Regime de exceção nunca mais
Genival
Torres Dantas*
Somos hoje o
resultado dos erros e acertos que praticamos ontem, e na premissa do silogismo
do bolsonarismo mavórtico, numa linguagem própria da trupe que opera a partir
do Palácio da Alvorado, surgem novas versões e significados de palavras, termos
e interpretações, até mesmo anulações de versos e rimas.
O Presidente
Bolsonaro para justificar essa tese, na nova canelada, na modalidade de coice e
chute, mesmo assim, ele alega que são afagos como clareador de memória,
principalmente nos seus coligados políticos.
Dessa feita foi
ante de um correligionário seu, do Estado de Pernambuco, propenso candidato do
PSL, em busca da solidariedade e apoio da maior expressão política do partido,
na costumeira passagem do Presidente pela cerca do palácio, solta um viva ao
PSL e Luciano Bivar, presidente da sigla.
Para desespero
daquele neófito político, ele parecia muito jovem para ser um veterano na
carreira política, pasmado, viu e ouviu do presidente, uma pérola, expressões
já corriqueiras quando Bolsonaro se expressa em público: “esqueça o PSL e o
Bivar está queimado”.
Naquele ato o
Presidente causou uma fratura exposta entre ele, o Bolsonaro, e o Partido que o
elegeu, tudo bem que era na época uma sigla pequena, mas teve uma participação
efetiva na eleição de 2018, quando ela acolheu e permitiu sua candidatura ao
cargo maior do País, claro que houve ganho para as partes.
Uma ruptura agora
entre o partido e o presidente seria um prejuízo enorme, o presidente para não
sofrer a perda do cargo teria que ser expulso do partido, coisa que não vai
ocorrer, desde antes, vem ocorrendo, atritos da família Bolsonaro dentro da
sigla.
Os filhos do
Presidente vêm criando área de atritos com o partido, tanto com Flávio como no
Rio de Janeiro, com Flávio como com Carlos Bolsonaro em São Paulo, senador e
deputado federal, respectivamente, mais ainda há valor significativa para
divisão na sigla, ainda esse ano, na divisão do bolo para os partidos com
representação no Congresso Nacional, em torno de R$ 400 mi.
Enquanto essa
incongruência é formada, paralelamente a vida administrativa da Nação continua
caminhando lenta, desorganizada e tumultuada. No último momento do dia o Presidente
veta a criação da presença nas escolas públicas dos profissionais de
psicologia, como se os nossos menores e adolescentes não necessitassem de apoio
psicológico, nesse momento de guerra de ideologia nesse ambiente de
aprendizagem escolar, verdadeiro desserviço à cultura brasileira.
Outra atitude
mesquinha do nosso presidente, ideologicamente escrevendo, fui a posição de
Bolsonaro de afirmar que só assinará a o Prêmio Camões de Literatura 2019
vencido na 31ª edição pelo o autor e compositor, também escritor e teatrólogo,
Chico Buarque de Holanda. Essa desfeita ao nosso considerado e respeitado
internacionalmente, compositor de uma geração intelectualizada é um verdadeiro
acinte a memória cultural da nossa Pátria.
Mesmo considerando
que o Chico Buarque seja um esquerdista confesso, não se pode negar sua
capacidade intelectual e empunhou por várias vezes a bandeira pela
redemocratização do nosso País. Nesse caso devemos esquecer também da luta de
Geraldo Vandré, Oscar Niemeyer, Jorge Amado, Celso Furtado e tantos outros
brasileiros e a contribuição patriótica deles.
Também não concordo
com as ideologias políticas deles, até ai tudo bem, agora tenho que
respeitá-los para que me respeitem, é simples assim, cada qual no seu quadrado,
assim caminha a Democracia plena, caso contrário é regime de exceção.
Genival Torres Dantas
Poeta, Escritor e
Político
Regime de exceção nunca mais
Reviewed by Clemildo Brunet
on
10/10/2019 05:29:00 AM
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