MARTINHO LUTERO: O PRECURSOR DA REFORMA PROTESTANTE
Com
informações Púlpito Cristão 31
de outubro de 2016
Martinho Lutero nasceu a 10 de novembro
de 1483 no centro da Alemanha, em Eisleben, Turíngia/Alemanha. Seus pais, João
e Margarida, eram pobres – João era mineiro e lenhador – porém não iletrado, de
modo que puderam dar-lhe boa orientação educacional. Visando a melhorar a vida
econômica, fixaram residência, em 1484, em Mansfeld, onde Martinho iniciou seus
estudos. Terminando o curso da escola daquela localidade, então com 14 anos,
deixou a casa paterna e ingressou na escola superior de Magdeburgo. Depois de
um ano ali, teve que retornar à casa paterna acometido de grave enfermidade,
indo por esta razão, no ano seguinte, estudar em Eisenach. Três anos cursou o
colégio de Eisenach. Em 1501 ingressava na Universidade de Erfurt, cidade
conhecida como “Roma Alemã” pelo número de suas igrejas e mosteiros. Obteve ali
os graus de Bacharel (1502) e
Este, porém, foi interrompido visto que,
a 02 de julho de 1505, regressando da casa paterna, teve sua vida seriamente
ameaçada por uma tempestade que, por pouco, lhe tirara a vida. Fez, nesta
oportunidade, um voto a Sant’ana que, se lhe fosse dado viver, ingressaria no
mosteiro para tornar-se monge. No dia 17 de julho de 1505 as portas do convento
da Ordem dos Agostinhos fechavam-se atrás dele.
Sacerdote
Em fevereiro de 1507 foi ordenado
sacerdote. Vivia, no entanto, em completo desespero, buscando, dias e noites a
fio, em tremendos tormentos espirituais, resposta à pergunta: “De que maneira
conseguirei um Deus misericordioso?” Reconheceu muito logo que jamais seria
possível obter certeza de sua salvação mediante boas obras, pela
impossibilidade de saber se são suficientes, mormente em se tratando de uma
alma de consciência extremamente sensível.
Professor
Por indicação do vigário da ordem, João
de Staupitz, que reconhecia em Lutero urna erudição e inteligência incomuns,
Lutero foi designado professor na Universidade de Wittenberg, fundada em 1502
por Frederico, o Sábio, duque da Saxônia e presidente dos sete eleitores civis
que, juntamente com sete autoridades religiosas, elegiam o imperador do Sacro
Império -Romano da Nação Alemã. Ocupou ali a cadeira de Teologia. Continuou
também seus estudos, instruindo-se principalmente nas línguas gregas e
hebraica. A 09 de março de 1509 obteve o grau de Baccalaureus Biblicus.
Viagem a Roma
Em 1511, então com 28 anos, foi enviado
em missão diplomática a Roma, para solucionar uma divergência entre sete
conventos de sua Ordem e o vigário geral da mesma. A corrupção, imoralidade, as
zombarias, o desrespeito do clero e da cúpula da igreja para com as coisas
sagradas marcaram nele uma profunda decepção. Embora profundamente
entristecido, as esmagadoras desilusões sofridas não o levaram a descrer de sua
igreja.
Doutor em Teologia
Em outubro de 1512, recebia, das mãos do
decano da faculdade de Teologia, o grau de Doutor em Teologia. Assumiu, a
seguir, a cadeira de Lectura in Bíblia lecionando, à base das línguas
originais, o hebraico do Antigo Testamento e o grego do Novo Testamento,
incorporando conquistas do humanismo na ciência da interpretação de textos.
Ainda em 1512, foi eleito subprior do convento de Wittenberg. Em maio de 1515,
o cabido geral reunido em Gotha o designava vigário do distrito, que
compreendia onze conventos sob sua orientação e autoridade.
Preleções
As suas preleções eram tão concorridas
que a elas acorriam estudantes de todas as partes e países vizinhos. Os
professores assistentes também aumentavam. O reitor da Universidade chegou a
declarar, como que em antevisão: “Este frade derrotará todos os doutores;
introduzirá uma nova doutrina e reformará toda a igreja; pois ele se funda
sobre a palavra de Cristo, e ninguém no mundo pode combater nem destruir esta
Palavra…” (Melchior, Adam. Vita Lutheri, p. 104). Ocupando o púlpito, a capela
logo não mais podia comportar os assistentes. O senado o convidou então a
ocupar a igreja paroquial da cidade.
