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Retrospectiva e Projeção

FELIZ ANO NOVO



Nos últimos 50 anos o planeta terra tem passado por transformações com profundas mudanças, tanto na sua ecologia como seus efeitos para a sobrevivência do ser humano sobre sua face. O homem tem mostrado um comportamento desastroso para com as riquezas naturais degradando o meio ambiente, usando todo seu potencia mineral sem nada repor ou propor alternativas viáveis para que no amanhã bem próximo esse farto material não venha faltar para a continuidade ou prolongamento da própria vida. Os recursos naturais não são renováveis, portanto, carece de um controle rígido do seu uso até que tenhamos outros desenvolvidos pelo próprio homem em substituição aos atuais.

No campo do desenvolvimento humano, temos mantido a filosofia de tudo pelo progresso material, mesmo que em detrimento da ética e
da moral. Estamos há seis (6) décadas sem guerra mundial, nos moldes das de 1914/1918, e principalmente da segunda, do período de 1939/1945. Essa última com números alarmantes e chocantes, enquanto a primeira teve um custo de US$208 bilhões, a segunda consumiu o impressionante montante de US$1.5 trilhões, com mortes de 78 milhões, entre homens e mulheres, mais ainda, 28 milhões de mutilados. Nos últimos tempos não convivemos com a famigerada guerra mundial, mas nos presentearam com a já descartada e sem resultados específicos, a guerra fria. As localizadas e regionalizadas, em diversos países, que matam no silêncio da hipocrisia, enquanto negocia-se a paz. Para tanto, usa-se a guerra como objeto de troca, trucidando e ceifando vidas inocentes, é a idiotice humana, para manutenção ou alcance de poderes, pura megalomania dos arrogantes.

Na área econômica reside o desastre da incompetência das potências mundiais, hoje ocupamos papel de destaque, um 6° lugar e sofrível posição entre os emergentes. Enquanto os EUA lutam para não entrar definitivamente no abismo fiscal, que seria a 2° crise econômica em cinco (5) anos, representando uma tragédia mundial pelo que ele representa para a economia mundial. A china superou quase todos seus problemas internos, passando de um país de fome e miséria para o destacado produtor industrial, mesmo que sem muitos recursos naturais, com custo final de seus produtos industrializados sem precedentes na história do parque industrial mundial, exportando e ultrapassando fronteiras. A Índia, outra nação vinda de um histórico currículo de dependência, colônias expostas à miséria, também soube superar dificuldades, diferenças internas e se sobressair, principalmente no mercado da química fina, superando a Alemanha. Provavelmente manterá essa posição por muito tempo, em decorrência dos seus investimentos na educação do seu povo. À zona do Euro a situação foi desconfortante, principalmente em 2012, quando as dificuldades aumentaram, com problemas de sobrevivência para as indústrias que tiveram retração e não estão encontrando facilidades para sair da peleja. Destaque negativo para a Grécia, Espanha, Portugal, Itália e a própria Inglaterra. Sobrando para a Alemanha a responsabilidade de fazer renascer a esperança nos 25 países da zona do Euro e recriar uma Europa fortalecida na sua cultura e tradição milenar. No Brasil, lutamos para manter um parque industrial ativo, apesar do seu sucateamento e descaso das diretrizes centralizadas no governo central, através dos seus principais fomentadores, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDS que teimam em direcionar recursos à setores específicos, sem estimular o seu todo. Ficamos na dependência das nossas commodities, e só não tivemos um ano pior, graças a esse setor que mesmo com dificuldades causadas por problemas climáticos, de norte a sul, principalmente com a seca do nordeste. Mesmo assim tivemos um número positivo com crescimento do PIB em 1%, nada mais ridículo para um país com o nosso potencial. Para os próximos anos vamos ter dificuldades graças a incompetência do setor energético que mostra sinas de mau uso das reservas em suas estações geradoras e de distribuição, com apagões generalizados, cuja responsabilidade é imputada a erros humanos quando, efetivamente, sabemos que falta de manutenção e investimentos para atender demanda atual e futura é a causa principal dessa calamidade. Só não foi mais desastroso por ineficiência da indústria que teve um papel sofrível na sua produção, não necessitando uma demanda maior de energia no ano de 2012.

No tocante ao plano político, tivemos a falência do comunismo, a queda do muro de Berlim, o desempenho desastroso da esquerda, direita, socialismo e neo-socialismo. Restando ao homem a busca de um modelo que possa ser seguido, um projeto econômico distante do capitalismo que vem demonstrando que o consumismo não é o ideal, apenas a produção não resolve o problema de sobrevivência do ser humano sobre a terra. Infelizmente em tudo dependemos dos que fazem a política, nesse campo estamos minados por corruptos inveterados, mitomaníacos que acreditam nas suas próprias mentiras, caso específico dos 25 mensaleiros condenados pelo STF, e continuam acreditando nas suas inocências. 

No que se refere a estímulo ao desenvolvimento, tivemos no Brasil erros de cálculos quando estimulamos a venda de automóveis e não criamos alternativas para desafogar o trânsito tantos nas estradas como nas cidades, criamos uma situação caótica para os motoristas e os administradores do tráfego nacional. O que mais lamentamos é que, toda nossa infraestrutura e para escoamento da nossa produção está comprometida, há projeto e dinheiro disponibilizado para soluções, os valores apresentados não resolvem nossos problemas, R$133 bilhões, no total, quando necessitamos de R$100 bilhões anuais.

Na educação, precisávamos de um novo Eduardo Mattos Portella, que num gesto de nobreza demonstrou, enquanto Ministro da Educação, toda sua transitoriedade: ”estou ministro, não sou ministro”. Nunca seguida pelos demais ocupantes de cargos públicos nesse país, que se sentem os senhores do poder, a perpetuação, a hereditariedade e absolutismo desenfreado. Em outras palavras, a vergonha do apego às posições. Nunca tivemos tanta necessidade de uma política educativa mais eficiente e eficaz, nossos alunos sofrem da necessidade de um aprendizado com qualidade, estão nas escolas, mas continuam analfabetos tanto par ler quanto para escrever. Uma verdadeira vergonha mundial.

Apesar dessas ponderações, e com outras prováveis, acredito no futuro do meu país, de norte a sul, um Brasil gigante, não só pela sua extensão territorial, mas pelo seu povo, principalmente agora que o caso dos royalties que levanta a questão do pacto federativo, assunto que precisa ser definido para não ficarmos nesses questionamentos republicanos, cada Estado trabalhando independentemente, sem mendicidade, condições igualitárias para todos nós que trabalhos por uma terra de todos e para todos.

Genival Torres Dantas
Escritor e Poeta
Retrospectiva e Projeção Retrospectiva e Projeção Reviewed by Clemildo Brunet on 12/30/2012 07:53:00 PM Rating: 5

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