Gente que não mais veremos nas ruas de Pombal - Seu ANTONIO DE COTA
Jerdivan Nóbrega de Araújo |
Por
Jerdivan Nóbrega de Araújo*
Recebi a notícia da morte de Seu Antônio
de COTA, e sinto uma parte da minha adolescência nas ruas de Pombal indo
embora.
O Armarinho de Antônio de COTA esteve na
minha infância através, não só dos carretéis de linha Corrente Laranja, bicos,
botões e "riri" (era assim que chamávamos o Zip), que minha mãe
mandava comprar mas, muito também nas figurinhas e álbuns de artistas da TV ou
jogadores de futebol que ali comprávamos e negociavamos.
-Quantos álbuns eu colecionei na calçada
de Seu Antônio de COTA?
As figurinhas premiadas que trocávamos
por brindes (ainda tenho na casa da minha mãe um jogo de chá que ganhei com uma
dessas "figurinhas premiadas".
Quantos Antonio de Cota temos para
guardar na memória?
O seu Antônio de Cota sentado em um
tamboreto na porta do ARMARINHO, vendo os moleques trocando figurinhas, ou
apostando no "bate-bate"? (hoje eles chamam de bafo), o seu Antônio
de COTA assistindo as novenas que antecedem a Festa do Rosário? o seu Antônio
de Cota na porta do Pombal Ideal Clube, assistindo o Encontro dos Fihos de
Pombal, como se contasse a dedos os homens de hoje que foram moleques na
calçada do seu Armarinho? o seu Antônio de Cota triste que, como muitos pais de
famílias de Pombal tiveram que acompanhar o enterro de um filho, Gilmar, em tênue
idade?
Eu guardo em minhas memórias todos esses
"Antônio de Cota", sendo ele um só, e mais o de sorriso discreto, bem
trajado e de caminhar lento com as mãos pra trás, que não mais o veremos nas
ruas quentes e desertas de Pombal.
*Escritor e
pesquisador pombalense
Gente que não mais veremos nas ruas de Pombal - Seu ANTONIO DE COTA
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/27/2018 08:51:00 AM
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