Bolsonaro não foi maquiavélico, mas é um estoico assumidamente devoto
Genival
Torres Dantas*
Em resposta a uma
leitora, como dizia o saudoso astrólogo Omar Cardoso, minha cara consulente,
darei uma explicação, principalmente ao respeito e admiração que tenho as
pessoas inteligentes e educadas que discordam de alguns pensamentos nossos sem,
entretanto, magoar ou ofender o contrário. Partindo dessa premissa gostaria de
observar os seguintes aspectos levantados pela ilustre conterrânea de
Pombal/PB, Mary Loide:
• Tratamento dado ao
Presidente Bolsonaro – sendo coerente com o que normalmente escrevo e não
querendo ser piegas, até porque, todos sabem que votei no Bolsonaro no segundo
turno, nas eleições de 2018, por absoluta falta de opção, mesmo assim reconheço
a falta de respeito que há no tratamento que lhe é dado por parte da mídia
contrária a gestão do atual governo. Há um verdadeiro choque de opiniões quando
o assunto é tratado por essa mídia quando o assunto é Bolsonaro. Temos que
reconhecer que essa situação foi criada pelo próprio Bolsonaro quando provocava
os órgãos de comunicações, antecipando algumas ações que faria contra os
empresários desse mercado, colocando freios na sangria que havia no dinheiro da
Nação, por conta do privilégio que havia quando nas contratações das
propagandas do Governo Federal, alegando seletividade nas contratações;
No Congresso
Nacional, desde o início do mandato do atual Presidente há uma queda de braço
muito forte pela esnobação feita pelo próprio Presidente da República quando
esse entendia que poderia governar sem o apoio político dos congressistas, puro
engano, ele teve que se curvar e pedir apoio ao grupo do chamado centrão na
tentativa de formar uma base parlamentar e dinamizar seu trabalho no executivo,
tantas foram às derrotas do Governo, tanto na Câmara como no Senado;
Supremo Tribunal
Federal (STF) – foi nessa casa, Guardiã das Leis, as diferenças ficaram mais
evidentes, quando o projeto de Lei, ou qualquer outra iniciativa do Executivo,
raramente o assunto não era tratado, ou é tratado, como Inconstitucional. Dessa
forma, alijado pelo Congresso e repelido pelo STF, certamente o atual governo
não tinha como não travar e suas ações ficaram prejudicadas ou adiadas. Nesse
entrevero decorreu por conta do orgulho dos dois Poderes, justificando aquela
máxima: “Sabe com quem está falando?”. Alguns componentes do Judiciário não
queriam aceitar a prepotência do Bolsonaro e esse não se conforma até hoje ser
submetido ao controle jurídico do STF, pelo menos é assim que a história se
apresenta. Fica ai um assunto para muitas controvérsias;
Resumo do assunto –
fica provado mais uma vez que a vaidade, o destempero e a falta de diálogo
jamais vão prevalecer sobre a humildade, o controle emocional e as palavras bem
colocadas; muitas vezes os homens alcançam o sucesso, atingem os píncaros da
glória, tanto financeiramente como no reconhecimento social, muito embora ele
não consiga crescer espiritualmente, falta-lhe a modéstia, não aceitando o
contraditório e até mesmo pedindo perdão pelas suas falhas e erros, todos nós
somos passíveis dessas fraquezas humanas;
• Resposta aos 27 questionamentos
feitos – não tenha dúvidas, minha cara consulente, o que pesa para que a
oposição não tenha entrado, até agora, com toda força para tirar o Presidente
do Poder é exatamente seu comportamento de honestidade. Tudo bem que ser
honesto não é qualidade, mas um dever; ultimamente esse predicado passa longe
das pessoas, mormente dos políticos, em sua maioria;
Quanto aos inúmeros
feitos - nesses últimos quase 19 meses de governo Bolsonaro, entendo que todo
administrador que se preza precisa agir dentro de uma razoável atividade
atendendo as demandas mais prementes, assim aconteceu como devia acontecer com
