APLAUSOS A CÂMARA MUNICIPAL DE POMBAL
Por Cessa Lacerda
Agradeço a José William de Queiroga Gomes, presidente da “Casa Avelino de Queiroga Cavalcanti” por este honroso convite para participar da Homenagem ao ilustre filho de Pombal, SEVERINO DE SOUSA SILVA.
Parabenizo aos propositores deste importante e significativo Projeto e aos demais vereadores representantes desta Colenda Casa de Leis, pela Brilhante idéia de homenagear ao vivo, um filho ilustre que legou a nossa história um exemplo de homem público, ilustrado poeta e admirável amigo. Homenagem bonita e meritória ao nosso insigne conterrâneo. Festa que suscitou admiravelmente, Edmivan Monteiro, outro inteligente pombalense, parceiro de jornada política de Biró, irmão na poesia, registrando eloqüentemente nesta oportunidade ao vivo uma de suas obras que encantou os presentes. Fato que nos permite exclamar pela repercussão do povo pombalense e dos ouvintes da transmissão deste evento: FEZ DIFERENÇA.
É bem louvável que possamos aplaudir a nossa Casa Legislativa por este fato ímpar em nossa cidade.
Parabéns, portanto, a todos que com vocês Legisladores participaram desta destacável festa, unindo a alegria e a felicidade de Maria, seus filhos, Dedé, Birosinho, Sales, Cláudio, netos e familiares.
POMBAL, cidade condecorada por honoráveis filhos, ilustrando há mais de três séculos a sua rica história. Berço do naturalista Arruda Câmara, do guerreiro Padre Nobre e do herói Argemiro, ícones do nosso Hino, verdadeira evocação a nossa história, poema dedicado a Pombal pelo imortal poeta, Pai da Educação Pombalense: Professor Newton Pordeus Seixas. Hino oficializado pela Câmara Legislativa, Lei número 103, de 18 de janeiro de 1956. Valendo ressaltar, que Francisco Ribeiro, renomado músico, foi o compositor da bela melodia.
Pombal, pátria do renomado economista Celso Furtado, de honrados Políticos, brilhantes escritores, dinâmicos literatos, jornalistas, historiadores, professores e destacáveis vates: Leandro Gomes de Barros, Belarmino de França, Silvestre Honório e tantos outros.
O nosso homenageado: HOMEM INTELIGENTE, ADMIRÁVEL POETA E INDELÉVEL POLÍTICO POMBALENSE
Em plena comemoração as homenagens elevadas pela Câmara Municipal de Pombal, naquele dia cinco de setembro de 2009, a SEVERINO DE SOUSA SILVA, um dos ilustres filhos, deste Torrão paraibano, não poderíamos ficar omissos a nossa homenagem, se bem que, este co-irmão pombalense pertence a nossa Associação Poética Pombalense, “Prof. Newton Pordeus Seixas”.
Partindo da temática: O HOMEM, O POETA, O POLÍTICO, O CONFRADE AMIGO, é que se torna fácil falar do homenageado. Na trajetória de sua vida adaptou-se aos cognomes de Biró, Beradeiro ou Beira-mar, sendo este, o que mais se identificou com o brilhante e espirituoso vate que ele era.
BIRÓ veio lá do sítio Jurema para Pombal, em plena juventude já fazia poesia, pois o poeta é assim, já nasce feito, e, aqui chegando, teria que manifestar o seu esplendoroso intelecto. Filho de agricultores, pessoas simples, mas admiráveis, inseridas no dizer Euclidiano: “Antes de tudo um forte”. Ele foi um privilegiado de nascer num lugar onde Deus promove o homem com os mais nobres dons da sabedoria e da simplicidade. Lugar onde a natureza parece mais gentil, atraindo e conduzindo o homem ao que tem de melhor e mais belo. Foi ali onde Deus fez com BIRÓ, o que escreveu o ilustrado poeta José de Jó. Poesia bela interpretada brilhantemente naquela tarde festiva, pelo vereador Pedro Celestino Dantas Filho, (Pedrinho), um dos propositores daquela homenagem.
Vereador Pedro Celestino Dantas Filho, na Tribuna (foto)
Biró conquistou a minha admiração pelo homem expansivo e simpático, político fiel e admirável, destacável marceneiro, sobretudo pela facilidade de improvisar e fazer versos. Poeta popular de uma envergadura cultural extraordinária. Foi correligionário dos destacáveis chefes políticos Janduy e Ruy Carneiro, do antigo PSD, de quem recebeu grande influência política, mantendo-se sempre fiel em todas as campanhas partidárias para a escolha dos seus representantes.
