Ainda há tempo
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
O tempo passou e a droga mostra-nos sua
face impiedosa. O mundo cedeu lugar ao som metálico e estridente das balas das
metralhadoras e dos AR-15. Esse é o som entorpecente, que transmudou a
paisagem, onde o azul do céu foi substituído pelo vermelho sangue de vítimas
inocentes, que adormeceu autoridades, pois assistiram o crescimento da maconha,
do crack e da cocaína, permitindo que homens de bens ficassem reféns de um
inescrupuloso mundo entorpecente.
No asfalto, onde moram os abastados, que
em rodas da bacanagem usam e abusam das drogas, a realidade de conflitos e
desagregação familiar não é distante daquela vivida por aqueles que moram na
periferia. Vivemos um Brasil em que uma grande parte da juventude tem no seu
cardápio diário o uso de drogas. Nas calçadas dos bons colégios, nas pistas de
dança de boates requintadas, as drogas desfilam e sustentam a batida do som que
alimenta e engorda cada vez mais os traficantes.
Não adianta querer cobrir o sol com a
peneira. Não devemos temer o poder da pedra do crack. Aliás, quantas pedras são
postas em nossos caminhos? Já disseram que no caminho de um homem existem
muitas pedras, algumas fáceis de serem removidas, outras, contudo, constituem
lápide sepulcral. Se a pedra do crack demonstra-se mortal, então, constitui um
barato que sai caro.
A droga deve ser enfrentada numa ação
conjunta e bem articulada das autoridades e de todos os segmentos da sociedade.
Devemos priorizar ações voltadas para a cultura, esporte e a fé contida em
todas as religiões, que de mãos dadas podem esquecer as divergências e se
unirem para derrotarem um inimigo comum: a droga. Eliminá-la é construir um
futuro digno e repleto de paz. Ainda há tempo, nunca devemos deixar de sonhar.
Deus é grande!
*Onaldo Queiroga
– Juiz de Direito
onaldorqueiroga@gmail.com
Ainda há tempo
Reviewed by Clemildo Brunet
on
3/21/2018 05:35:00 AM
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