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CAMINHO SEM VOLTA

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Falências, índice de crescimento da produção zero, desemprego elevado, alta volatilidade do câmbio, vendas em declínio e escassez de crédito, um conjunto de fatos que representa bem uma depressão econômica. A depressão vem na seqüência de uma recessão prolongada, com redução do PIB, (Produto Interno Bruto) acima dos 10%, de um país.

A grande depressão nos EUA teve como ápice em 24 de outubro de 1929, a bolsa de valores de Nova Iorque caiu vertiginosamente, na histórica quinta-feira negra, por conseguinte a inflação se elevou, a redução da produção na indústria fez o desemprego se elevar e propiciou queda acentuada nas vendas, por essas razões essa depressão foi considerada a maior e a mais longa do século xx.

Com a quebra da bolsa de Nova Iorque os aliados comerciais, principalmente da área industrial, dos EUA, também sofreram as conseqüências, dentre eles o Reino Unido, Alemanha, Áustria, Itália e França.

Com o comercio internacional parado o Brasil também foi afetado não tendo vendido o café, produto de exportação que representava muito para nossa economia. Por isso, e graças a esse motivo externo, começamos o processo de industrialização aqui no Brasil

Nos EUA, com a vitória do Presidente Franklin Delano Roosevelt, em 04 de março de 1933, e a implantação de novas medidas econômicas, concomitantemente, as medidas adotados pela Europa, a economia mundial volta a crescer, mesmo que lentamente, começa um novo processo de desenvolvimento industrial.

As medidas adotadas pelo governo americano é bem conhecida por todos nós, incentivos fiscais, diminuição das tarifas alfandegárias, para alguns produtos importados, estímulo ao emprego, controle no comercio das bolsas de valores, para o aplicador não aplicar em ações podres ou perigosas, ajuda financeira por prazo determinado para os desempregados.

Com início da segunda grande guerra, que durou de 01 de setembro de 1939 até 02 de setembro de 1945, e as crescentes vendas da indústria bélica, naquele período, e depois as guerras localizadas, mantidas principalmente pelos americanos, o comercio internacional se manteve em alta tanto para os americanos como para os europeus.

Inicio de novo milênio, novo século, o mundo começa a experimentar novos rumos, globalização da economia, comunicação em tempo real, o consumismo em alta. Em 2008 começa uma onda de bolha inflacionária e os EUA entra numa área de risco, o mundo entra em pânico, pois a dívida externa americana é grande podendo trazer prejuízos para muitos paises que detém ações do tesouro americano. Medidas tomadas, paliativos, soluções em prática para curto, médio e longo prazo, o problema é represado, não resolvido.

O mundo se prepara para o final de um mais um ano fiscal, a Europa anuncia através das suas principais potências econômicas toda sua fragilidade, principalmente aqueles que adotaram uma nova moeda, no caso o euro, e todos nós entramos em alerta, principalmente agora que a Alemanha anuncia seu crescimento zero para produção da sua indústria, país que representa um dos maiores parques industriais do mundo, tanto na tecnologia de ponta coma na química fina.

Entre os emergentes, BRICS, (Brasil, Rússia, Índia e China), a china começa a mostrar sinas de fraqueza na sua produção, se isso se efetivar o mundo econômico entrará numa rosca sem fim, hoje a China é um grande importador de matéria prima e exportador de produto acabado.

Aqui no Brasil, quando nosso governo anunciava que estávamos preparados para resistir a qualquer crise que surgisse no exterior, de repente o IBGE (instituto brasileiro de geografia e estatística) apresenta resultados do nosso terceiro trimestre, julho, agosto e setembro, com índice de crescimento zero. Algumas indústrias começam a demitir, palidamente, mas é um começo preocupante, os analistas já não estão tão animados como antes, a previsão para o primeiro semestre do próximo ano não é animador, nossa moeda supervalorizada não ajuda à política de exportação, há uma retração em determinados setores, a inflação está contida em níveis elevados, os juros pagos para cobrir a dívida interna são exorbitantes, se baixarmos mais os juros, taxa SELIC (taxa de financiamento no mercado interbancário), hoje em 11%, criaremos um problema para venda dos nossos títulos no mercado internacional investidor, financiador da nossa dívida.
Não temos saída, senão trabalhar muito, fazer economia, fechar o ralo por onde perdemos nossos recursos, torcer para a recuperação da economia internacional, de alguma forma ajudar o mercado nessa ação, para isso já fomos solicitados, manter a coerência, enxugar a máquina administrativa, manter as exportações em crescimento, nossas comodities nos ajudará bastante nesse aspecto, pois está em alta e com perspectivas de grandes volumes de vendas para o próximo ano. Vamos aproveitar a crise e aplicar políticas que possam nos levar em frente e nos mantermos no patamar que alcançamos com muito sacrifício, não temos o direito de retroceder nessa caminhada, é um caminho sem volta.

*Pombalense, é Empresário em Navegantes SC.
CAMINHO SEM VOLTA CAMINHO SEM VOLTA Reviewed by Clemildo Brunet on 12/08/2011 06:08:00 AM Rating: 5

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