A Dança
Por
Severino Coelho Viana*
Severino Coelho Viana |
A origem da dança é tão antiga quanto o
próprio homem, cujos pés e mãos teriam marcados os primeiros ritmos de sua
criação. Todos os povos, em todos os tempos, produziram suas danças
características, que trazem a marca de suas tendências e atitudes, de seus
costumes e dos seus ritmos peculiares à sua música.
Já na antiguidade clássica a dança se
revestiu de duas formas: a) sagrada ou histórica, parte das cerimônias
religiosas; b) profana, de caráter recreativo.
Assim, podemos localizar que, segundo as
Escrituras Sagradas, entre os hebreus, Davi dançou diante da arca e Salomé
diante de Herodes.
Entre os egípcios, os gregos e os
romanos, as danças eram realizadas para cultuar os deuses, para exaltar os
heróis, para comemorar as vitórias, para lamentar os mortos.
Durante a invasão dos bárbaros e a Idade
Média, a dança quase desaparecia, ressurgindo na Renascença, em Flórida com os
Médicis, daí se irradiou pela Península Itálica, pela França e por toda a
Europa. Surgiram a sarabanda, a pavana, a corrente, o movimento, a gaveta, o
passa-pé, o tamboril, a farândola, a “bourrêe” e inúmeras outras, de ritmos os
mais variados.
A contradança, depois de denominada de
quadrilha, fez a sua aparição, com as suas marcas tradicionais:
“chaine-anglaise”, “avant-deux”, “paule”, “pasteurelle”. Mais tarde a valsa, a
polca, a mazurca, o xótis.
Da Espanha, o bolero e o sapateado
espalharam-se pelo mundo.
Da Itália, a tarantela e a farlana.
Da Polônia, a polca.
Da Rússia, a cossaca.
Danças populares foram e estão sendo
criadas a cada instante e passando de um país a outro, tais como o tango
argentino, o “Fox-trol”, o “rag-time”, o “shimmy”, o “maxixe” e o “samba”
brasileiro.
A cada época novos estilos de dança: o
frevo, o maracatu, o xaxado, o baião, o rock, o twist, o iè-iê-iê, o
axé-baiano.
Os principais exemplos de manifestações
da cultura popular brasileira são: festas e danças folclóricas, literatura de
cordel, sambas, carnaval, capoeira, artesanato, contos, fábulas, superstições,
lendas urbanas, provérbios, festa junina, frevo, artesanato, MPB (Música
Popular Brasileira) e cantigas de roda.
O Brasil possui uma cultura muito rica e
diversificada, com uma gama de modalidades de execução, muito importante para a
cultura brasileira. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as
tradições e a cultura de uma determinada região.
Na região Nordeste, o tempo de maior
visibilidade de suas danças típicas dá-se no período junino, onde cada
localidade tem suas danças e seus folguedos, principalmente a tradicional
quadrilha.
Na minha terra natal, Pombal – PB,
existem seu folclore e suas danças, tais quais, os congos, os pontões e o
reisado, que, geralmente, se apresentam por ocasião da Festa de Nossa Senhora
do Rosário.
Ante esta situação, as danças estão
ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos,
acontecimentos do cotidiano e brincadeiras. As danças folclóricas brasileiras
caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares) e
figurinos e cenários representativos. Estas danças são apresentadas,
geralmente, em espaços públicos: praças, ruas e largos.
As danças folclóricas são uma forma de
desenvolver essa expressão artística com base em tradições e costumes de um
povo. Elas podem ser executadas de várias formas com pares ou em grupos e a
forma original de dançar e cantar permanece praticamente ao longo do tempo.
No Brasil, as danças folclóricas
sofreram influências das tradições dos estados, dos povos africanos e europeus.
Dessa forma, dependendo do estado, as danças foram mais influenciadas pelos
africanos, indígenas ou europeus. Além disso, a Igreja Católica também ajudou
no surgimento de personagens e contos da história brasileira. Uma das
principais características das danças folclóricas do país são as músicas
simples e os personagens chamativos.
Mencionamos os tipos de danças mais
populares: o samba, o samba de roda, o maracatu, o maracatu, o frevo, o baião,
a quadrilha, que são os mais conhecidos. Continuamos a nossa relação: catira, reisado,
caminha verde, maneiro-pau, bumba meu boi, fandango, carimbó são danças mais
regionalizadas. Vem mais: congada, cabaçais do cariri, torém, coco, xaxado. E,
ainda, num estilo mais modernizado: axé, pagode, gafieira, forró, lambada,
zouk, xote, vaneirão, chorinho, funk.
Sem deixar de mencionar o Quilombo,
Jongo, Tambor de Crioula, Araruna, Bugio, Danças indígenas, Lipinha, Lundu,
Maculelê, Maxixe, Mazuca, Merengue, Rasqueado, Rancheira, Siriri, Tecnobrega,
Ticumbi.
A lista de estilos de danças brasileiras
é vasta e suas origens também são bem diversificadas porque o Brasil é muito
rico em diversidade cultural, influenciada pelas diversas culturas presentes no
país, e, consequentemente, sua cultura popular e suas danças compõem essa vasta
riqueza sem fim.
Poderíamos pesquisar todas as
modalidades existentes e, ainda, sim, acabaríamos deixando algum estilo de
fora, porque o brasileiro está sempre criando, inventando e restaurando estilos
adormecidos e esquecidos desde o inicio da colonização até os dias atuais.
A manifestação de danças é uma corrente
porque a juventude de cada país cria novos ritmos ou transmuda os velhos, na
ânsia de exprimir, de sua própria maneira, as suas aspirações, anseios,
dúvidas, rebeldia, protesto e de toda uma gama infindável de sentimentos
humanos, traduzidos antes pela música e identificados na dança que dela vai
emergindo.
Boa ou ruim, cada época da música e da
dança deve ser analisada cuidadosamente no âmbito do tempo e do contexto
histórico.
João
Pessoa - PB, 05 de junho de 2017.
*Escritor
pombalense e Promotor de Justiça em João Pessoa PB
scoelho@globo.com
A Dança
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/05/2017 10:44:00 AM
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