Hora do reset e pós-verdade. João Pereira virou ministro da Cultura
João Costa |
João
Costa*
A atual conjuntura nos aproxima do momento
de acionar o reset no país. Agora surge o fenômeno “Pós Verdade” no cenário
internacional e na vida política nacional.
Aceitar um “Pós Verdade” na imprensa, partidos, sindicados e movimentos
sociais, pressupõe ter antes existido verdade e não meias-verdades e mentiras. O
Brasil é um bordel, taberna ou caso ideal para Dr. Pinel? Evidente, natural,
pois João Pereira agora é ministro da Cultura, responderia Macunaíma nosso
herói sem nenhum caráter.
A semana começa com novos capítulos da
nossa tragédia, “Traidores e traídos”. A que passou foi de histeria quase que
coletiva; com imagens da TV Globo das prisões dos ex-governadores Anthony
Garotinho (ex-PDT e atual PR) e Sérgio Cabral (ícone do PMDB). O populacho nos
próximos dias vai ao êxtase com prisões em massa prometidas pelo novo
Savonarola e
acólitos.
Fico imaginando as imagens de uma
eventual prisão do ex-presidente Lula, meticulosamente engendrada já há meses,
apenas à espera da melhor oportunidade. No reverso da histeria, as abafadas
imagens do quase linchamento do repórter Caco Barcelos, que certamente pagaria
pelos crimes cometidos pelo seu patrão.
A pauta do país ficou reduzida a duas: combate
à corrupção e cortes nos gastos públicos. Pauta esta conduzida por grupos que
assaltaram o poder rasgando a Constituição e que nos dois itens da pauta são
campeões. Ao tempo em que escrevo esta coluna, informa-se que João Pereira,
proeminente ex-comunista brasileiro, conhecido no Uruguai por ser campeão do
carteado nos cassinos de lá, agora é ministro da Cultura.
Voltando à “Pós Verdade”, eleito no
Reino Unido como o vocábulo do ano. “A mentira entronizada como expressão da
verdade”, ou a “mentira bem vendida prevalece como verdade” não é coisa nova,
tomou corpo, até o mundo mineral sabe, com Joseph Goebbels nos anos 1930 na
Alemanha. Prospera com desenvoltura no Brasil atual que confia e acredita em
veículos fascistas como Veja e Organizações Globo.
Sobre o assunto, disse Bob Fernandes, o
melhor analista político da TV brasileira na atualidade: “na vida política do país, hoje dominada
pelo espírito da caçada, no qual muita gente boa, mas equivocada, acha que –
dependendo da “vítima” – pode ser útil ao povo e à democracia a entrega total
do poder ao PJM, o Partido Judiciário-Mídia”.
A “Pós Verdade” é algo mais ou menos
assim. Luiz Inácio Lula da Silva já foi
eleito como criminoso – falta encontrar o crime. Ou: procuradores querem
retirar de medidas de combate à corrupção, punição para juízes e integrantes do
MP. Na última disputa eleitoral a
verdade objetiva valeu menos que apelos às emoções; quando juízes pontificam
sobre a moral alheia, mas aceitam receber salários muito acima do que permite a
lei; ou quando analistas da Globo dizem que a crise existe, mas vai melhorar;
tudo isso é “Pós Verdade”.
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Hora do reset e pós-verdade. João Pereira virou ministro da Cultura
Reviewed by Clemildo Brunet
on
11/19/2016 07:06:00 PM
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