7/9 desnudou o títere e os fâmulos
João Costa |
João
Costa*
Para a sua consideração – Quando um
soberano e comandante-em-chefe de todos os exércitos de uma Nação, no dia
máximo da Pátria, que é a festa da sua Independência, evita a passar em revista
a tropa ou não aparece diante do povo com a sua faixa, que é a maior honraria,
não pode ser considerado nem uma coisa nem outra – é um títere. Outros estão no
comando!
Este 7/9 foi o mais sui generis que já
assisti. Acho descabido nem vejo relevância nesse movimento Grito dos Excluídos
sempre realizado a cada Dia da Independência. Até porque nesta farsa política,
ou em qualquer outra farsa ou tragédia, não há excluídos. Todo o povo está
incluso, não importa se desempenhando o papel de vítima ou de cúmplice da
tragédia.
A farsa política se encerra nos rituais
do Supremo, nas sessões da Câmara e
do Senado, na manipulação das
informações da mídia nativa, que de há muito não faz jornalismo, mas
propaganda, porque no jornalismo de guerra, a primeira a morrer é a verdade. O
que resta são meias verdades e mentiras. Para esse fim servem os fâmulos.
.Voltando ao 7/9. No ano de 2006 a organização sueca WikiLeaks
vazou documentos diplomáticos dos EUA em que mostram o então deputado Michael
temer como “informante de inteligência” dos Estados Unidos. Como chefe do PMDB,
o deputado se reportava à embaixada dos Estados Unidos através de análises do
quadro político da época, assegurando que “em qualquer cenário”, o vencedor das
eleições, obrigatoriamente, só governaria com aval do PMDB. Nisso, não mentia para
os americanos. A organização WikiLeaks jamais foi desmentida.
Ela também revelou uma lista de
notáveis, fregueses assíduos da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, que
dia após dia abastecia o senhor embaixador com análises, queixas e fofocas. Cabia
ao cônsul-geral dos EUA, Cristopher J. McMullen, resumir e traduzir tudo para o
Departamento de Estado e para o Comando das Forças Armadas Americanas para a
América do Sul. Jornalistas da TV Globo e o então ministro da Defesa, Nelson
Jobim, figuram entre os notáveis da Nação em conversa de “pé-de-ôrêia” com os
yankees.
Então fico imaginando e conversando com
os botões do meu casaco como podem as Forças Armadas se reportarem ou
perfilarem diante de um político assim, denunciado e comprovado como “informante”
de governo estrangeiro. Ou não “vem ao caso”? Argumento muito comum usado pelo
Judiciário ao acatar seletivamente denúncias de corrupção contra políticos hoje
no comando da Nação. Oque significa a existência do corrupto de estimação.
O principal jornal do país, a Folha de
São Paulo, sobre o 7/9 preferiu analisar o significado e o significante do
vestido da primeira-dama como ponto alto do Dia da Independência. Nenhuma
surpresa, pois serviu como toque de humor da farsa, no ato reservado aos
fâmulos com complexo de vira-lata.
No mais, é voltar às atenções para as
eleições municipais. Sim, elas vão ocorrer e os eleitores não se incomodam em
saber que o voto vale tanto quando o “dólar furado” do filme espaguete italiano. Se não valeu em 2014,
porque o voto, esta moeda de compra e venda de poder, terá valor em outubro
próximo, a não ser pecuniário?
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
7/9 desnudou o títere e os fâmulos
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/09/2016 05:35:00 AM
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