Síndrome da certeza absoluta anima bloco dos mascarados
João Costa |
João
Costa*
A Cruzada
estabelecida entre grupos de mídia, Judiciário, organismos de estado e setores
da chamada sociedade civil para derrubar o governo Dilma, está se desfazendo
aos poucos, devido aos conflitos internos do tipo: A quem blindar versus
aqueles a serem entregues ao inferno. Aqueles eu patrocinaram o golpe não
escondem a síndrome da certeza absoluta e com o fim do Carnaval, o bloco dos
mascarados segue na avenida.
A
Operação Lava jato, elo de união entre eles, agora é apontada abertamente por
cometer arbitrariedades como obstruir o direito de defesa ou simplesmente
prevaricação.
Por ver de perto a síndrome da certeza
absoluta e
Algo mais ou menos assim: o Judiciário
do país tem a Primeira Instância, a Segunda Instância, a Terceira Instância e a
Instância Máxima, que tudo conduz, inclusive os holofotes, capas de revistas,
enfim o esteio do jornalismo de esgoto que conhecemos. Além das ditas entidades
civis.
O ex-deputado Eduardo Cunha, preso após
cumprir sua missão com anuência do Supremo, pediu que o juiz fizesse perguntas
àquele que responde pela alcunha de MT na lista da Odebrecht. O magistrado
ignorou e, segundo juristas abalizados, agiu para proteger ou blindar o
presidente.
Agora se sabe que ele na verdade foi, continua
sendo, o capo tutti capo do PMDB, numa espécie de triunvirato:
Temer-Cunha-Padilha, que comandavam e comandam o partido em todas as patranhas.
Agora se sabe que o tal impeachment, se concretizou via compra de votos de 140
deputados. Surpresa alguma.
Não há de se esperar anulação do golpe
parlamentar, uma vez que ele se viabilizou por força e capacidade do
ex-deputado encarcerado, sob a complacência e tolerância do próprio Judiciário,
um dos pilares do golpe de estado.
Os chefes de partido, a cúpula do
Judiciário, as famíglias que controlam a mídia nativa e formam a Instância
Máxima do golpe de estado, não escondem a síndrome da certeza absoluta, na
incapacidade do povo em tomar as rédeas do seu futuro, simplesmente porque não
há como esconder que o espírito da “Servidão Voluntária”.
O gripo “Fora Temer” é apenas apelo de
blocos carnavalescos. Esperemos pelas “águas de março”. Talvez eu esteja
enganado, mas Luiz Inácio Lula da Silva pode até ressuscitar o “sebastianismo”
leve em muitos, mas não terá disposição suficiente para encarnar ou comandar
aquele “sebastianismo da Pedra do Reino”.
Li em
algum lugar que “a continuidade de Temer na presidência da República foi, é e
será uma afronta à dignidade nacional, à moralidade social, aos conceitos
fundantes da Constituição Federal”. Como se tudo isso contasse ou ainda
existisse – se já existiu algum dia na história política nativa.
Mas Temer
tem o mérito dos traidores, custa a crer que será abandonado por aqueles que o
colocaram no topo da República, No mais, seria pleitear por eleições gerais, na
inocente presunção de que qualquer resultado eleitoral contrário às forças que
perpetraram o golpe será respeitado.
O
Carnaval chegou ao fim. O bloco dos mascarados segue e o “último baile da Ilha
Fiscal” ainda não acabou.
Assim
caminha a humanidade!
*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro,
além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de
Política do Paraíba.com.br
Síndrome da certeza absoluta anima bloco dos mascarados
Reviewed by Clemildo Brunet
on
2/27/2017 11:27:00 AM
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