qualquer dirigente bem intencionado, mesmo não tendo um projeto de governo
previamente preparado e sem nenhum tino administrativo, é exatamente o que
ocorre com Bolsonaro;
Transposição do Rio
São Francisco – esse é um assunto antigo e que foi motivo de muita cobiça
dentro dos Coronéis políticos do Nordeste. Esse caso nasce dentro do Império de
D. Pedro ll, atravessam vários períodos da República, presidentes populares e
populistas e até mesmo golpes, início da República e do próprio Getúlio Vargas,
inventando uma revolução que nunca houve e se aproveitando do assassinato de
João Pessoa, crime passional, diferenças pessoais, cometido por João Dantas, levantaram
uma bandeira como se fora crime político, golpe certeiro no coração da
Democracia brasileira;
Solução parcial da
transposição – os governos do lulopetismo realmente começaram com o projeto,
não restam dúvidas, como também é de conhecimento geral que sua conclusão nunca
seria alcançada por aquele governo desonesto, usavam a obra para desvio de
valores, caso o país não trocasse de comando ela seria uma obra interminável,
seria mais uma fonte de alimentação da corrupção do Governo Federal daquele período,
2003/2014. Quando Bolsonaro assumiu os recursos foram direcionados para o fato
principal e muita coisa foi desenvolvida e ampliada, em obras paradas e
esquecidas, mérito da honestidade do Bolsonaro;
Obras e Projetos
Sociais – com as torneiras fechadas para a corrupção e uma equipe participativa
e voltada para a causa brasileira e não a causa política e pessoal, muitos
projetos deslancham, muito embora alguns colaborados diretos do Presidente não
ajudar muito travando vários empreendimentos, os principais focos seguiram
adiante: a retomada da economia, antes do Coronavírus, estava saindo da curva
lenta para criar solidez, a bolsa acompanhava a esperança das nossas
exportações e o crescente crescimento do agronegócio, superando recordes
anteriores, tanto em 2019 como a previsão para esse ano é de um novo recorde;
Verdades e Mentiras –
muito embora o Presidente Bolsonaro não tenha se preparado para o cargo que
ocupa atualmente, sem o devido traquejo, não se fez de arrogado, nesse aspecto
e foi beneficiado por alguns auxiliares diretos nas tarefas mais diretas,
portanto muitas coisas foram feitas, quando esses auxiliares falharam nas suas
tarefas nada deu certo. Com a surpreendente chegada do Coronavírus o que estava
ruim piorou a economia que caminhava para um pequeno déficit na balança
comercial foi preciso largar mão das perspectivas e se lançar no socorro aos
brasileiros mais carentes, os gastos se multiplicaram e sai do controle, o
governo é autorizado pelo Congresso, com anuência do STF a superar a meta
fiscal, ou seja, superar a previsão orçamentária sem risco de condenação.
O que ficará depois
da pandemia do Coronavírus – epilogando os fatos, peço antecipadamente minhas
desculpas se não retratei a realidade devidamente, pois fui sucinto para não
ser prolixo, foi intencional, procurei não cansa-la e aos leitores também, fica
meu respeito o que foi feito e a tristeza pelo que deveria ter sido realizado,
reconheço a fragilidade da estrutura governamental e a falta de coordenação por
ausência de iniciativas e operacionalidade do próprio governo, mais ainda, não
se admite um governo sem agilidade e inoperante nos setores mais fundamentais
objetivamente na hora da premência como está sendo o caso do Coronavírus. Vai
ficar um vazio enorme na área da saúde depois que a tempestade passar, não sei
se a bonança não vai demorar para nos consolar.
Genival
Dantas
*Poeta,
Escritor e Jornalista
genivaldantasrp@gmail.com
Bolsonaro não foi maquiavélico, mas é um estoico assumidamente devoto
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/17/2020 07:08:00 AM
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