Justificação
pela fé
Nos seus conflitos espirituais, o texto
bíblico que lhe trouxe a luz da verdade e a paz de consciência veio a ser a
célebre passagem da Epístola aos Romanos (1.17), em que o apóstolo cita o
profeta Habacuque: “0 justo viverá por fé” Viu que São Paulo fazia do
sacrifício de Cristo o centro da verdade em religião. Seus pecados, angústias,
sofrimentos haviam caído sobre os ombros de Cristo na cruz; Cristo fizera o que
ao pecador teria sido impossível fazer com suas penitências e méritos pessoais.
As Teses
Em 1517, Lutero quis provocar um debate
público sobre a venda de indulgências promovidas pelo Papa Leão X e o arcebispo
Alberto de Mogúncia através da Ordem dos Dominicanos. Quando pregou à porta da
Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, o pergaminho com as
95 teses em latim para serem debatidas entre os acadêmicos, conforme o costume
da época, não desejava desencadear um movimento na história da igreja. Era o
pároco que, com preocupado, via como as almas dos fiéis eram desnorteadas por
um grande escândalo, descaradamente apregoado em nome da santa Igreja: a venda
do perdão de Deus, como se fosse mercadoria, por meio de cartas de indulgência,
cujo lucro se destinava ao término da basílica de São Pedro e à cruzada contra
os turcos. Seu principal proclamador era o dominicano Tetzel. Eis algumas das
teses apresentadas por Lutero: – Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo:
Arrependei-vos… etc., pretendia falar da vida interior do cristão que deveria
ser um contínuo e ininterrupto arrependimento (Tese I) – Pregam futilidades
humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a
alma se vai do purgatório (Tese 27) – Todo o cristão que se arrepende
verdadeiramente dos seus pecados e sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão
da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indigência
(Tese 36) – Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e
mentira, mesmo se o comissário de indulgências e o próprio papa oferecessem sua
alma como garantia (Tese 52) As proposições sobre as indulgências eram
completadas por algumas outras, que continham o que viria a ser fundamental na
doutrina luterana: – Aos olhos de Deus, não há na criatura senão
concupiscências; – Ninguém se salva senão pela graça de Deus através da fé. O
efeito dessas teses foi tão inesperado, que elas não ficaram entre os letrados;
traduzidas ao alemão, em poucas semanas se espalharam por toda a Alemanha e
outras partes da Europa, chegando ao conhecimento do povo em geral.
Reação de Roma
Em 1518, Roma tratou de liquidar o caso
do monge de Wittenberg. Lutero foi chamado para responder processo em Roma,
dentro de sessenta dias. Mas, por interferência de Frederico, o Sábio, Príncipe
da Saxônia, o Papa consentiu que a questão fosse tratada em Augsburgo, pelo
Cardeal Cajetano. Este exigia simplesmente que Lutero se retratasse, o que
este, naturalmente, não fez. Tinha Lutero nessa época o apoio do capítulo da
Ordem dos Agostinhos e do corpo docente da Universidade de Wittenberg. Cajetano
declararia depois dos três encontros com Lutero: “Ele tem olhos que brilham, e
raciocínio que esconcertam”.
O Papa temia suscitar oposição cerrada
entre os príncipes alemães. Valeu-se, para que isso não acontecesse, da
diplomacia. Condecorou o protetor de Lutero, Frederico, o Sábio, com a “Ordem
da Rosa Áurea da Virtude” para afastá-lo de Lutero, e enviou o conselheiro Karl
von Miltitz. Este conseguiu, com brandura, queLutero escrevesse uma carta ao
papa, declarando sua fiel submissão; mas reafirmou, também, sua doutrina da
justificação pela fé somente, sem os méritos de obras. Expôs e defendeu sua
posição num debate com o Dr. João Eck em Leipzig. O que precipitou o rumo das
coisas foi sua declaração de que nem todas as doutrinas de João Hus (queimado
como herege em Constança, em 1415) eram falsas, e que os concílios são
passíveis de erros em suas decisões. Isto o colocou à margem da igreja papal,
que se fundamentava sobre a infalibilidade do papa e dos concílios.
Primeiros
Escritos
Em 1520 escreveu três livros fundamentais
mostrando o antagonismo do sistema de salvação papal e o ensino bíblico: “À Sua
Majestade Imperial e à Nobreza Cristã sobre a Renovação da Vida Cristã”,-
“Sobre a Escravidão Babilônica da Igreja” e “Da Liberdade Cristã” ‘ Alguns de
seus pensamentos-chave aí registrados são estes: – “0 cristão é um livre senhor
sobre todas as coisas e não submisso a ninguém – pela fé”; “o cristão é
servidor de todas as coisas e submisso a todos – pelo amor”. “Não fazem as boas
obras um bom cristão, mas um bom cristão faz boas obras”.
