Sem a devida vênia
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Genival
Torres Dantas*
Após
o Governo Militar, 1964/1985, tivemos vários presidentes, iniciando com o
Governo de Jose Sarney, (José Ribamar Ferreira Araújo da Costa), o que foi sem
ter sido eleito, diretamente, apenas Vice-Presidente, 1985/1990, assumindo com
o falecimento, antes de assumir o cargo, de Tancredo Neves (Tancredo de Almeida
Neves); Fernando Collor (Fernando Affonso Collor de Mello), 1990/1992, o
caçador de marajás, projeto que não passou de campanha política; Itamar Franco
(Itamar Augusto Cautiero Franco), 1992/1995; teve o mérito de administrar um
período da República com a nação estupefata sob o domínio do escândalo de
corrupção por membros ligados ao Governo Central, decorrente do impeachment do
Fernando Collor; FHC (Fernando Henrique Cardoso) 1995/2003, dois mandatos;
governo acusado de compra de votos para aprovação da reeleição, até hoje um
caso pendente na história da Democracia Brasileira.
Luiz
Inácio Lula da Silva (Luiz Inácio da Silva), 2003/2011, dois mandatos; a mais
triste história desde o descobrimento do Brasil e suas várias fases, com o
maior núcleo de corrupção e desmandos instalado na sua administração, com apoio
de outros partidos políticos ao PT (Partido dos Trabalhadores), hoje o ex-presidente
é um presidiário condenado, e preso comum, por mais de um crime, aguardando
outros julgamentos; Dilma Rousseff (Dilma Vana Rousseff), 2011/2016, foi
sucessora do governo anterior, acobertando crimes de corrupção e desmandos,
sendo reeleita, mas, não conseguindo se sustentar no cargo, por isso sofreu o
impeachment, segundo caso da nossa República; Michel Temer (Michel Miguel Elias
Temer Lulia), 2016/2019, acusado e preso de desvio de conduta na condução do
cargo; Jair Bolsonaro (Jair Messias Bolsonaro), 2019/Atual.
Dos
sete Presidentes e nove mandatos, não contando com Tancredo Neves (Tancredo de
Almeida Neves), sendo substituído pelo seu Vice, José Sarney, eleitos
indiretamente. Esses Governos não foram os mais felizes para a Nação, exceção
feita ao Governo Itamar Franco que soube conduzir o País em momento de crise institucional,
Os demais governaram com as digitais da incongruência, até mesmo lastreados
pelas ilicitudes, casos específicos dos governos Lula e Dilma, não só pelos
desmandos levantados nas suas respectivas gestões, como ainda, a permissividade
e atuações de seus auxiliares diretos e indiretos, marca registrada da
defenestrada esquerda brasileira.
Jair Bolsonaro, atual Presidente, fez uma
campanha brilhante, sem recursos financeiros, usou e abusou da mídia digital,
internet, primeiro Presidente eleito com apoio desse recurso, fugindo dos
métodos convencionais até então. Foi um caso de sucesso absoluto desbancando o
governo encalacrado e derrotado por meio do voto direto, pelo mais absoluto
regime de desconfiança que tomava conta do País. Esse fato levou o eleitor a
votar no Jair Bolsonaro, levando-o a vitória e apoio dos setores produtivos. O
Presidente eleito, militar reformado, político atuante, só de Câmara Federal
tinha 28 anos, divididos em sete mandatos consecutivos, com uma segurança
maior, que era a formação do seu Ministério, grande participação de componentes
vindos da Caserna, várias patentes e estrelas das Forças Armadas. Esses
ingredientes nos davam a certeza de uma mudança radical na nossa economia e
política. Ledo engano, o Presidente foi aos poucos se deixando levar pelos
encantos da nova posição social e política, tornou-se um ferrenho crítico, não
apenas dos seus adversários políticos, mas, dos seus próprios auxiliares
diretos.