Quando na campanha para prefeito, em 1955, em que Dr. Avelino e Nelito concorreram com Elry Medeiros e Cândido Queiroga, Biró ingressou com entusiasmo nas lidas políticas, animando-as com brincadeiras, procurando conquistar o eleitor. Em 1963, Dr. Avelino foi novamente candidato a prefeito pelo PSD, ele foi um dos grandes animadores usando sua verve poética para proclamar os candidatos. Nessa época conquistou as atenções de todos, correligionários e também adversários. Manteve destaque em todas as concentrações políticas com a poesia e a música. Fez três paródias para o seu candidato. Cito uma com plágio do frevo de (Gagárim). “Avelino é candidato de conceito/ Com Nelito vão marchar para a vitória/ O povo já lhes consideram eleitos/ Vai ser o nosso prefeito/ Que vai ficar na história. Pombal agora Vai dar um passo a frente /Duas figuras decentes /Vão governar sem demora. É Avelino e Nelito que o povo quer/ Vai ser nosso prefeito/ em Pombal, se Deus quiser”.
BIRÓ ingressou na Militância Política como Vereador por dois mandatos, no mandato do prefeito Francisco Pereira e vice, Hildo de Assis Arnaud, de 1973 a 1976 e no governo de Paulo Pereira e Aureliano Ramalho, de 1977 a 1982, este, por seis anos, por prorrogação de mandato do referido prefeito. Conferindo assim, dez anos de militância como Vereador. Vale ressaltar que foi nessa época que ele compôs BEIRA-MAR, fazendo a sua propaganda.
(Refrão) Beira-Mar, Beira-Mar, Beira-Mar.
o PMDB tá botando pra quebrar) (bis)
(1ª Estrofe) Eu lhe peço, por favor.
Pedindo um voto eu estou,
Quero ser vereador.
Se o povo me ajudar
Meu número vou publicar.
Quinze seiscentos e oito
que sou candidato afoito
Pra derrotar mangangá...
É louvável citar alguns testemunhos de pessoas, que, mesmo adversárias de Biró admiravam os seus versos. Quando alguma pessoa chegava a seu Chico Pereira contando bisbilhotice de Biró, ele, com mansidão (qualidade própria), dizia: “Deixe Biró fazer os versinhos dele, que eu acho até muito bonitinho, aquele Beira-Mar dele”. A pessoa saia desconfiada com a bela lição. Cícero Gregório, meu pai, era adversário de Biró, porém tinha uma grande admiração por ele principalmente por sua veia poética.
Deixo aqui registrado uma passagem do quanto ele era espirituoso e partidário convicto do PMDB, e, em qualquer circunstância ele tinha que registrar as suas piadas. Era um ano político. Estávamos Bibia, ele, eu e Maria acompanhando o Rosário e víamos o quanto era grande a multidão. De repente ao descer o morro da estação ferroviária ficamos absortos com a presença grande do povo, ele chegou aos ouvidos de Bibia e disse baixinho: “Se Nossa Senhora do Rosário fosse do PMDB, ninguém perdia esta campanha”.
Biró, ainda militou na política como Vice-prefeito, cumprindo com Levi Olímpio, um mandato de seis anos, 1983 a 1988. Neste ínterim, quero registrar a sua participação como vice-prefeito, no JORNAL DE POMBAL, ANO I - EDIÇÃO ESPECIAL ANIVERSÁRIO DA CIDADE. 21 de julho de 1984. “Parabéns Pombal, por hoje estar completando mais um ano não só de aniversário, mas também de luta, e que essa luta seja transformada em UNIÃO, PAZ E AMOR”. (arquivo meu). Extremamente devotado a sua terra, prestou admirável contribuição ao nosso município.
Compôs ainda muitas paródias nas campanhas políticas, e, fez belas poesias com os amigos, a exemplo de Dr. Avelino, quando morreu, ele se expressou assim:
MEU ADEUS A AVELINO.
Agora escrevo com pena
Uma história de verdade
Morreu Dr. Avelino
O médico da caridade
Que operava a mulher pobre
No hospital Maternidade.
Nasceu pobre e morreu pobre
Nunca olhou para a riqueza
Era do destino dele
Ser amigo da pobreza.
Jesus Cordeiro Divino
A sua alma proteja...
Transcrevi estas duas primeiras estrofes e as demais se encontram na Obra “Memórias do Beira Mar” de Wertevan Fernandes.
Era assim que Biró fazia política e suas campanhas, com carro de som e a ilustração da sua poesia, animando o povo e conquistando votos. Hoje, tudo mudou. As pessoas, não se portam com democracia, com respeito ao adversário, praticam coisas incoerentes, retirando a paz dos que têm senso de fé cristã, que confiam ainda numa sociedade justa, constituindo um todo para o bem comum.