Excomunhão
A resposta do Papa foi a bula de
excomunhão Exsurge Domine. Tinha ainda 60 dias para retratar-se do que havia
escrito e ensinado. Em 03 de janeiro de 1521 esgotou-se o prazo dado na bula,
sendo então proferido o anátema definitivo, pela bula Decet Romanum Pontificem.
Dieta de Worms
Em 1521 reunia-se a primeira Dieta ou
Assembléia do império, presidida pelo jovem imperador Carlos V, eleito em 1520,
em sucessão a Maximiliano, para dirigir o reino “em que o sol não se punha”. Lutero,
intimado, compareceu diante da assembléia em 17 e I S de abril de 15 2 1.
Perguntado se renunciava ao que tinha escrito, respondeu: “Não posso, nem quero
retratar-me, a menos que seja convencido do erro por meio da palavra bíblica ou
por outros argumentos claros. Aqui estou; não posso de outra maneira! Que Deus
me ajude. Amém”.
Tradução do Novo
Testamento
Proscrito pelo imperador, foi posto em
segurança pelo duque Frederico, através de um seqüestro simulado de cavaleiros
embuçados, durante sua viagem de retomo, e escondido no Castelo de Wartburgo,
nas proximidades de Eisenach. Sua principal realização nesse período foi a
tradução do Novo Testamento grego para um alemão fluente de grande aceitação
popular. Os primeiros 5 mil exemplares esgotaram-se em 3 meses. Em cerca de dez
anos houve 58 edições. Em 1522, com risco de vida, reassumiu as funções de
professor em Wittenberg. Juntamente com Felipe Melanchthon (cognominado
Praeceptor Germaniae – educador da Alemanha), seu grande amigo e colaborador,
instruiu centenas de estudantes alemães, boêmios, poloneses, finlandeses,
escandinavos.
Guerra dos
Camponeses
Marcou o ano de 1525 a Guerra dos
Camponeses – uma revolução armada em que os camponeses, sob federação,
reivindicaram mais liberdade aos latifundiários. Em seus objetivos políticos
sociais idealizaram Martinho Lutero como chefe. Confundiram reivindicações
políticas com aspirações religiosas. Lutero, embora compreendendo suas
necessidades, viu-se forçado a distanciar-se do movimento porque não era política
a missão dele. A carnificina, com batalha final em Frankenhausen, trouxe
prejuízos ao movimento da Reforma. Mas esta, a despeito de todos os abusos
praticados em seu nome, se expandia. Lutero procurava consolidar as igrejas e
escolas que haviam aderido à Reforma em território alemão e países vizinhos.
Neste mesmo ano (I 525) casou-se com uma ex-freira, Catarina de Bora, de cujo
casamento lhes nasceram 6 falhos.
Culto e Liturgia
De 1527 a 1529 esteve empenhado na
organização da Igreja Evangélica. Compositor e poeta, compôs trinta e sete
hinos. Cabe-lhe a celebridade de popularizar o Lied eclesiástico. Era também
conhecido como o “Rouxinol de Wittenberg”. Traduziu a ordem da missa para o
alemão – Deutsche Messe 1526 – a partir do que os cultos passaram a ser
celebra. dos na língua do povo, e não no latim que ninguém entendia.
Os dois
Catecismos
Em 1529 redigiu dois manuais de
instrução, até hoje em uso nas igrejas luteranas: “Catecismo Menor” e
“Catecismo Maior” Os dois volumes apresentam, em seis partes, um sumário da
doutrina cristã. O primeiro é escrito, especialmente, para as crianças; o
segundo, para os pais. Justificando, o Reformador afirma: “A lamentável e
mísera necessidade experimentada recentemente, quando também fui visitador, é
que me obrigou e impulsionou a preparar este Catecismo ou doutrina cristã nesta
forma breve, simples e singela. Meu Deus, quanta miséria não vi! O homem comum
simplesmente não sabe nada da doutrina cristã, especialmente nas aldeias”. Numa
outra oportunidade afirma: “Eu também sou doutor e pregador, e, na verdade,
tenho de continuar diariamente a ler e estudar, e ainda assim não me saio como
quisera, e devo permanecer criança e aluno do Catecismo”.
