O desuso como efeito do tempo
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
A dinâmica da vida impõe mudanças e
coisas que outrora eram modernas se transformaram em ultrapassadas ao ponto de
caminharem para o desaparecimento.
Quantas profissões já foram tão
importantes e hoje sumiram no curso da nossa caminhada. Telefone era coisa
rara. Cidades do interior tinham uma central telefônica e os moradores mais
abastados possuíam ramais, com os quais se comunicavam, mas necessitavam da
intervenção da central, do operador telefônico para realizar chamadas internas
e externas. O morador que não tinha ramal ia até a central para o operador
realizar a chamada, pagando ali o preço do serviço. Hoje, não há centrais
telefônicas e o operador telefônico. O cidadão com seu celular se interliga com
o mundo.
Outras profissões caminham também para o
desuso. O livreiro é uma delas. Tão significativa foi sua missão no evoluir da
sociedade, pois num tempo distante, de forma itinerante, possibilitou que
muitas pessoas comprassem livros viabilizando o conhecimento de tanta gente.
Mas recentemente as livrarias se estabeleceram em quase todos os lugares e o
livreiro itinerante foram se tornando raridade. Com a internet e os livros
digitais, as livrarias e os livreiros passaram a sofrer um abalo enorme.
O Globo noticiou a despedida do livreiro
Chico, que há 40 anos vendia livros em Ipanema. Aqui em João Pessoa, tivemos a
despedida do Assis, que por mais de 20 anos vendia obras jurídicas e literárias
no Fórum da Capital. Já escolas falam em usar exclusivamente livros digitais.
Obras digitais jamais serão como as de papel, pois estas não eliminam o amigo
livreiro. No futuro teremos apenas livros digitais? Acho que não. O Exemplo é o
disco vinil que continua vencendo fitas-cassetes, CDs, pen-drives e mídias
digitais que se baixamos via intenet.
*Escritor
pombalense e Juiz de Direito
onaldorqueiroga@gmail.com
O desuso como efeito do tempo
Reviewed by Clemildo Brunet
on
10/19/2017 05:03:00 PM
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