Silêncio da Nação diante do caos chega a ser criminoso
João Costa |
João
Costa*
A gravidade da situação política que o
país vive neste momento não tem solução dentro dos marcos da Constituição de
88, já rasgada. Michel Temer não deu o golpe sozinho, está se lixando para o
país e os brasileiros; recusa apelos para que renuncie, abrindo assim caminho
para recorrente “acordão” que o país sempre adotou em momentos de crise aguda.
Causa tristeza a tolerância da Nação para este governante e uma malta de
parlamentares corruptos – num silêncio claramente criminoso.
Curioso estou para assistir a sessão da
Câmara Federal, em agosto próximo, momento em que os deputados darão
autorização para o Supremo Tribunal Federal processar Temer. Estarão
embrulhados na bandeira nacional? Ao microfone pontificarão eles o amor à
família e a Deus dizendo “Não” à abertura desse primeiro processo, por
corrupção passiva?
Mas se Temer - o traidor e golpista,
agora denunciado por ser destinatário de propina, conseguir votos suficientes
para arquivar a denúncia, virá à segunda: por obstrução da justiça, depois uma
terceira, por integrar organização criminosa. E ainda assim, mais uma vez,
embrulhados na bandeira brasileira os deputados serão cínicos o suficiente para
bradarem: Não! Aí sim nossa tragédia será completa!
Temer não disse, mas insinuou que o
procurador-geral, Rodrigo Janot, é suposto corrupto, por conta do procurador
Marcelo Miller, que deixou o Ministério Público Federal para prestar serviços ao corruptor Joesley
Batista, no escritório Trench, Rossi & Watanabe Advogados, que negociou os
termos de leniência do grupo JBS com a justiça brasileira – tal escritório
teria na sua carteira empresas como Petrobras; e sua sede fica nos Estados
Unidos, país que recebeu Joesley e seus negócios.
Não custa lembrar que, graças aos irmãos
Batista e ao trabalho desse ex-procurador federal, os Estados Unidos agora são
o maior fornecedor de proteína animal de mundo, como também está levando, de
lambuja, o pré-sal depois de destruir a
Odebrecht, que constrói o primeiro submarino nuclear da nossa Marinha.
A Nação historicamente teima em
acreditar na decência do Congresso Nacional, em momentos de crise. A mídia
nativa, a mesma que cavou esta cova profunda para enterrar a soberania
nacional, a vontade popular expressa nas eleições livres de 2014 com pás de
ódio e ressentimentos ao povo que soberanamente havia escolhido seu governo, é
a mesma que agora se volta contra quem ela própria protegeu e colocou no
Palácio do Planalto.
Esta mesma mídia agora clama e avaliza
um entendimento político de “salvação
nacional”, desde que as ditas reformas, da Previdência e trabalhista sejam
aprovadas e empurradas goela abaixo do povo. Desde que o desmonte da soberania
do país sucumba. Ela, parte do Judiciário e do empresariado, mal conseguem
escamotear que estão mancomunados com
forças externas, presentemente comprando terras, destruindo projetos de Defesa
militar e se apoderando sem disparar um só tiro do pré-sal e de outras riquezas
nacionais.
Estas mesmas forças, a exemplo da primeira
greve geral, vão entender a segunda, do próximo dia 30 como uma “deixa” ideal,
um momento oportuno para desatar sangria e atentarem contra a democracia – pois
em estado de exceção praticamente o país está. É possível!
*João
Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de
assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do
Paraíba.com.br
Silêncio da Nação diante do caos chega a ser criminoso
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/28/2017 05:57:00 AM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário