CICLOS ECONÔMICOS DE POMBAL
Segundo Ciclo
Depois
do desmantelamento da agricultura algodoeira os proprietários rurais
localizados às margens do rio decidiram investir em atividades irrigadas. Sem
dúvida, não deixou de ser uma decisão acertada porque foi dado o primeiro passo
para o inicio do segundo Ciclo de prosperidade fundamentado na produção irrigada,
na pecuária de corte/leiteira, bem como na agroindústria.
Foi
isso mesmo, o plantio da banana, complementado pelo cultivo do feijão, arroz,
milho, melancia, gado de corte/leiteiro, marcou o inicio de uma nova era de
prosperidade da economia de Pombal. Os empregos perdidos em razão da estagnação
econômica logo após o fim do primeiro ciclo, em grande parte, foram recuperados,
porem numa escala inferior aos níveis de ocupação existentes na fase áurea dos
anos cinquenta em vante.
A
pecuária leiteira desenvolveu-se de forma progressiva a ponto de elevar o
município à condição de maior bacia leiteira do Estado. Paralelamente a essas atividades
despontou a agroindústria voltada para o processamento de leite, frutas, com
destaque para a banana e
em menor escala a goiaba. Foi um caso típico de formação de uma incipiente base agroindustrial fundamentada na integração de cadeias produtivas primárias, secundárias e terciarias. Quero dizer, a integração da produção agrícola, indústria e comercio.
em menor escala a goiaba. Foi um caso típico de formação de uma incipiente base agroindustrial fundamentada na integração de cadeias produtivas primárias, secundárias e terciarias. Quero dizer, a integração da produção agrícola, indústria e comercio.
Assim
como o leite, a produção da banana para processamento industrial transformou o
município de Pombal no maior centro produtor dessa fruta no sertão paraibano. Em
razão da integração agricultura/indústria, o comércio expandiu suas atividades por
conta da expansão dos meios circulantes no município. Esse movimento aumentou na
medida em que surgiram novas cadeias produtivas vinculadas às atividades
irrigadas.
Basta
saber, que no inicio dos anos oitenta o município contava com cinco agências
bancárias que atendiam a demanda por recursos financeiros da população e parte
dos agentes econômicos envolvidos em atividades produtivas irrigadas, comerciais
e agroindustriais. Tudo parecia ser definitivo porquanto o cenário econômico
local apontava para uma situação de desenvolvimento sustentado sem qualquer
sinal de reversão.
Em
dado momento a indústria de processamento parecia consolidada. Eram 23 fábricas de doces, entre as quais três de
porte médio e 20 de fundo de quintal e quase uma dezena de fabricas de queijos,
entre outros derivados do leite. Essas unidades de produção oportunizaram a
geração de dezenas de empregos diretos e outros tantos indiretos.
Este
foi mais um importante momento da economia de Pombal. Mas, infelizmente o novo
Ciclo econômico em formação, assim como o primeiro, não foi capaz de se
perpetuar ao longo do tempo. Na década de oitenta a economia nacional mergulhou
numa brutal recessão que resultou na retração do mercado consumidor em todo
território nacional. Com certeza o que ocorria na economia de Pombal era um
reflexo do que estava a acontecer na economia nacional..
Resultado:
a incertezas dos mercados acertou de cheio o sonho da consolidação da indústria
de doce da terrinha. As fábricas de doces foram afetadas pela crise de mercado,
por esta e outras razões a maioria foi obrigada a cessar suas atividades. Foi o
começo do fim do segundo Ciclo de desenvolvimento da economia local. O pior que
na época, assim como hoje, não havia sequer um único incentivo oriundo do poder
publico municipal com vistas a socorrer a indústria doceira prestes a entrar em
estado de insolvência.
A
partir daí as coisas começaram a piorar. Se não havia vendas, não havia
receitas, com certeza, não havia lucros, por conseguinte não havia créditos,
assim como não havia novos investimentos. Desse modo estabeleceu-se um ambiente
pré-recessivo que ocasionou o desmantelamento do parque industrial doceiro.
Como consequência a agricultura irrigada, que dava sustentação a economia rural
do município foi obrigada reduzir a área cultivada porque não havia mercado
para escoamento da produção. Conclusão, menos empregos, menos renda, menos
dinheiro a circular no comercio.
Em
razão da crise de mercado os poucos compradores de banana remanescentes
passaram a praticar preços deficitários, seja abaixo do custo de produção.
Desse modo o valor recebido pelo produtor rural, por lotes vendidos, sequer
dava para cobrir seus encargos do dia a dia na atividade produtiva. Enfim, a
falta de mercado levou as indústrias a paralisar suas atividades o que
desencadeou uma crise de desempregos na cidade e no campo.
Por
conta dessa crise a economia de Pombal caiu seis posições no quadro da economia
estadual entre 1997 e 2002. Em 1997 o nosso município era a décima sétima
economia mais importante do Estado, porquanto em 2002 regrediu pra vigésima
terceira, isso pelo conceito de produto interno bruto, seja a soma de tudo que
se produz no período de um ano pelos diversos setores da economia, expresso em
valores. Este foi o fim trágico de mais um ciclo econômico da terrinha.
João Pessoa, 07 de Julho de 2013
João Pessoa, 07 de Julho de 2013
*Economista e escritor pombalense.
CICLOS ECONÔMICOS DE POMBAL
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/07/2013 06:53:00 AM
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