Tamanha era e é a falta de tato do Presidente,
por várias vezes fez e faz a Nação estremecer, com seus rompantes, com palavras
ditas, sem antes pensar, ofendendo, indiretamente, seus dois superministros,
Paulo Guedes, Economia, e Sérgio Moro, Justiça. Foi consenso na opinião pública
especializada, caso os dois ou apenas um deles, saísse do Governo, por qualquer
razão, a credibilidade do País estaria se desmoronando. Suas colocações
extemporâneas foram levantando dúvidas a respeito da sua capacidade
administrativa, na ocupação do cargo. O próprio Presidente chegou a admitir que
não estivesse talhado ao cargo, um ato de grandeza, acrescido da sua
honestidade na vida pública, nada que viesse a desabonar sua conduta e
integridade moral, isso não é qualidade, é dever. Com o passar do tempo, em
apenas cinco meses, o apoio popular foi se afastando, os empresários que tanto
o apoiaram foram aos poucos se esquivando, os militares impacientes já
apresenta outro comportamento do inicial, o grupo civil se mantém confuso até
mesmo na mais elementar posição a ser tomada.
Hoje, o Governo Bolsonaro já é visto como um
Governo Bumerangue, tantas foram às idas e vindas aos seus projetos
atabalhoados, sem nexo nem conexo, talvez por afinidade política, um arremedo
do Governo Donald John Trump, EUA. Apenas dois projetos de abrangência e
necessidade nacional se encontram no Congresso Nacional, para apreciação e
votação, desde a abertura dos trabalhos legislativos, sendo que, na proporção
que os projetos andam, principalmente, o da Reforma da Previdência, patrocinado
pelo Ministro Paulo Guedes, é descaracterizado, na sua essência, pelos
opositores, incluindo-se o denominado Centrão, antigo bloco da Câmara Federal,
época que surgiu a expressão “é dando que se recebe”, responsável por muitas
negociações ou negociatas dentro daquela casa de Leis. Esse grupo comporta mais
de 250 deputados, tendo, portanto, o controle do sim ou do não para aprovação
das matérias. O outro projeto que aguarda o momento para tramitação é o da
Segurança Pública, editado pelo Ministro Sérgio moro, que anda duramente
criticado pela oposição.
Nesse imbróglio é que está metido o nosso
Presidente, dependendo de uma bancada mequetrefe, sem o apoio irrestrito da
situação, nem mesmo seu partido oferece segurança para levar qualquer projeto
ao plenário da Casa, seus líderes sem argumentos ou contra-argumentos para
oferecer ao Planalto uma resposta positiva, os projetos de menores repercussões
não tem sido aprovados, e assim o tempo vai passando sem grandes ou nenhum
avanço para o Governo Federal. Ademais, a economia não reage, o desemprego anda
aos solavancos dos espasmos cerebrais de um empresariado arredio. Uma educação
tal qual a cantiga do peru, de pior a pior; a saúde, como um todo, periclitante
por mais que se faça respiração boca a boca, evolui a óbito; a segurança
continua dependendo do Congresso Imbele, ao mesmo tempo belicoso, açodado aos
seus interesses e alobadado ao coletivo, mormente quando oriundo do Poder
Executivo. Fica, portanto, esses funcionários públicos aboletados em seus
cargos de privilegiados incontestes, enquanto a grande massa aguarda um novo
milagre econômico, político e moral, aconteça e saia do atoleiro financeiro em
que se encontra.
Nessa equidistância, agora com o Poder
Judiciário, achafurdado na história dos camarões e outros insumos alimentares
para dieta dos seus membros, o tripé dos três Poderes encontra-se
demasiadamente convexo, girando em torno do próprio eixo, sem tempo de parada
ou chegada. Uma situação no mínimo obtusa. Esse é o quadro mórbido de um país
acéfalo, antes carcomido pela gula adstringente dos vorazes esquerdistas
inimigos do erário. O atual momento é de chorar em alemão, um passado infeliz,
o presente angustiante, sem esperança de melhorias, e o futuro de causar
estupor. Por isso é que não posso apresentar a devida vênia aos que deviam
consolidar o respeito para com o povo que tanta admiração teve com suas
autoridades e esse sentimento é transformado no máximo em comiseração.
*Poeta
e escritor
genivaldantas.com.br
Sem a devida vênia
Reviewed by Clemildo Brunet
on
5/18/2019 08:51:00 AM
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