VIVER BEM
Severino Coelho Viana |
Por
Severino Coelho Viana*
A nossa observação social e experiência
percebemos que, materialmente, a vida cotidiana nos mostra que viver bem não é
estar situado nos polos das extremidades, isto é, na extremidade baixa da
miséria, no viver de toda escassez material, a chamada vida vegetariana
forçada; nem tampouco na extremidade alta da opulência, rodeado pelo brilho dos
cristais, pois ‘nem tudo que reluz é ouro’, diz o ditado popular.
Então, o ideal seria firmar o ponto de
equilíbrio para viver bem material e
Ninguém está proibido de viver bem. Este
ponto de equilíbrio seria possível encontrar na simplicidade de uma tapera
situada na aba da serra ou no chalé da beira de praia. No casebre do pé de
serra se vive cercado dos filhos, sem vícios, asseados, perto do açude ou na
beira do rio, que vivem em comunhão, trabalham em conjunto prazerosamente e
estão irmanados por um grande sentimento de esperança, que deve pouco, mas pode
pagar. Enquanto isso, no palacete da orla marítima lotado de abundância
material, provavelmente faltando alguma coisa, os filhos ausentes que vivem no
mundo das drogas, o pensamento atormentado pela arrogância e os sonhos
interrompidos pelo desejo de acumular riqueza, muitos devendo os cabelos da
cabeça, mas achando-se ainda milionário.
Onde está o ponto de equilíbrio nesse
viver de conflitos? Isole-se da avareza e apegue-se à caridade; fuja da
arrogância e aproxime-se da humildade. Tenha um sorriso nos lábios, a alegria
no olhar e um profundo sentimento humanitário. Ponha isto em prática e espere o
que acontece!
Não seja refém do seu próprio egoísmo! A
nossa tentativa lógica induz a possibilidade de encontrar o ponto de equilíbrio
Há uma composição musical de
Dominguinhos que diz: “o bom da vida vai prosseguir”.
A nossa mente divide-se em duas partes
racionais dirigidas para o bem e o mal. O nosso cérebro fixa notícias boas e
más, sonhos e realizações. Esse comportamento de orientação depende da escolha
interior do ser humano.
A estrada da vida está cheia de retas,
curvas, veredas, encruzilhadas, empecilhos, obstáculos e congestionamentos
inalcançáveis que formam às vezes um cenário nebuloso, impedindo o nosso olhar
em busca do horizonte.
Deveríamos desenvolver o hábito de focar
somente as coisas boas ainda que isso vá de encontro do nosso instinto
animalesco da irracionalidade.
Procure o centro das boas notícias.
Convide os amigos para saudáveis conversas. Bate aquele papo sem receio. Dê um
abraço caloroso sem recuo de energia humana. Conte as suas alegrias. Fale do
seu amor fraterno e alerte para as novidades alvissareiras.
No nosso círculo de amizade já
identificamos as pessoas pessimistas e otimistas, bandeira branca da paz ou
vermelha da guerra, isto descobrimos nas conversas corriqueiras, na esquina, na
mesa de bar, no encontro casual, sentimos perfeitamente avanços e recuos,
guerra e paz. Aproxime-se de pessoas positivas, estas nos dão ânimo. Afaste-se
de pessoas que só trazem más notícias, fofocas e mexericos, estas nos levam
para o inferno astral.
Ora, a felicidade está dentro de nós,
isto é um fato, mas não podemos esmagar a felicidade que vem de fora, este é
outro fato, porque as boas notícias que vêm dos outros e nos animam também,
havendo uma união entre o interior e o exterior. Diríamos a junção de
positividade. É bom para o bem viver.
Na visão espírita localizamos um
ensinamento que consideramos muito interessante quanto às consequências do
pensamento negativo que abaixo transcrevemos:
“As doenças espirituais são aquelas
provenientes de nossas vibrações. O acúmulo de energias nocivas em nosso
períspirito gera a autointoxicação fluídica. Quando estas energias descem para
o organismo físico, criam um campo energético propício para a instalação de
doenças que afetam todos os órgãos vitais, como coração, fígado, pulmões,
estômago etc., arrastando um corolário de sofrimentos”.
“Já as doenças atraídas ou simbióticas
são aquelas que chegam por meio de uma sintonia com fluidos negativos. O que
uma criatura colérica vibrando sempre maldades e pestilências pode atrair senão
as mesmas coisas? Essa atração gera uma simbiose energética que, pela via
fluídica, causa a percepção da doença que está afetando o organismo do espírito
que está imantado energeticamente na pessoa, provocando a sensação de que a
doença está nela, pois passa a sentir todos os sintomas que o espírito sente.
Aí, a pessoa vai ao médico e este nada encontra”.
Tudo que serve de boas lições devem ser
aproveitado. O que devemos jogar na lixeira é aquilo que prejudica a nós mesmos
e aos outros. Se estiver sentindo-se bem, siga em frente, não seja egoísta ao
ponto de deixar de compartilhar com os outros.
Não escape da chance de alegrar a vida
dos outros, dê uma notícia boa, seja generoso também com as boas novas. Aprenda
a valorizar a parte melhor da festa e cada momento bem vivido é sempre
possível, compartilhando com outros, eliminando a parte egoísta que vive no seu
âmago.
O viver bem não depende do lugar onde
esteja, mas de você, da choupana ao palacete, do sítio simples ao aconchegante
barulho da casa de praia. Pois, nas tempestades sobrevivem quem se mantém na
calmaria.
Então, usufrua o bom da vida, prossiga a
sua caminhada sem olhar para trás.
João
Pessoa – PB, 09 de janeiro de 2017.
*Escritor
pombalense e Promotor de Justiça em João Pessoa – PB
VIVER BEM
Reviewed by Clemildo Brunet
on
1/09/2017 01:51:00 PM
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