Lula é a bala de prata em eleições diretas juvenis
João Costa |
João
Costa*
O alvo, desde o início, sempre foi o
mesmo: Luiz Inácio. Mas pelo caminho, o vendaval destroçou Dilma, Serra, Aécio
e, agora, Temer – um títere que esperneia e reage aos seus associados e
patrocinadores. Quanto mais acuado, mais perigoso. Esta será uma semana de
alquimia política. Os patrocinadores do golpe vão rifá-lo para encontrar uma
fórmula de prolongamento da patranha que derrubou Dilma Vana.
E ele se acha: “Fique tranquilo, não vou renunciar, não vou sair. Vou
recorrer até o fim. Se quiserem que eu saia, têm que me matar”. E pretencioso.
Temer aposta no abraço de afogados com todas as forças que o ungiram para
governança mais corrupta; de lesa-pátria e cínica da história do país.
Em 2014,
Aécio Neves representava os sonhos e anseios de milhões, facilmente seduzidos
pelo discurso moralizante, hipócritas cujo nacionalismo nasce e morre dentro de
um figurino de camisa da CBF. Incrível, como o PSDB viajou rapidamente de um
partido de centro e social democrata para chancelar todo o espectro de ódio a
ponto de não aceitar resultado eleitoral. Caminha para extinção, pois optou
pelo suicídio político.
Hoje,
Aécio não ocupa mais cadeira no Senado, acumula acusações de corrupção
comprovadas, tem uma irmã e um primo presos e ele mesmo em prisão domiciliar e
sem passaporte. Um Tartufo das minas gerais.
Naquele
ano Dilma venceu as eleições com presságio Lacerdista. “Não pode vencer as
eleições, se ganhar não toma posse, se assumir não governa”. A
ingovernabilidade se instaurou, veio o golpe e, agora, o golpe dentro do golpe.
Temer
deve e vai sair, mas o golpe “deve” permanecer. Seguimos o roteiro para uma
eleição indireta; os motivos da burguesia para o golpe na democracia serão
tocados por um governo provisório, com clara tendência de perdurar com
adiamento das eleições de 2018. Temer não entregou sequer as reformas da
Previdência e trabalhista, embora tenha despedaçado a indústria naval, de
Defesa e de petróleo.
Tem esse
clamor infantil e ainda tímido por Eleições Diretas, Já! Mas já passamos por
isso lá trás. Os senhores do golpe, as famílias que controlam os meios de
comunicação, banqueiros e setores da indústria associada aos interesses
norte-americanos, temem o fator Lula numa consulta popular.
Mas até
para as forças populares, Lula de volta ao Planalto sem uma agenda radical de
governo, não faz o menor sentido. Governar com este Congresso, ao mesmo tempo
dando respaldo ao Judiciário que tem sido o avalista da tragédia, seria uma
temeridade. Lutar por eleições diretas, é infantil. Mas dos males, o menor. Que
entreguem ao povo o desfecho da nossa tragédia.
E Lula é
a bala de prata que restou a um caçador diante de muitos predadores.
Desorganizada e incapaz de formular seu destino, a Nação não consegue sequer
identificar seus inimigos. Basta ver o espírito de servidão voluntária e
imobilismo diante do desemprego.
Reflito:
como lutar por eleições livres se no país instituição alguma respeita resultado
eleitoral? De sindicatos a partidos políticos, de cortes de justiça a
associações desportivas, ninguém respeita. Talvez desilusões democráticas nos
levem à ruptura.
*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro,
além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de
Política do Paraíba.com.br
Lula é a bala de prata em eleições diretas juvenis
Reviewed by Clemildo Brunet
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6/05/2017 06:44:00 AM
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