CLUBE DA REJEITADA X CANTORES ANTIGOS
Clemildo Brunet de Sá |
Clemildo
Brunet*
O
público alvo a quem se destina o Programa radiofônico “Clube da Rejeitada”
levado ao “ar” pelas ondas da Rádio Liberdade FM 96.3 de Pombal aos domingos de
10 horas ao meio dia, levantou uma questão crucial para os seus produtores. Procede
tocar músicas românticas de antigos cantores que fizeram sucesso no rádio no
início de suas carreiras artísticas? Os pedidos chegaram logo no primeiro dia
do programa. Nelson Gonçalves, Altemar Dutra e
outros dessa linha
Para
não cairmos no falatório dos censores que gostam de tirar proveito de determinadas
situações, resolvemos ouvir a opinião da maioria daqueles que acompanham ou não
o programa em epígrafe.
O
programa, quem já ouviu, na certa sentiu algo diferenciado dos demais do mesmo estilo
executado pelas nossas coirmãs. Simplesmente nosso slogan é “O
MELHOR DA MÚSICA BREGA” sério e concentrado em sua logomarca.
Partindo
desse princípio fomos buscar opiniões em fontes fidedignas da história da nossa
música popular brasileira.
(Entrevista
ao G1 de 21/05 a 24 de 05/2012 - série de entrevistas com sete ícones da música
brega).
ODAIR
JOSÉ
É
autor de sucessos como "Cadê você", que voltou a ser hit em 90 na voz
da dupla Leandro e Leonardo. Por todos os feitos na cultura popular, foi
chamado de “cantor das empregadas domésticas” e “Bob Dylan da Central do
Brasil”. Nenhum dos codinomes o agrada.
“Nunca
entendi essa comparação. Bob tem letras fantásticas, está acima de 10 Chicos
Buarques. Eu não tenho essa capacidade. Faço boleros, assim como os Beatles e o
Roberto Carlos. Se Paul McCartney fosse brasileiro, também teria sido tachado
de brega.”
Na
visão do cantor, suas composições não alcançaram apenas um extrato social. Usou
como matéria-prima os temas de uma época e se define como “cronista da
realidade”. Para ele, difícil não é compor com requinte. “O complicado mesmo é
fazer o povo sair cantando e não esquecer o que você produziu. Música elaborada
é muito mais fácil de fazer”.
A
música brega precisou de tempo para começar a perder o verniz de subcultura.
Hoje, não raro é reverenciada por cantoras da nova safra da MPB. Em seus
recentes trabalhos, Mariana Aydar, Marina de la Riva e Céu se disseram
influenciadas pela dor de cotovelo, tema recorrente dos boleros românticos. A
roqueira Pitty já manifestou ao compositor Odair José o desejo de regravar suas
canções.
O
tema também ganhou status de requinte em festivais de cinema internacionais.
Ana Rieper arrematou prêmios com “Vou rifar meu coração”, documentário que
narra à importância das músicas românticas na vida da população. Independente
da associação de classe, a diretora acredita que não há razão para que um
produto genuinamente brasileiro permaneça sendo adjetivado de forma negativa.
Enciclopédia da
Música Brasileira, de Marcos Antonio Marcondes
O "brega" é caracterizado como a "música mais banal, óbvia,
direta, sentimental e rotineira possível, que não foge ao uso sem criatividade
de clichês musicais". Para Lúcia José, o "brega" teria
estruturas sonoras "organizadas e mantidas sem oposição, provocando nos
ouvintes uma pasteurização em que todos os arranjos ganham um mesmo
assobio".
Nelson
Ned disse certa vez: Das canções mais lindas que já escutou na vida, tinha como
preferida uma de suas primeiras composições: “Tudo passará”. “É a que mais
gosto. afirmou o Cantor. Quando cantei em um programa fui aplaudido de pé no
meio da música. Isso é ser brega? Quem
não é brega quando fala de amor? É o amor que é brega, não a minha música.”
O
Escritor Paulo César de Araújo declarou: Faz parte da minha memória afetiva.
