AÇÕES DA JUVENTUDE LEVAM GOVERNO A AGIR
As manifestações de ruas iniciadas pelo
movimento do passe livre (MPL), ações de estudantes que buscam uma mobilidade
urbana de caráter social, sem custo aos usuários e extensivo à toda população,
começou a ter efeito junto as autoridades constituídas, levando governadores e
prefeitos de grandes centros à suspender os reajustes nas tarifas dos ônibus
urbanos e até mesmo metrô, caso específico de São Paulo que cancelou até mesmo
o reajuste de pedágio para as autovias nas estradas paulistas.
A vitoria dos manifestantes não pode ser
considerado como uma guerra ganha foi apenas uma batalha entre outras que podem
vir em decorrência da pauta de reivindicações que são muitas. O MPL também não
deve recuar, largando o movimento nesse momento, pois, o sucesso do grupo foi,
principalmente, pela participação do povo como um todo, esse conjunto de
manifestantes isolado não teria assegurado seus direitos reconhecidos em tão
pouco tempo, portanto, é de bom arbítrio que seus líderes continuem ajudando a
esse mesmo povo a ter seus anseios interpretados como justos, mantendo-se unido
nas ações; também não pode alongar sua pauta, e
por muito tempo durante o tempo
todo, para não correr o risco de ver o movimento banalizado, perdendo a força
da união e esvaziado pelo cansaço dos seus membros e a repetição de ações dos
bandidos que continuam se infiltrando no meio das passeatas, sacando e
provocando destruição ao patrimônio público e privado, acarretando prejuízos ao
movimento, que é um direito de todos, desde que respeitado o direito dos
outros.
Verificamos que há muitos grupos, em várias
regiões do Brasil, fazendo movimentos com fins específicos e direcionados a
objetivo bem claro à sua causa, caso específico dos sem teto que aproveitam o
gancho do momento e parte para sua luta já de muito tempo.
A reação do governo federal convocando os 27
governadores dos seus Estados e 26 prefeitos das Capitais, para um pacto
nacional em torno das preocupações e temas levantados pelos manifestantes,
tentando antecipar novas ações e levar alívio à população, provocou reações
divergentes em vários órgãos de classes, como CNBB, OAB, e no meio político,
ficando os aplausos para os situacionistas e o desencanto aos opositores.
Na área da educação a presidente propôs o
apoio ao projeto que destina 100% dos royalties da exploração do petróleo, e
50% dos recursos do pré-sal a serem recebidos pelas prefeituras e governo
federal seja direcionado para investimentos especificamente nessa área. Pelo
estado falimentar, em que se encontra esse setor, é o mínimo que deve ser feito
para corrigirmos uma distorção que vem se arrastando ao longo dos anos. Temos
que seguir o ritmo dos novos tempos quando constatamos que os países que estão
conseguindo sair da sua letargia desenvolvimentista, hoje conseguindo destaque
na economia mundial, só conseguiram com investimentos maciços na educação do
seu povo. Portanto, estamos atrasados nas nossas iniciativas, convém darmos
velocidade nas nossas ações, sem pressa no desenvolvimento do projeto, para não
corrermos o risco de fazemos mal feito o que deve ser feito com esmero, em nome
das futuras gerações.
Na campo econômico, volta o interesse do
governo, pelo menos no discurso apresentado, para a manutenção dos fundamentos
da economia, com sua estabilidade, com responsabilidade fiscal e controle
absoluto da inflação, com atuação peremptória e perene.
Quanto a corrupção, motivo maior dos anseios
populares, o governo também se ateve, pedindo para que seja tratada como um
crime hediondo, para tanto se faz necessário endurecer as ações com uma
legislação mais firme e objetiva, com condenações pesadas.
Na saúde,
infelizmente há um espírito de entendimento do seu sucateamento, nem por isso é
republicano querer anunciar um projeto megalomaníaco, sem os devidos recursos
para sua execução. A construção de 800 hospitais e a implantação de milhares unidades
de pronto-atendimento e unidades básicas de saúde, implementando a contratação
de 35 mil médicos até 2015, é um objetivo além das nossas possibilidades.
Outros projetos desse porte, em outras áreas, já foram anunciados, em outros
tempos e pelo mesmo governo, sem a sua realização, ou realizado parcialmente.
Nessa hora precisamos ser coerentes, matemáticos, não incorrer no risco de
cometer enganos ao tentar acertar para atender os anseios populares e criar uma
situação de embaraço para o futuro.
A saúde para ser
bem atendida não precisa apenas de hospitais, unidades básicas e médicos.
Precisamos de hospitais bem equipados, com os serviços de apoio bem
estabelecidos, não esquecendo detalhes para sua operacionalidade, com
equipamentos suficientes para exames complementares ou auxiliares a altura das
necessidades regionais, dando vazão às quantidades requeridas. Tornando a
Departamentalização dos seus setores com o fluxograma de forma a trazer uma
resposta às necessidades prementes de toda uma nação, em qualquer lugar que ele
esteja, e com o problema que ele tenha. Com a contratação de material humano,
médico e paramédico, além de toda administração, com padrão de qualidade
eficiente e eficaz.
No segmento de
transportes para atender a demanda da mobilidade urbana, com transporte
coletivo, apenas a redução nos custos para a utilização desse meio de
transporte, principal reivindicação do movimento, não é suficiente, precisamos
melhor a qualidade desses serviços, aliás, os serviços prestados pelo sistema são
extremamente deficitários, não podemos tergiversar o povo nesse assunto, ele
não é intercorrente, faz parte do dia a dia para quem usa serviços públicos em
nosso país.
Finalmente, a
ideia levantada pela presidente, da convocação de um plebiscito para tratar de
um assunto específico, a reforma política, já levantou o debate dentro da
sociedade, cada qual apontando seus argumentos para justificar a
inconstitucionalidade ou não do tema.
A sorte está
lançada, o recado foi dado, o povo continua na rua, precisamos agir com
ponderação, respeito às instituições, elas ficam e nós passamos, portanto,
temos que ter muito juízo nessa hora, todos nós brasileiros precisamos
trabalhar com e para o espírito público. Lembrando sempre o que foi dito com
inteligência: “Muitas das coisas mais importantes do
mundo foram conseguidas por pessoas que continuaram tentando quando parecia não
haver mais nenhuma esperança de sucesso”. (Dale Carnegie –
1988/1955 – escritor e orador norte-americano).
*Escritor e Poeta
AÇÕES DA JUVENTUDE LEVAM GOVERNO A AGIR
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/27/2013 10:51:00 AM
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