“Não se apresse em perdoar, a misericórdia também corrompe”, dizia Nelson Rodrigues diante da uma farsa
João Costa |
João
Costa*
Desde 2013 assistimos a uma campanha
orquestrada com aval da CIA para destruir o país, passando pela derrubada do
governo legitimamente eleito em 2014; campanha esta que recrudesce agora com
uma Orcrim no poder – segundo definição do próprio MPF – a desmontar o país
desde a sua economia até a soberania, e há ainda quem acredite e ofereça o
perdão e proponha a conciliação, esquecendo que o perdão corrompe e que o
conciliador morre por último, mas morre.
Se o povo não reage como muitos se
queixam, é porque definitivamente não é povo, é plebe, diria um amigo meu
monarquista juramentado.
“Não se apresse em perdoar, pois a
misericórdia também corrompe” dizia Nelson Rodrigues, o maior de nossos
dramaturgos; isso lá no século XX. O que diria neste século XXI em que o
brasileiro transpira intolerância deixando cair a falsa capa de cordialidade,
os néscios se multiplicam e se agigantam?
No momento em que a luta de classes
torna-se translúcida como a água, Luiz Inácio fala em estender a mão,
oferecendo o perdão e pedindo conciliação, no exato instante em que àqueles que
trabalham perdem seus empregos; em que o livro está aberto mostrando exatamente
o Judiciário como ele é; e sabidamente o Congresso é o que é e sempre foi, e
não há a menor chance de ser outro; o quanto de dano uma política de alianças
já causou ao País.
É compactuar com aqueles que
deliberadamente e em proveito próprio assacam contra o estado democrático de
direito.
Quem, levando em consideração as
condições de pressão e temperatura atuais e ensaiadas, propaga que as eleições
de 2018 serão limpas, está sendo sincero ou mente propositadamente?
Quem, por ventura acredita nas boas
intenções das elites do Brasil e na sua classe média eivada de ressentimentos
em função da sua própria proletarização, confia em padres, rabinos ou pastores,
que abençoam os provedores do infortúnio da Nação pois certos estão que basta
um pedido de desculpas e apelos de paz, para que se passe uma borracha capaz de
apagar o mal e os malefícios que causaram e ainda vão causar ao país nos
próximos 20 anos.
Em 2014, aqui mesmo neste espaço, diante
da eventual vitória de Dilma Roussef na eleições, recapitulava a máxima de
Carlos Lacerda sobre Getúlio Vargas, em 1954, e a mesma assertiva lacerdista
vale pra Lula em 2018.
- “Não pode ser candidato. Candidato,
não pode vencer; se eleito não tomará posse, se tomar posse não governará”.
E é ele mesmo, Luiz Inácio, que acena
com oferta de conciliação. Com quem?
- “De onde menos se espera, daí é que
não sai nada mesmo”, já sentenciava o Barão de Itararé, que recebeu este título
pela sua vitória na Batalha de Itararé, uma batalha que nunca houve e Apparício
Torely nunca foi barão. Foi só um grande jornalista bem humorado, para ser
autor de uma frase como esta, atualíssima nesta ato entre tragédia e farsa
vivido pelo Brasil.
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
“Não se apresse em perdoar, a misericórdia também corrompe”, dizia Nelson Rodrigues diante da uma farsa
Reviewed by Clemildo Brunet
on
11/23/2017 07:28:00 AM
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