Se o impeachment foi comprado, agora sabemos que o STF não arbitra – comunga com o caos
João Costa |
João Costa*
Sabemos agora, que as decisões do
Supremo, apenas ratificam sua anuência com o golpe parlamentar que derrubou
Dilma Roussef, uma patranha de um consórcio da tal Orcrim (empreiteiras,
empresas de aviação, supermercados e planos de saúde) e parlamentares de uma vasta
coligação de partidos; e se o SFT abre mão de arbitrar, só comunga; fácil saber
que não anulará as MPs, vendidas e que infelicitam o País, e que esta mesma
Corte estará disponível para dar aval constitucional a qualquer governo de
exceção no futuro, a exemplo do que ocorreu no passado.
Levando em conta o prestígio dos
delatores – notórios criminosos confessos – em todas as camadas sociais, é plausível
aceitar a versão que o impeachment foi comprado e as perguntas surgem:
"Se
o Procurador- Geral, Rodrigo Janot, sabia que o impeachment foi comprado por
Temer e Cunha, presidente da Câmara, com dinheiro da JBS, por que não pediu a
anulação do golpe?"
“Por que
tanto a PRG e o Judiciário não se posicionaram/posicionam pela anulação do tal
impeachment, mesmo sabendo desde sempre que foi comprado?”
Pode
parecer “mimimi” e de fato é. Até porque o Supremo não surpreende, desde a sua
criação. Não esquecer do seu viés nazifascista dos anos 30, quando deportou
Olga Benário; seu silêncio nos anos subsequentes do golpe de 1964.
A
propósito, mesmo depois de “beneficiar” o senador Aécio Neves, líder do Golpe, o Supremo Tribunal Federal, conduz
atualmente 530 investigações contra políticos, sendo 100 ações penais e 430
inquéritos. O número de parlamentares envolvidos em ações penais no Supremo
pode variar porque há casos que tramitam sob sigilo de justiça ( não riam) mas,
segundo levantamento feito pela DW Brasil, “pelo menos 55 parlamentares estão
sendo julgados, sendo seis senadores e 49 deputados federais. Há parlamentares
que são réus em mais de uma ação”.
E, caberia a este mesmo dito Supremo, anular as tais MPs
resultantes de patranhas entre a tal Orcrim e parlamentares na Câmara Federal.
Curiosamente, eis as MPs que o delator Funaro, disse que foram compradas e
aprovadas, e que viraram leis, e que o País as cumpre:
1) MP 656
– Autorizou o ingresso de capital estrangeiro no setor de hospitais,
laboratórios e planos de saúde. Principal comprador e beneficiário, grupo
Amil. E com isso, nós, os usuários, aqui estamos nas mãos de empresas
estrangeiras que têm tornado os planos de saúde inacessíveis para a classe
média, ao ponto de o governo agora estar planejamento a criação de “planos
populares”, baratos mas ordinários.
2) MP 595
– Tratou da modernização do setor portuário mas nela foram incluídas medidas
para favorecer o grupo Libra, que pôde renovar sua concessão mesmo devendo à
União, o que a MP de Dilma vedava. Temer ganhou, em troca, doação de R$ 1
milhão a sua campanha.
3) MP 549
– Permitiu a venda de remédios que dispensam receita médica em supermercados,
beneficiando o grupo Hipermarcas. Por esta medida, mais a barragem de qualquer
aumento de impostos para o setor, Hipermarcas prometeu propina de R$ 36
milhões.
4) MP 563
– Desonerou a folha de pagamentos do setor de transportes aéreos e coletivos
rodoviários, beneficiando a família Constantino, dona da Gol e de frotas de
ônibus.
5) Lei
para o Distrito Federal, reduzindo de 25% para 12% o imposto incidente
sobre querosene de viação, beneficiando novamente a Gol.
6) MP que
regulamentou o legado do Bamerindus, favorecendo o banqueiro Andre Esteve, do
BTG Pactual.
João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro,
além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de
Política do Paraíba.com.br
Se o impeachment foi comprado, agora sabemos que o STF não arbitra – comunga com o caos
Reviewed by Clemildo Brunet
on
10/16/2017 03:32:00 PM
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