Ministros do Supremo são de fato o que eles dizem sobre eles mesmos?
João Costa |
João
Costa*
Tratemos do nosso pavoroso “Triângulo
das Bermudas” – os três poderes da República, começando pelo Executivo. O que
faz um rei sem reino? Procura e instala o seu. Temer achou o dele! Ambos
moribundos, o país e o reino, o Brasil o merece o seu rei sem choro, sem vela –
e com fita amarela! Ingênuos são todos que depositam no povo suas esperanças
num momento de debacle irreversível do país. Aliás, ao longo da nossa história,
aqueles que pensaram o Brasil potência, sonharam um país mais justo, lutaram e
perderam, e sempre formaram a minoria.
Desgraçadamente seguimos uma Nação em
vias de afogamento nesse “Triângulo das Bermudas” – e o golpe ainda não acabou.
Enquanto na Câmara Federal assistimos o descaramento com a votação que rejeitou
a segunda denúncia por corrupção, organização criminosa e obstrução da justiça
contra o interino do Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal o espetáculo foi
um pouco mais bizarro.
Como diria o açougueiro, vamos por
partes. Atentem para diálogos como estes travados entre ministros do STF,
quando discutiam a extinção do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará. Do
nada, mudam de assunto para a troca de farpas.
– “Vossa Excelência vai mudando a jurisprudência de
acordo com o réu. Isso não é Estado de Direito, é Estado
de Compadrio. Juiz não pode ter
correligionário”, disse Luis Roberto Barroso ao colega Gilmar
Mendes na sessão do STF de 26/10/2017.
O ministro Gilmar havia iniciado a troca de farpas relembrando
que Barroso havia colocado em liberdade Zé Dirceu; e Barroso rebate afirmando
que Gilmar não “costuma trabalhar com a verdade” – é mentiroso, certamente. E
Foi além.
– “Não transfira para mim esta parceria
que Vossa Excelência tem com a leniência em relação à criminalidade do
colarinho branco”, respondeu Barroso.
Os ministros do Supremo são de fato o que eles dizem sobre
eles mesmos?
Revelações assim certamente devem ruborizar os brasileiros
tidos como pudicos. Mas se eles são realmente o que eles mesmos dizem em
relação uns aos outros, surpreendem a quem?
Certamente o Supremo Tribunal deixou de ser o que diz ser e,
de há muito, a Câmara Federal deixou de representar o povo. Mas o Supremo segue
julgando, a Câmara legislando, e o governo de traição nacional governando. E se
a sociedade criminalizou a política ao longo dos anos, é porque criminosos
cuidam dela – o que torna o povo cúmplice ou mera testemunha e nunca vítima do
infortúnio que se abate sobre a cabeça da Nação. Ponto.
*João
Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de
assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do
Paraíba.com.br
Ministros do Supremo são de fato o que eles dizem sobre eles mesmos?
Reviewed by Clemildo Brunet
on
10/28/2017 07:06:00 AM
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