25 DE SETEMBRO DE 2017, GILDETH NÓBREGA DE ARAUJO: UMA BREVE HISTÓRIA DOS SEUS 80 ANOS DE VIDA
Jerdivan Nóbrega de Araújo |
Jerdivan
Nóbrega de Araújo*
Na jornada da vida, ninguém pode se
dizer um vencedor se as suas conquistas não foram oriundas de muita luta, da
capacidade de superar os obstáculos, atitude, determinação, persistência,
ousadia e resiliência. São estas pessoas que acreditam que o impossível dá
apenas um pouco mais de trabalho para se fazer.
Para Gildeth Nóbrega de Araújo, que
nasceu no Sitio Angicos, arredores Malta, em 25 de setembro de 1937, a vida
nunca foi fácil, mas, ela nunca deixou de acreditar que ao final da jornada
descansaria no panteão das mulheres vencedoras.
Filha de Hercília Alves da Silva e João
Oliveira Nóbrega, ainda criança perdeu a mãe, que faleceu aos 26 anos. Este
fato inesperado levou os irmãos órfãos de mãe a se separarem, pois havia
necessidade de Gildeth aprender as tarefas diárias de uma casa, já que seria
ela a responsável pelos afazeres domésticos, permitindo que o seu pai, servidor
Público da Rede Ferroviária, pudesse trabalhar para manter a família, formada
agora por ela, o pai e o único irmão Francisco Alves Nóbrega
Mais uma vez, ainda muito jovem, o
destino levou o seu pai, obrigando a jovem Gildeth a amadurecer para a vida,
com as perdas precoces que o destino lhes impôs.
No ano de 1957, Gildeth casa-se com
Félix Tavares de Araújo, filho de Maria de Lourdes Benigno e José Tavares de
Araújo, ocasião em que adota o sobrenome dele, tornando-se Gildeth Nóbrega de
Araújo. Passa, então, a residir na Rua de Baixo, em Pombal, onde permaneceu até
o ano de 1969.
Do matrimônio nasceram oito filhos: João
de Oliveira Nóbrega Neto, José Tavares de Araújo Neto, Jerdy Nóbrega de Araújo,
Jerdivan Nóbrega de Araújo, Jianette Nóbrega de Araújo, Janser Nóbrega de
Araújo Josinete Nóbrega de Araújo e Josinite Nóbrega de Araújo.
Com o crescimento da família e a
necessidade de colaborar com o esposo na manutenção da casa, Gildeth fez um
curso de “Corte e Costura” na SAOB (Sociedade Anônima Operária e Beneficente),
passando a trabalhar com o esposo, mestre na arte da alfaiataria. Foram noites
a fio em cima de uma máquina de costura, à luz de lamparina ou lampião, para
que os filhos tivessem as oportunidades a ela negadas pela vida.
A chegada das grandes confecções, as
alfaiatarias artesanais caíram em decadência. O casal assistiu aos poucos a sua
clientela desaparecer, forçando-os a buscar um outro meio de sobrevivência.
Essa atividade ficou tão famosa no
Bairro a ponto de atrair gente de outras localidades, para se divertir no
“bingo de galetos”, promovidos por Gildeth no terreiro da sua residência.
Nessa luta pela sobrevivência, um dos
muitos orgulhos do casal sempre foi a forma como educava os filhos, em nada
deixando a desejar se comparado aos mais afortunados da cidade. Era impossível
ver um filho de Gildeth andando pelas ruas que não estivesse sempre limpo e
bem-vestido com as roupas confeccionadas por ela.
Mas, as estrelas guardam surpresas e
contra elas não temos muito o que fazer senão aceitar e caminhar sempre em frente. Umas dessas
surpresas das muitas reservadas a Gildeth foi a perda do filho Janser Nóbrega
de Araújo, no dia 07 de agosto de 1993, faltando seis meses para a conclusão do
curso de Economia.
Sete anos depois Gildeth perde o seu
companheiro de jornada, de luta e de tantas batalhas, quando no dia 14 de
novembro de 2000, morre seu esposo Félix Tavares de Araújo, deixando na família
essa lacuna e dor insuperável.
Em meio a dor, Gildeth levanta a cabeça
e toca a vida para a frente, para no dia de hoje vir comemorar os seus 80 anos,
apresentando-se como uma, guerreira vitoriosa ao subir no mais alto cume,
erguer a sua lança e gritar aos sete ventos:
–
Vim, vi e Venci
*Escritor e
Pesquisador de nossa história
25 DE SETEMBRO DE 2017, GILDETH NÓBREGA DE ARAUJO: UMA BREVE HISTÓRIA DOS SEUS 80 ANOS DE VIDA
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/26/2017 07:00:00 AM
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