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Cinquenta anos de mudanças

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Lee Harvey Oswald (1939/1963), figura que entrou para a história depois de ter assassinado, 22 de novembro de 1963, em Dallas, o Presidente do EUA John Fitzgerald Kennedy (1917/1963), não fora isso Lee Oswald teria morrido anonimamente como um homem qualquer, assassinato que se constitui até hoje num grande mistério para a história política universal.

Independente desse fato, nos últimos 50 anos temos convivido com mudanças radicais em todos os continentes. Nos EUA a corrida espacial parou com a dissolução (1922/1991) da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), restando aos americanos à manutenção de um projeto menor para viabilização de estudos científicos. No fomento as guerras, prática tão costumeira aos americanos, para alimentação da sua indústria bélica, as derrotas tem sido uma constante no currículo americano. A Guerra do Vietnã (1955/1975), e
a crise dos mísseis de Cuba ocorrido em Outubro de 1962, se constituíram nas grandes decepções americanas, além de outros conflitos regionais que tem mantido o nosso planeta em constante tensão nos últimos 50 anos, de alguma forma, provocando a queda do império econômico que formava os EUA, mesmo assim, mantendo o primeiro lugar entre os países mais ricos do mundo.

No oriente a República Popular da China (RPC), com mais de 1,3 bilhões de habitantes, se constituindo no país mais populoso do mundo, saiu da área da miséria em que vivia seu povo e passou a ser a segunda potencia mundial, minimizando seus problemas mais latentes, formando uma economia baseada na alta produção, barateando custos, e viabilizando produtos para colocação nos países consumidores, com avançada qualidade na química fina, assim coma a Índia. Não podemos esquecer o Japão, mergulhado numa crise pós-guerra vem se destacando na tecnologia de ponta, com uma economia fortalecida por uma administração séria colocando o ser humano em primeiro plano.

Na velha Europa tivemos sérias mudanças, com o encolhimento de economias importantes e antigas, sendo superadas por emergentes e novos problemas de adaptação aos novos tempos e novos costumes e hábitos, com o crescimento populacional sem o devido acompanhamento da renda per capta, criando necessidades sem as possibilidades de suprimentos. Essa nova realidade levou países tradicionais como Portugal, Itália e Espanha a uma crise conjuntural em suas economias sem precedentes, ficando outros, tais como: França, Inglaterra e Alemanha em situação difícil para manter os níveis de sobrevivência dos seus vizinhos sem ter suas economias combalidas. Assim, o berço da civilização passa por um processo de readaptação aos novos tempos, vai sendo formada uma nova cultura consumista dentro de padrões modestos, mas de alcance a todos, sinais de tempos de maior participação comunitária e menor apego ao material, atitude de uma gente mais objetiva e disciplinada, com verdadeiros objetivos coletivos. Dentro dessa nova mentalidade, até mesmo o Vaticano, o menor país do mundo, incrustado na cidade de Roma, sediando a religião com maior número de adeptos mundialmente, lança, através do Papa Francisco l, novas normas numa linguagem mais simples e próxima dos seus fieis para se manter viva e salvar sua liderança, não está sendo uma mudança qualquer, mas um gesto de necessidade de acompanhar o novo ritmo que o tempo exige.

Na América Latina, temos países sendo decompostos com o avançar dos anos, a Argentina que era o país mais europeu que existia na nossa América, com sua avançada cultura, seu desenvolvimento antecipado para os nossos conceitos industriais, hoje é um remendo do que foi, a economia desmantelada, a indústria falida sem ter nenhum sentido de direção, faz coro com a Venezuela e a Bolívia tentando se salvarem no grito, sem perspectiva de solução, presos politicamente a conceitos bolivarianos, quando os fuzis e as baionetas fazem calor a voz dos justos que querem pelo menos ser ouvidos pelos gemidos das dores que são acometidos pela desfaçatez na truculência das ditaduras revestidas de democracias hipócritas.
 Enquanto o Brasil, único representante da América Latina nos emergentes, tinha tudo para ter se agigantado, se tivesse se aliado aos bons, temos louvado nosso crescimento nesse período, não tenho dúvida disso, mas foi um crescimento incipiente se considerarmos nosso potencial. Tivemos uma grande oportunidade de termos nos tornados um gigante mundial, principalmente pelos nossos recursos; temos energia a partir das hidroelétricas, energia limpa; hidrovias que podem transformar nosso transporte num dos mais baratos entre os concorrentes; um dos maiores produtores de grãos, se não o maior de todos; um parque industrial a partir da sua implantação, ainda no governo, entre 1956/1961, de Juscelino Kubitschek de Oliveira (1902/1976), sendo sustentado nos governos seguintes; um povo que trabalha diuturnamente para fortalecer a família, a cidade, seu Estado e seu país;
O lamentável é que o nosso país não aproveitou os ventos favoráveis, quando a economia mundial entrou em depressão, a partir dos EUA, 2008/2009, não cresceu o suficiente para se firmar numa posição mais favorável que temos. Estamos com uma administração voltada para o objetivo único que é o projeto de governo, sem nenhuma sensibilidade aos interesses maiores que não seja a individualidade partidária, procrastinando todos os problemas emergenciais que nos afligem em todos os setores mais carentes, tais como: segurança, mobilidade, saúde, educação, e habitação, todos eles com a mesma importância de urgência e relevância aos brasileiros.
Isso fica claro que o Brasil mudou apenas no social nesses últimos 50 anos, e principalmente nos últimos 11 anos, mas não o suficiente para garantir no todo uma melhor posição na conjuntura mundial, os números tem nos demonstrados que temos caminhado em passos lentos quando há a premência se caminhar em passos largos, se continuarmos nessa marcha seremos alcançados e superados pelos concorrentes, que são muitos e dispostos a galgar melhores postos. Enquanto vivermos de promessas sem a equidade devida, certamente não chegaremos ao lugar que tanto desejamos, somos um povo sem o compromisso com o futuro do nosso país, a sobrevivência dos futuros brasileiros que virão depois de nós, para que isso ocorra, é necessário que tenhamos mais responsabilidade para com os nossos, vivermos em função deles e para eles, como se eles fôssemos.
 *Escritor e Poeta

Cinquenta anos de mudanças Cinquenta anos de mudanças Reviewed by Clemildo Brunet on 11/29/2013 07:03:00 AM Rating: 5

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