Fábrica de criminosos
João Costa |
João
Costa*
Para sua consideração – Antes de
qualquer observação sobre a “fábrica do crime e de criminosos”, cabe elogiar o
profissionalismo da polícia paraibana, que ao seu tempo; curto, diga-se de
passagem, elucidou a barbárie dos bancários, resultando na prisão dos autores.
Ponto. Mas é necessário fazer algumas perguntas para delegados e policiais
experientes e criminalistas, para que possamos entender o que se passa na nossa
sociedade. A primeira delas: por que criminosos atuais não fogem da cena do
crime? Sim. Os casos mais bárbaros recentemente ocorridos na sociedade são
exemplos assustadores.
O advogado mata a namorada, e
Agora, o crime, do ponto de vista dos
criminosos. O processo de sujeição criminal é difícil de entender. Salvo
engano, tal processo de sujeição do criminoso resume-se no seguinte: a
aceitação, amenização (não importa o grau da brutalidade praticada) e a
neutralização. Se isto passa pela cabeça dos criminosos brutais, qual a
explicação para a reação da sociedade que prefere mudar de hábitos; mostra-se
resignada diante da violência, agora expressa ódio pelas redes sociais, mas na
prática, esboça um movimento patético: realização de caminhadas, estranhamente
intituladas “caminhadas pela paz”. Como pedir paz diante da fábrica do crime e
de criminosos, se eles não dão trégua?
- O trabalho da polícia é como enxugar
gelo, disse o secretário de Segurança, Cláudio Lima, que é delegado de carreira
experiente, responsável para dar respostas imediatas, a problemas ( o crime)
cumulativos, em série. A sociedade parece “fazer ouvidos de mercador” para a
constatação e alerta do delegado. Ele, que está na linha de frente no combate
ao crime, aponta para leis frágeis, que gera impunidade.
A polícia tem seus problemas
estruturais, deficiências e tudo mais. Mas é a polícia que nós temos e que deve
ser apoiada, porque é a ela que a sociedade recorre em casos bárbaros, mas
esquece da política, de chamar o feito à ordem, como exigir mudanças no Código
Penal e, até na cultura. Pouco se deve esperar do Judiciário. Ele, o
Judiciário, não funciona em função da justiça, mas dele mesmo enquanto poder.
São tantas as apelações, recursos,
prazos, brechas legais, relaxamento geral. Que a única lei estúpida que se
mantém em relação ao crime, é a nefasta Lei Fleury, que ninguém ousa tocar ou
extirpá-la, porque favorece aqueles com poder econômico, ou político, e é o
azeite que mantém a ciranda milionária que move advogados, juízes, promotores e
a burocracia.
Talvez esse azeite resulte da falsa
noção de que o povo brasileiro é pacífico.
Assim Caminha a Humanidade!
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Fábrica de criminosos
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/02/2015 05:17:00 AM
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