Tempos difíceis são incongruentes com a megalomania política

Genival Torres Dantas

Genival Torres Dantas*

A dissensão endêmica verificada entre a prática e o discurso do atual governo é deveras repugnante e causa espanto em qualquer cidadão de bem que tem um mínimo de amor próprio e não se presta aos mal feitos com práticas recorrentes no modelo governamental atual. Temos vividos dias de angústia e sofreguidão por conta de uma situação esdrúxula, provocada por parte de uma pseudo confraria que em nome dos desafortunados prometia uma luta sem trégua para promover o bem estar social de uma sociedade crédula e

necessitada de guarida por quem possa lhe proporcionar.

Infelizmente, à realidade tem se mostrado diametralmente incongruente, com distorções homéricas, num verdadeiro esbulho da fé de uma gente humilde, que iludida e sem meios de sair da arapuca armada pelos quadrilheiros da política, sem escrúpulos ou piedade cristã, usa das malversações para benefício próprio com enriquecimento ilícito, prática defenestrada pelos homens de bons costumes.

As práticas dantescas não param de ser anunciada, a impressão que fica é a total falta de qualquer receio de admoestamento por parte da polícia ou justiça, como se o ilícito já estivesse contextualizada na rotina da vida dos brasileiros. Ledo engano, o Brasil ainda é um país da legalidade e vivo sob a disciplina de uma Constituição elaborada para ser cumprida e respeitada, o que existe é um regime de exceção, centrado em poucos e por pouco tempo, cujos partícipes estão sendo encurralados e levados à justiça por aqueles que trabalham com as Leis e para elas vivem com dignidade, orgulhando uma terra corroída e depauperada por lacaios e aventureiros ignóbeis.

O modelo de governo atual cujo gerenciamento é da esquerda brasileira, tem sempre dito em suas afirmativas pontuais, em devaneios meticulosamente mentirosos que o atual momento de crise é resultante da administração do governo predecessor, da direita, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa verdadeira rota de fuga, como quem se omitindo das suas responsabilidades e debitando a outros os fracassos da incompetência, uma característica própria dos que não tem nenhum compromisso com a verdade dos fatos.

Quando notamos o nosso mundo se decompondo, o orçamento público sem controle, com verdadeira correria em busca de parar a sangria ao erário público, feita nessa última gestão de barbáries e descomposturas, cujo único endereço focado é os recursos dos assalariados que pagam por um crime de terceiros, sitiados numa ilha de cobras e sáurios, sem ter a quem recorrer. É uma verdadeira temeridade o que ocorre em nosso país, temos uma estrutura governamental com inoperantes 38 ministérios, sugando mensalmente recursos que não temos, sacando a descoberto como quem saca de uma conta bancária, coberta por um cheque especial, espoliando recursos que deveriam suprir necessidades primárias, principalmente e necessariamente na área da saúde pública, uma verdadeira vergonha em nosso país.

Esse aparato administrativo, sem ter o que administrar, é uma megalomania política que precisa ser corrigida em caráter de urgência e emergência, apenas buscando os fundamentos da lógica e da lisura é uma necessidade premente. Se o governo dispuser de 50% do quadro que compõe os atuais ministérios prestará um grande serviço a nação, além, evidentemente, de viabilizar uma administração pelo menos sem rota de colisão em curto prazo. Caso continue essa prática de casuísmo teremos um colapso social cujas consequências são imagináveis, portanto, o melhor é reprogramar a máquina que esperar uma pane na placa mãe.

*Escritor e Poeta

dantasgenival@hotmail.com