Uma onda de esperança surge em alto mar em direção ao Brasil

Genival Torres Dantas*

Estamos encerrando uma semana dura para o ministro da Justiça Sérgio Moro, aquele que parecia mais plenipotenciário, não só pela investidura que lhe foi reservada pelo Presidente da República, quando da sua nomeação. Depois de 10 longos meses de muita luta pessoal, total ausência de participação e apoio do próprio Executivo ao pacote anticrime apresentado e defendido pelo ministro.

No quase final do ano legislativo a Câmara aprovou por 409 votos favoráveis e 9 contrários, finalmente, foi imposta uma derrota clara e direta pelos contrários a dureza da Lei, quando mesmo tendo o pacote aprovado, o seu teor inicial foi totalmente desfigurado, ficando de fora dois dispositivos importantes tão desejado pelo Estado brasileiro, a prisão com condenação em segunda instância e a ampliação do excludente de ilicitude, esse último ficou mais conhecido como licença para matar, pelos inimigos da Lava Jato.

Claro que o ministro não saiu dessa situação como um títere, porém ele sai bastante machucado, foi um desgaste enorme pelo esforço empreendido para aprovação do projeto em sua íntegra, infelizmente quando se trata de conseguir resultados através de terceiros e quando esse terceiro envolve o Legislativo brasileiro é bom esperar muita desilusão, principalmente quando o objetivo esteja vinculado a resultados desfavoráveis aquela instituição, ainda bem que alguma coisa saiu positiva e dentro do período desejado. Nem tudo está perdido, ainda há a votação no Senado que poderá ser revertido muito coisa, uma questão de paciência e fé.

Em contrapartida a Comissão Mista de Orçamento do Congresso, no auge da sua insensatez, aprova por maioria da participação dos partidos políticos, o valor de R$3,8 bilhões, ou seja, onerando em mais de R$2 bilhões, o valor que será gasto no próximo ano para despesas dos próprios partidos, o que é pior, essa nova cota poderá ser deduzida da área da saúde e ou educação. O fundo eleitoral serve para bancar entre outras coisas viagens e custos de locomoção ou não na época das eleições.

Enquanto isso o TSE aprova o voto eletrônico para formação de partido político, um facilitador para o novo partido do Presidente Bolsonaro, Aliança Pelo Brasil, que corre atrás das adesões, em números suficientes e necessários para fundação da sigla, espera-se que o grupo formado em torno do Presidente Bolsonaro agora consiga seu intento. Há uma dúvida no ar, não sabemos se esse novo partido vai ser apenas mais uma escada para uso do Jair Bolsonaro, em sua peregrinação por entre partidos brasileiros ou se, efetivamente, esse seja, definitivamente, o partido que possa agasalha a família Bolsonaro para continuação do sucesso dela na política nacional.

Outro assunto que tomou conta da imprensa nacional nos últimos dias foi exatamente o resultado do terceiro trimestre, finalmente, tivemos um número mais que o esperado, 0,6% de crescimento no PIB, é para animar qualquer administrador desanimado. O que se espera agora é que todo esforço seja empreendido para que tenhamos mais números positivos, em termos sequenciais e que a economia junto com o emprego volte a crescer, não diria como nos velhos tempos, mas em tempo de nova realidade e com os ajustes já feitos e os que virão. É tempo de colhermos os frutos plantados, não é querer muito, apenas ser recompensado pelo esforço feito.

Genival Torres Dantas