Rebelião só em presídios – no mais; harmonia de classes!
João Costa |
João
Costa*
O ponto fora da curva: rebelião só em
presídios – no mais reina a harmonia de classes. Cidadãos aguardam em suas
casas o toque recolher! Néscios discutem nos botequins assuntos internos dos
blocos carnavalescos. Degoladores e futuros degolados transitam em carros,
ônibus e metrôs. Nos organismos de estado, representantes legítimos das facções
em conflito negociam a paz.
Eis o Brasil neste início de 2017.
Salteadores do poder pedem mais chacinas. Foi caso do tal Bruno Junior, filho
do Cabo Júlio, aquele liderava rebeliões da PM de Minas nos anos 90. O pai está
inelegível, pois responde por improbidade administrativa; Bruninho, responde a
três inquéritos por bater em ex-companheiras, e até numa empregada que não quis
dar. Certamente da mesma linha daquele que matou 12 pessoas, incluindo oito
mulheres, entre as vitimas, a ex e
Se, em Roraima e Manaus, a tal FDN
(Família do Norte), tem seus tentáculos no Judiciário, segundo informa a mídia
nativa, o PCC não deixa por menos. O próprio ministro da Justiça já advogou
para a organização.
Nos salões menos fétidos, governam a
Nação, indivíduos que a empreiteira Odebrecht conhece pelas alcunhas de “Caju”:
senador Romero Jucá; “Justiça”, senador Renan Calheiros, nada menos que
presidente do Senado; “Primo”, senador Elizeu Padilha; “Angorá”, Moreira
Franco, ex-governador do Rio, e homem forte do Temer na República atual. Os
demais dispensam apresentação, aí incluso, “Babel” e O Usurpador, mais o
chanceler.
Voltando ao crime, não é difícil
perceber que esta guerra entre facções pode ganhar novos contornos nas ruas.
Basta algum chefe decidir destruir frota de ônibus, a exemplo do que já
aconteceu em São Paulo, Baixada Fluminense e até João Pessoa e Campina Grande.
Se, por ventura ou desventura, algum governador resolver chamar o feito à
ordem.
Ninguém, nem mesmo as autoridades
carcerárias nos estados conhecem o tamanho e a força dessas organizações, cujo
poder de fogo em armas suscita análises de especialistas em guerra urbana.
O jornalista Janio de Freitas, em artigo
chama a atenção para uma reflexão simples. Se...
“As facções
cuidam de tráficos e do domínio das áreas chamadas "de baixa renda"
(como se salário mínimo e desemprego fossem renda). E deixam por sua conta de
cidadã ou cidadão algumas reflexões sobre o que será se, um dia, as facções
quiserem mais do que tráfico e domínio de áreas humildes. Afinal, força é
poder”.
Simples.
Basta filiarem-se em vários partidos, treinar concurseiros (já fazem isso),
arregimentar membros do Judiciário. Enfim, dar um basta em intermediários, pois
“o Brasil não é para amadores”, como bem definiu Tom Jobim – o poeta.
*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro,
além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de
Política do Paraíba.com.br
Rebelião só em presídios – no mais; harmonia de classes!
Reviewed by Clemildo Brunet
on
1/08/2017 07:46:00 PM
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