governo de lesa-pátria de Fernando Henrique, artigos na Veja que defendia a extinção das Forças Armadas, pelo simples fato de sermos aliados dos Estados Unidos e que este país viria em nosso  socorro em caso de confronto. Seríamos assim, uma Costa Rica. E o pior é que brasileiros com poder de influência, pensam assim.

Muita gente embarcou nessa furada, a ponto do total abandono do projeto da Bomba A. Avançamos apenas do enriquecimento de urânio, mérito exclusivo da Marinha, apesar da política pusilânime e entreguista dos sucessivos governos.

Li uma certa reportagem sobre o mar de 200 milhas, estabelecido pelos Regime Militar. Nos presídios, os militantes da guerrilha que hoje governam o país – melhor que o tucanato – divergiram sobre o assunto. A Dilma foi voto vencido ao defender, ainda jovem, a soberania sobre as 200 milhas; agora titubeia diante de um Levy e diante a mídia nativa. Uma lastima. 

Um judeu sionista, chanceler da entidade sionista, chegou a dizer que o Brasil era um tigre sem dentes, pelo fato de termos uma capacidade de defasa fraca e de ataque, nula. O biltre tinha razão. Ainda somos um tigre de Bengala.

Não por outros motivos, mas negligenciar com a Defesa é colaborar com a expansão das ações da OTAN no Atlântico. Os Estados Unidos, segundo jornais do Oriente, têm como objetivo político imediato a desestabilização política de cinco países. Da lista, na América latina são três: Venezuela, Argentina e Brasil.

A crise política já é real no Brasil se aprofunda em comparação a crise econômica. Abre-se paulatinamente um vácuo de poder. A população não consegue enxergar as manobras sutis. O brasileiro se satisfaz com um mínimo de felicidade: a casa própria, uma esposa e uma amante, estabilidade no emprego e cerveja. Não vê ao seu redor o caos social que se estabelece.

Partidos de oposição apostam no quanto pior melhor. Sem voto, esconde-se e deixa-se pautar pela mídia nativa, sob controle dos barões da imprensa que sempre cometeram e vão continuar cometendo crimes de lesa-pátria, e sem castigo algum.

 Assim Caminha a Humanidade!   

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br