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AÇÕES DA JUVENTUDE LEVAM GOVERNO A AGIR

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

As manifestações de ruas iniciadas pelo movimento do passe livre (MPL), ações de estudantes que buscam uma mobilidade urbana de caráter social, sem custo aos usuários e extensivo à toda população, começou a ter efeito junto as autoridades constituídas, levando governadores e prefeitos de grandes centros à suspender os reajustes nas tarifas dos ônibus urbanos e até mesmo metrô, caso específico de São Paulo que cancelou até mesmo o reajuste de pedágio para as autovias nas estradas paulistas.

A vitoria dos manifestantes não pode ser considerado como uma guerra ganha foi apenas uma batalha entre outras que podem vir em decorrência da pauta de reivindicações que são muitas. O MPL também não deve recuar, largando o movimento nesse momento, pois, o sucesso do grupo foi, principalmente, pela participação do povo como um todo, esse conjunto de manifestantes isolado não teria assegurado seus direitos reconhecidos em tão pouco tempo, portanto, é de bom arbítrio que seus líderes continuem ajudando a esse mesmo povo a ter seus anseios interpretados como justos, mantendo-se unido nas ações; também não pode alongar sua pauta, e
por muito tempo durante o tempo todo, para não correr o risco de ver o movimento banalizado, perdendo a força da união e esvaziado pelo cansaço dos seus membros e a repetição de ações dos bandidos que continuam se infiltrando no meio das passeatas, sacando e provocando destruição ao patrimônio público e privado, acarretando prejuízos ao movimento, que é um direito de todos, desde que respeitado o direito dos outros.

Verificamos que há muitos grupos, em várias regiões do Brasil, fazendo movimentos com fins específicos e direcionados a objetivo bem claro à sua causa, caso específico dos sem teto que aproveitam o gancho do momento e parte para sua luta já de muito tempo.
A reação do governo federal convocando os 27 governadores dos seus Estados e 26 prefeitos das Capitais, para um pacto nacional em torno das preocupações e temas levantados pelos manifestantes, tentando antecipar novas ações e levar alívio à população, provocou reações divergentes em vários órgãos de classes, como CNBB, OAB, e no meio político, ficando os aplausos para os situacionistas e o desencanto aos opositores.

Na área da educação a presidente propôs o apoio ao projeto que destina 100% dos royalties da exploração do petróleo, e 50% dos recursos do pré-sal a serem recebidos pelas prefeituras e governo federal seja direcionado para investimentos especificamente nessa área. Pelo estado falimentar, em que se encontra esse setor, é o mínimo que deve ser feito para corrigirmos uma distorção que vem se arrastando ao longo dos anos. Temos que seguir o ritmo dos novos tempos quando constatamos que os países que estão conseguindo sair da sua letargia desenvolvimentista, hoje conseguindo destaque na economia mundial, só conseguiram com investimentos maciços na educação do seu povo. Portanto, estamos atrasados nas nossas iniciativas, convém darmos velocidade nas nossas ações, sem pressa no desenvolvimento do projeto, para não corrermos o risco de fazemos mal feito o que deve ser feito com esmero, em nome das futuras gerações.

Na campo econômico, volta o interesse do governo, pelo menos no discurso apresentado, para a manutenção dos fundamentos da economia, com sua estabilidade, com responsabilidade fiscal e controle absoluto da inflação, com atuação peremptória e perene.

Quanto a corrupção, motivo maior dos anseios populares, o governo também se ateve, pedindo para que seja tratada como um crime hediondo, para tanto se faz necessário endurecer as ações com uma legislação mais firme e objetiva, com condenações pesadas.

Na saúde, infelizmente há um espírito de entendimento do seu sucateamento, nem por isso é republicano querer anunciar um projeto megalomaníaco, sem os devidos recursos para sua execução. A construção de 800 hospitais e a implantação de milhares unidades de pronto-atendimento e unidades básicas de saúde, implementando a contratação de 35 mil médicos até 2015, é um objetivo além das nossas possibilidades. Outros projetos desse porte, em outras áreas, já foram anunciados, em outros tempos e pelo mesmo governo, sem a sua realização, ou realizado parcialmente. Nessa hora precisamos ser coerentes, matemáticos, não incorrer no risco de cometer enganos ao tentar acertar para atender os anseios populares e criar uma situação de embaraço para o futuro.

A saúde para ser bem atendida não precisa apenas de hospitais, unidades básicas e médicos. Precisamos de hospitais bem equipados, com os serviços de apoio bem estabelecidos, não esquecendo detalhes para sua operacionalidade, com equipamentos suficientes para exames complementares ou auxiliares a altura das necessidades regionais, dando vazão às quantidades requeridas. Tornando a Departamentalização dos seus setores com o fluxograma de forma a trazer uma resposta às necessidades prementes de toda uma nação, em qualquer lugar que ele esteja, e com o problema que ele tenha. Com a contratação de material humano, médico e paramédico, além de toda administração, com padrão de qualidade eficiente e eficaz. 

No segmento de transportes para atender a demanda da mobilidade urbana, com transporte coletivo, apenas a redução nos custos para a utilização desse meio de transporte, principal reivindicação do movimento, não é suficiente, precisamos melhor a qualidade desses serviços, aliás, os serviços prestados pelo sistema são extremamente deficitários, não podemos tergiversar o povo nesse assunto, ele não é intercorrente, faz parte do dia a dia para quem usa serviços públicos em nosso país.
Finalmente, a ideia levantada pela presidente, da convocação de um plebiscito para tratar de um assunto específico, a reforma política, já levantou o debate dentro da sociedade, cada qual apontando seus argumentos para justificar a inconstitucionalidade ou não do tema.

A sorte está lançada, o recado foi dado, o povo continua na rua, precisamos agir com ponderação, respeito às instituições, elas ficam e nós passamos, portanto, temos que ter muito juízo nessa hora, todos nós brasileiros precisamos trabalhar com e para o espírito público. Lembrando sempre o que foi dito com inteligência: Muitas das coisas mais importantes do mundo foram conseguidas por pessoas que continuaram tentando quando parecia não haver mais nenhuma esperança de sucesso”. (Dale Carnegie – 1988/1955 – escritor e orador norte-americano).

*Escritor e Poeta
AÇÕES DA JUVENTUDE LEVAM GOVERNO A AGIR AÇÕES DA JUVENTUDE LEVAM GOVERNO A AGIR Reviewed by Clemildo Brunet on 6/27/2013 10:51:00 AM Rating: 5

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