Biró teve passado e teve história, marcando ainda o patrimônio cultural com predominância ou inclinação pelas coisas do espírito, da inteligência premiada por Deus.
Atualmente ele faz parte da ilustrada ASSOCIAÇÃO POÉTICA POMBALENSE, “PROF. NEWTON PORDEUS SEIXAS”, incluindo-se no Quadro dos grandes vates pombalenses. Para narrarmos a vida do nosso homenageado seria preciso compilar outro livro, além de MEMÓRIAS DO BEIRA MAR, autoria do escritor Wertevan Fernandes, onde se encontra uma parte da sua história.
E para descontrairmos um pouco, comprovando a beleza do seu improviso, apenas uma de suas Sétimas que declamou ao encontrarmos um dia: A MOSCA E A MURIÇOCA.
A mosca e a muriçoca
São dois insetos que aborrecem.
A mosca durante o dia,
De noite desaparece
Mas quando ela faz a troca
É a vez da muriçoca
Até que o dia amanhece.
BIRÓ é um ícone da nossa história e importante patrimônio da nossa terra.
O HOMEM, O POETA, O POLÍTICO, O CONFRADE AMIGO, emudeceu a voz e voou para o além onde se encontrou com os demais irmãos poetas, e, unidos cantarão a glória e a poesia da sua terra mãe!
Prestamos louvores a BIRÒ, pelo que ele representou para Pombal e o seu nome haverá de repercutir a sua história.
A BIRÓ elevamos as nossas preces e com carinho esta singela homenagem.
A Maria, sua esposa, filhos e familiares a união da nossa fé do seu encontro com Deus! ASSOCIAÇÃO POÉTICA POMBALENSE, “PROF. NEWTON PORDEUS SEIXAS.
Cessa Lacerda Fernandes.
*Professora, poetisa e escritora pombalense.
*Presidente da ALP – Academia de Letras de Pombal e da
Associação Poética Pombalense “Prof. Newton Pordeus Seixas”
Contato: cessalacerdapb@hotmail.com
Pombal, 10 de setembro de 2009.
APLAUSOS A CÂMARA MUNICIPAL DE POMBAL
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/11/2009 03:52:00 PM
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Um comentário
Homenagem a Biró
De: Maria das Graças Santana (graca.advpatos@gmail.com)
Enviada: quarta-feira, 16 de setembro de 2009 19:56:11
Para: cessalacerdapb@hotmail.com
Querida amiga Cessa,
Comecei a escrever e o computador, que é mais sabido do que eu e mais rápido não me deixou sequer escrever a mensagem e já foi enviando o que comecei a escrever . Desconsidere a primeira, se tiver chegado.
Parabéns pela merecida crônica feita ao nosso estimado, nesquecível e querido Biró. Lembrei-me muito do meu pai de quem era muito amigo. Parecia, ao ler, que estava a vê-lo naqueles "momentos políticos" que o mesmo comandava em cima daqueles caminhões. Senti saudade daqueles tempos em que tudo era alegria, embora houvesse rivalidade, não tanto quanto hoje!!!.
Você descreveu com muita clareza e sentimento o que foi Biró para Pombal e seus conterrâneos. Senti muito a partida dele, mas Deus sabe a hora de levar os seus. " Deus dá e Deus tira. Bendito seja o nome do Senhor". Cada um tem o seu dia.
Não vou me ater muito a comentar pois você retratou fielmente tudo o que ele foi e representou para Pombal, seus familiares e amigos.
Que Deus o tenha em um bom lugar. Ainda não vi Maria. Falei com Birozinho por telefone.
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Também faz muito tempo que não lhe vejo. Sei que você passou por uma cirurgia e nunca lhe visitei. Às vezes a gente programa as coisas e não dão certo. Faça de conta que lhe visitei, pois a amizade que temos, certamente a minha falha não será motivo para manchá-la. Graças a Deus você ficou boa.
Vou a Pombal ligeiramente, apenas fico na casa de mãe que já está com 90 anos e precisando muito de nossa presença.
Atravessamos muitas águas turvas mas já estamos chegando à praia, sãos e salvos. Deus é bom e é pai.
Se fosse escrever levaria muito tempo e com certeza não faltaria assunto. De outra vez conversarei mais, pois anotei o seu e-mail e leio todas as mensagens que você coloca na internet pelo site da radio liberdade.
Lembraças a Bibia, minhas e de Rui. Sei que você vai estranhar esta correspondência, mas quem é vivo sempre aparece!
Receba um grande abraço da amiga.
Gracinha Santana
Patos, PB., 16.09.2009
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