Sou de Vitória da Conquista, interior da Bahia. No início dos 70, não tínhamos
televisão, nem toca-discos. Escutava música através das rádios AM. Ouvia de
Waldick Soriano a Chico Buarque, tudo misturado. Claro, os bregas tocavam muito
mais que a MPB. Então, cresci em contato com esses artistas.
Autor
da biografia censurada sobre Roberto Carlos, ele escreveu a mais completa
análise sobre a música brega e o regime militar. Em entrevista para a Revista
de História da Biblioteca Nacional, Paulo falou sobre a censura sofrida por
estes artistas, a relação que manteve com eles e seus próximos projetos.
Adelino
Moreira apesar de seus grandes sucessos, sempre foi considerado por boa parte
da crítica um cantor brega. Em
1957, destacou-se com o samba-canção "A volta do boêmio", composição
que vendeu a astronômica cifra de um milhão de cópias. Num estilo que seria
posteriormente denominado brega-romântico, este samba
tornou-se um clássico no gênero e um dos grandes sucessos da carreira de Nélson
Gonçalves.
É
por isso que digo, a música brega transmite alegria, tristeza, paixão,
lembranças e outros sentimentos que tocam a alma do individuo. Ela inebria.
Independente de raça, costume, credo religioso e outros apetrechos que possam
existir, é transcendental ao nosso ser.
A
música brega nos transporta da realidade para o mundo da fantasia, ela nos faz
calar para ouvir a voz do coração. A música é opcional: Ela é encontrada em
diversos gêneros e ritmos e tem suas multi-variações encontrando guarida no
sentimento das pessoas.
E
esse gênero musical brega, nasce com profundidade da nostalgia e tem suas
raízes no coração de alguém, que muitas vezes, não sabe compreender o que se
passa consigo. Talvez a falta de um companheiro (a), amar sem ser amado ou
mesmo estando à procura de um amor para dividir a sua dor, envolvimento místico
de alma e canção na magia da melodia que encanta e embriaga.
Viva
o brega romântico e o clube da rejeitada!
Pombal PB, 08 de abril de 2015.
*Radialista e
Escritor
Comentário de Clemildo Brunet de sá
DEBATE HOJE NO LIBERDADE NOTÍCIAS
O debate da bancada do Liberdade Notícia de hoje formado pelos radialistas Naldo Silva, Marcelino Neto Marcelino e a participação deClemildo Brunet de Sá, titular do Programa Clube da Rejeitada, com a interação dos ouvintes por telefone e internet abordando a questão: As músicas românticas de antigos cantores da música popular brasileira podem ser tocadas no Programa Clube da Rejeitada? RESPOSTA:
Por larga e expressiva votação o público votou SIM, o que veio somente ratificar o resultado das enquetes postadas no site da Rádio Liberdade e no Blog Clemildo, Comunicação & Rádio.
O apresentador do programa acredita que a veiculação do brega romântico antigo em nada vai turvar o brilhantismo do Clube da Rejeitada, de uma vez que o gênero de música que é executado no programa é de certa forma, irmã siamese no aspecto romântico.
Comentário de Clemildo Brunet de sá
DEBATE HOJE NO LIBERDADE NOTÍCIAS
O debate da bancada do Liberdade Notícia de hoje formado pelos radialistas Naldo Silva, Marcelino Neto Marcelino e a participação deClemildo Brunet de Sá, titular do Programa Clube da Rejeitada, com a interação dos ouvintes por telefone e internet abordando a questão: As músicas românticas de antigos cantores da música popular brasileira podem ser tocadas no Programa Clube da Rejeitada? RESPOSTA:
Por larga e expressiva votação o público votou SIM, o que veio somente ratificar o resultado das enquetes postadas no site da Rádio Liberdade e no Blog Clemildo, Comunicação & Rádio.
O apresentador do programa acredita que a veiculação do brega romântico antigo em nada vai turvar o brilhantismo do Clube da Rejeitada, de uma vez que o gênero de música que é executado no programa é de certa forma, irmã siamese no aspecto romântico.
CLUBE DA REJEITADA X CANTORES ANTIGOS
Reviewed by Clemildo Brunet
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4/08/2015 11:46:00 AM
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