Como coelhos – eis o problema do Brasil
João Costa |
João
Costa**
Para a Casa-Grande, formada por
latifundiários, barões da indústria, classe média e seus porta-vozes – jornais,
revistas e canais de TV – o problema do Brasil se resume a um só: a população
que não pára de crescer, principalmente homens pobres que insistem em se
reproduzir, daí o ódio de determinados setores aos programas sociais – simples
assim. Melhorando de vida essa gente vai entrar nas universidades, competir com
nossos filhos, frequentar shoppings e
por aí vai.
Num país considerado celeiro agrícola e
detentor de 7% da água potável que escorre pelo mundo, esse pensamento se
fundamenta em outro, claro, de cunho europeu, por um complexo de vira-lata. O
argumento que a quantidade de habitantes é desproporcional à quantidade de
alimentos e recursos naturais, é tão furada, feito o “Dólar Furado” - Um
faroeste com Giuliano Gemma. Aliás, a atual crise brasileira se assenta
exatamente no câmbio, lembrando que o dólar tornou-se uma moeda furada, mas que
apenas países periféricos, feito o Brasil, teimam em usá-la em suas transações
comerciais.
Lá pelos anos 1970, surgiu uma revista porreta
sobre criminologia, e lá, apareceu uma edição sobre Cesare Lombroso com uma
tese que não convencia nem menino do Ensino Fundamental. Considerado pai da
criminologia moderna, Lombroso escreveu um artigo sobre características físicas
das putas, loucos, criminosos e “pessoas normais”.
A monstruosidade de Lombroso defendia coisas
assim: estupradores e homossexuais teriam feições feminilizadas; “pessoas
normais” teriam crânios maiores que dos loucos; criminosos preferiram
tatuagens; e mulheres criminosas seriam mais cruéis que o pior dos assassinos,
que geralmente seriam simpáticos, bom de papo, tudo para facilitar o serviço.
Pois bem, tem gente bacana por aí por esses
brasis ressuscitando Lombroso. Potencialmente o criminoso hoje é negro, de
origem nordestina, mora longe e, principalmente, pobre. Agregue a tudo isso o grau de analfabetismo.
Que por um lado é bom. Diante do poder avassalador do cinema e da TV e, agora,
das redes sociais, esses jovens, geralmente analfabetos funcionais são mais
fáceis de serem recrutados; podem servir de massa de manobra. Por outro lado é
péssimo – eles “astravancam” ( como dizia o Coronel Ludgério) o progresso. São
incapazes de ingressar no mercado de trabalho. (tem segunda parte – sobre
política, coisa que não gosto muito).
**João
Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de
assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do
Paraíba.com.br
Como coelhos – eis o problema do Brasil
Reviewed by Clemildo Brunet
on
4/23/2015 05:35:00 PM
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