O médico e a tempestade
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
Num entardecer de março de 1948, meu
pai, Antônio Queiroga, que morava em Pombal, na casa de sua irmã Marly, sentado
na calçada, conversava com o irmão Avelino. Conversa vai, conversa vem, o
relâmpago começou a cortar os céus. Marly, então, disse: - “Vem muita chuva. É
melhor entrar”.
Meu pai e Avelino foram dormir no
primeiro quarto. Armaram as redes e perceberam que a chuva começou a cair
forte. Relâmpagos, seguidos de muitos trovões. Num dado momento, um relâmpago
clareou, demoradamente, todo o céu. Antônio e Avelino esperaram o trovão, na
certeza de que ele seria enorme. Passaram alguns minutos e
Em seguida, um silêncio sepulcral, que
foi quebrado pelos gritos de alguém desesperado, vindos da porta de entrada da
casa de Marly, chamando: - “Dr. Avelino! Dr. Avelino! Nos socorra pelo amor de
Deus! Avelino, levantou-se e atendendo o chamado médico, com seu irmão Antônio,
foi até a casa de Chico Galego, socorrer a sogra do mesmo. Lá chegando
constatou o óbito da aludida senhora, vitimada de um infarto fulminante no
momento do terrível trovão.
Dali seguiu para a Igreja de Nossa
Senhora do Bom Sucesso, onde o sacristão Carlos estava desmaiado, pois no
instante do imenso relâmpago sofreu uma descarga elétrica enorme. Por sorte o
mesmo sobreviveu. Já saíam da igreja quando tiveram que ir ao Circo Nerino. O
trapezista sofrera também uma descarga elétrica e veio a desmaiar. Graças a
Deus não morreu.
Entre relâmpagos e trovões o sertão
viveu uma noite de horror!
*Escritor
pombalense e Juiz de Direito
onaldorqueiroga@gmail.com
O médico e a tempestade
Reviewed by Clemildo Brunet
on
5/12/2017 03:48:00 PM
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