Somente a
Escritura
No mesmo ano realizou-se, no mês de
outubro, um encontro entre Ulrico Zwínglio e Lutero para um debate doutrinário,
denominado Colóquio de Marburgo, urna controvérsia eucarística. O pregador
Zwínglio, que vivia na Suíça, também reconhecera a apostasia da igreja romana,
pregai)do a Palavra e testemunhando contra as indulgências. Diferia, no
entanto, da doutrina de Lutero e a discrepância básica resumia-se na pergunta:
Os artigos de fé devem basear-se exclusivamente na Palavra de Deus ou também na
razão humana? Não chegaram a um acordo, visto que a resposta de Lutero não
admitia dúvida: A Escritura, e nada além dela, é fonte de artigos de fé, como
também, mais tarde, a Fórmula de Concórdia o expressa: “Cremos, ensinamos e
confessamos que somente os escritos proféticos e apostólicos do Antigo e do
Novo Testamento são a única regra e norma segundo a qual devem ser ajuizadas e
julgadas igualmente todas as doutrinas e todos os mestres”.
Confissão de
Augsburgo
Auxiliou o duque João Frederico a
delinear sua estratégia em relação à Dieta de Augsburgo (l53O), convocada Pelo
imperador para superar o cisma- Acompanhou a redação, por Felipe Melanchthon,
duma defesa oficial, que veio a chamar-se Confissão de Augsburgo.
O documento –
a primeira e mais notável das confissões
evangélicas – foi lido em público à assembléia imperial, em nome de príncipes e
cidades partidárias da Reforma, a 25 de junho de 1530. Era Composto o documento
de duas partes: uma, dogmática; outra, apologética. Argumentavam na Confissão
que, quanto à doutrina, continuavam fiéis ao que a igreja vinha ensinando à
base das Escrituras Sagradas, conforme os Credos Apostólico e Niceno; com
respeito ao culto, mantinham os ritos antigos consentâneos ao evangelho,
cancelando apenas aqueles costumes, ritos e cerimônias que obscureciam a glória
de Jesus Cristo como o único Mediador entre Deus e Os homens. Reivindicaram,
por conseguinte, o direito de conviver em Paz com o papa e os bispos no seio da
igreja do império. O imperador, ouvida a Confissão, determinou que os teólogos
de Roma elaborassem a Confutação Católica à confissão de Augsburgo. A 03 de
agosto fez-se a leitura desta. Não terminava ainda a apresentação de confissões
religiosas, e Lutero e Melanchthon responderam à Confutação com a Apologia da
Confissão de Augsburgo, de alto valor teológico, mas da qual a Dieta não quis
tomar conhecimento. A Dieta lhes concedeu o prazo até 15 de abril de 1531 para
voltarem ao seio da igreja romana e exigiu rigoroso cumprimento do Édito de
Worms. Embora desaconselhados por Lutero, constituiu-se em fevereiro de 1531
uma poderosa agremiação política dos príncipes luteranos, denominada “Lida de
Esmalcalde”. Porém, em vista do perigo dos turcos às portas do império, em Viena,
o imperador dependia do auxilio militar dos príncipes evangélicos; por isso,
pela Paz de Nüremberg, para a qual Lutero muito contribuiu, em 1532, permitiu
aos adeptos da Confissão de Augsburgo a persistirem nas suas doutrinas e
concedia-lhes ainda outros privilégios. Essa tolerância seria dada até a
realização de um concílio da igreja.
Tradução do
Antigo Testamento
Não houve, assim, apesar dos esforços,
uma maneira de restabelecer a unidade na igreja e no império. Em 1534 Lutero
terminava uma tarefa em que havia trabalhado mais de 10 anos: a tradução do
Antigo Testamento para o alemão. No mesmo ano pode-se publicar, então, a Bíblia
completa. Em 1536 Lutero redigiu, por solicitação do duque João da Saxônia,
artigos para serem apresentados num “Concilio geral livre” convocado pelo Papa.
Os Artigos de Esmalcalde, porém, não chegaram a ser apresentados. Os líderes
evangélicos concluíram que o concilio não seria livre e se negaram a participar
do Concílio de Trento (l545 – 1563), que desencadeou a contra-reforma, no
pontificado de Paulo III.
Paz de Augsburgo
A Paz de Augsburgo, em 1555, atendeu, de
certa forma, aos reclamos dos evangélicos. Substituiu a tolerância religiosa
nestes termos: os príncipes e cidadãos do império respeitariam a filiaçao
religiosa de cada um, e o povo teria a opção de adotar a confissão religiosa do
respectivo domínio ou de emigrar a território que tivesse a confissão desejada.
Martinho Lutero faleceu aos 62 anos de
idade, em 18 de fevereiro de 1546, em sua cidade natal, Eisleben, depois de
solucionar um litígio entre os condes de Mansfeld. Com grande cortejo fúnebre e
ao som de todos os sinos, Lutero foi sepultado sob as lajes da igreja do
Castelo de Wittenberg, onde sempre pregava o evangelho.
Contra-Reforma
A Contra-reforma, liderada pela ordem
dos jesuítas, reconquistou vários territórios que tinham aderido à Reforma. Não
obstante, a doutrina, o culto e a piedade preconizados por Lutero se enraizaram
na Alemanha, nos países bálticos, nos países escandinavos e na Finlândia.
Através doutros reformadores, foram acolhidos na França, Inglaterra, Escócia e
Países ‘ Baixos. Em todos estes países, a Reforma ocasionou extraordinário
desenvolvimento cultural, notadamente na educação, ciência, economia e
política. Pela emigração, os “Luteranos” se espalharam por todos os
continentes. Contam, hoje, cerca de 70 milhões. Frade, sacerdote, professor,
doutor em Teologia, pregador considerado o primeiro de seu tempo, escritor
vigoroso e de grande riqueza lexicografia, fixador da língua alemã, poeta e músico,
Lutero abalou o mundo de seus dias e sobre ele se tem pronunciado. ciado o
juízo dos séculos.
Pronunciamentos
sobre Lutero
O historiador Schaff diz que “este foi o
maior homem que a Alemanha produziu e um dos maiores vultos da história”.
Goethe dá o seu testemunho nestes termos: ‘Dificilmente compreendemos o que
devemos a Lutero e à Reforma em geral. Ficamos livres dos grilhões da
estreiteza espiritual (… ) compreendemos o cristianismo em sua pureza”.
.Heinrich -Heine, o poeta excelso, exclama: “Honra a Lutero, a quem devemos a
reconquista dos nossos direitos mais sagrados, e de cujos benefícios vivemos
hoje em dia. Através de Lutero adquirimos a liberdade religiosa. Criou a
palavra para o pensamento. Criou a língua alemã, através da tradução da Bíblia”:
Dollinger, historiador católico liberal, diz: “Lutero deu aos alemães o que
nenhum outro jamais dera a seu povo: a língua, a Bíblia, a hinologia…” É
reconhecido c omo “pai da alfabetização”. Dirigiu-se aos pais através de
profusas publicações, encarecendo-lhe a escola e a educação dos filhos como
necessidade inadiável, para a pátria e a igreja verem melhores dias. Um
escritor moderno declarou: “A Lutero deve a Alemanha seu esplendido sistema
educacional – em suas origens e concepções. Porque ele foi o primeiro a
reclamar uma educação universal, uma educação do povo todo, sem consideração de
classe”. Deixou à posteridade, em sua fecundidade literária, dezenas de volumes
contendo obras doutrinárias, apologéticas, exegéticas, homiléticas, pastorais e
pedagógicas. Funck-Brentano, célebre historiador contemporâneo assim se
expressa: “Qualquer que seja o julgamento formulado em torno da doutrina
religiosa de Martinho Lutero, é preciso reconhecer nele uma das mais poderosas
personalidades que o mundo conheceu. Sua energia, seu valor, sua poderosa ação
– que decorriam em grande parte da intensidade de suas convicções – estão acima
de todo elogio. Calculou-se que seriam precisos a um homem dez anos de vida
para simples cópia das cartas, orações e inumeráveis escritos do reformador, e
Lutero não só redigiu suas obras, mas pensou-as, deu-lhes estudo e reflexões,
corrigiu-as, e isso entre ocupações múltiplas, quase sempre absorventes e das
mais diversas, suas prédicas, sua atividade social e política, os cuidados e o
tempo que consagrou aos antigos e à família” (Martim Lutero, pág. 22, Ed
Veccki). Dezenas de testemunhos dessa natureza poder-se-ia acrescentar à sua
pessoa. Os exemplos citados, porém, exemplificam o veredito sobre sua pesso e a
obra deixada até os nossos dias atesta a sua grandiosidade.
ROSA DE LUTERO
roseSímbolos são figuras que expressam
verdades e convicções. Uma Cruz, um Coração, uma Rosa Messiânica, um Fundo Azul
e um Anel Dourado formam o BRASÃO DE LUTERO.
O coração se apega a Cristo, centro da
fé e da vida cristã. A fé se reflete em alegria, consolação, paz e esperança,
aguardando a realização das promessas de felicidade sem fim, que ainda serão
cumpridas.
A
ROSA DE LUTERO tornou-se um símbolo visual da REFORMA e do LUTERANISMO.
MARTINHO LUTERO: O PRECURSOR DA REFORMA PROTESTANTE
Reviewed by Clemildo Brunet
on
11/01/2016 09:47:00 AM
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