Pascoa, morte, ressurreição e mito de Jesus
Genival Torres Dantas |
Por
Genival Torres Dantas*
Com a morte de Jesus
Cristo, ou de Nazaré, desde lá vem à dúvida quem era quem, ou se os dois é um
só, muita coisa veio à tona, principalmente picuinhas que envolvem seu moral e
ética, como homem e profeta. Sabemos que ele foi criticado por muitos, até mesmo
condenado à morte, pela absoluta falta de conhecimento filosófico que norteava
a cabeça e mente dos seus julgadores, o povo e Pilatos, ignorando sua
capacidade e origem, assim como a pregação que ele fazia junto ao povo isolado
da cultura existencial. O castigo e morte não se encerram em si.
A perseguição
continuou, passando pelos anos 30 da sua morte até 313, com o Imperador Romano
Constantino, inicialmente, reconhecendo a prática de cultos dos seus seguidores
e liberando atos e fatos da embrionária religião que se iniciava. Em 315, agora
com o Império Romano, que era apenas político, fazia uma coalizão com o
Cristianismo, a religião e seus seguidores passaram de caçados a caçadores.
Essa união de forças, política religiosa, deu novo ânimo e ar expansionista
religioso, implantando a primeira multinacional da fé, levando seus tentáculos
junto com o Poder político do Império Romano.
Os resultados positivos
não foram absolutos, o cristianismo teve que acomodar na sua esteira religiosa,
os pagãos que se espalhavam pelo velho mundo e o Henoteísmo, com todos os
deuses e deusas arrolados na nova ordem, transformados em Santos e Santas,
substituindo-os, em primeiro plano, a Deusa Isis, pela Santa Maria mãe de Jesus
Cristo. Dos costumes pagãos, muitos deles foram adaptados, dentre eles, a
comemoração da páscoa foi atribuída ao renascimento de Jesus Cristo, com troca
de presentes e dois símbolos que marcam a data, o coelhinho e o ovo de páscoa.
Confesso que até hoje não entendi o simbolismo, tanto do coelho quanto do ovo,
raciocinando como um leigo que acredita na fertilidade do coelho, e o ovo
alimento barato e popular que sempre foi, é apenas um pensamento dentro das
obviedades, somente isso.
Paralelamente, a mãe de
Jesus, Maria, e a mulher, tida como a esposa de Jesus, Maria Madalena, quando
ela representava apenas uma fervorosa seguidora dos ensinamentos cristãos, de
fato, Madalena talvez a segunda mulher em termos de amor, não o amor carnal,
mas o amor espiritual, a primeira foi sua Mãe, portanto, elas tiveram que
fugir, a lenda foi invasiva até o limite da exaustão psicológica, arranjaram
uma filha para o casal, Jesus e Madalena, a garota de nome Sara seguiu e
adotada pelas duas, agora, amigas de luta e fé, chegaram ao Sul da conhecida
França. Maria faleceu aos 83 anos, da Madalena sabe-se de um pedaço do crânio
dela encontrado pelos arqueólogos e remetido a museu. A garota Sara, depois de
adulta, casou e deu inicio à dinastia francesa que imperou por muito tempo. Essa situação criou o mito que há descendentes de Jesus Cristo no território
francês.
Enquanto os anos e
séculos passavam, no linear da malversação humana, o catolicismo, imponderado,
com a tábua dos 10 mandamentos numa mão e a espada dos imperadores na outra,
instituiu todo tipo de sacrifícios, chegando a ser mais cruel que o próprio
império político. O ápice ocorreu com a implantação da inquisição na idade
média (século V ao XV) e dirigida pela por ela própria, quando julgavam e
consideravam pessoas como uma ameaça às doutrinas, (conjunto de Leis), criada
pela própria Igreja, dessa forma, criava o pecado, julgava o pecador e ordenava
a matança dos impotentes e indefesos, numa verdadeira cruzada de
incongruências. Essa situação, trazendo para os dias atuais, é semelhante o que
está ocorrendo com as ações de dois membros do STF (Supremo Tribunal Federal),
investigando, condenando e ordenando prisão aos acusados de falarem mal dos
membros da Corte, antes parecido com um altar aos Semideuses, ora considerado a
masmorra dos petulantes.
O Império Romano teve
sua derrocada iniciada em 476, terminando em 1453 com a Tomada de
Constantinopla pelos turcos otomanos (Bárbaros germânicos invadiram e
derrubaram o Império Romano Ocidental). A Igreja Católica continua sua saga
indomável, em direção ao Poder absoluto, nem respeitando o limite da
insensatez, mesmo que isso venha a machucar seus seguidores.
Ela terá que provar sua
mudança de conceitos radicais para aceitação dos novos valores, iniciando por
eliminar preconceitos com o comportamento dos humanos contemporâneos, adaptando
textos da Bíblia Sagrada, ela que teve tantas supressões e adições em edições e
línguas diferentes, tal qual: 10 (décimo) mandamento – Não cobiçar a mulher do
outro, trocar para não cobiçar a mulher ou o homem do outro ou da outra. Isso feito,
a Igreja Católica passará a ser olhada com olhares mais atuais e
significativos, sem seus seguidores usarem o muro das lamentações e queixumes
pelo seu passado não tão distante, porém contraditório, quando o amor e o ódio
andam juntos e de mãos dadas.
Boa Páscoa, mesmo com
dúvidas ou contradições, o nosso respeito aos nossos e divindades, que nos
fazem bem, está acima de qualquer suspeita ou inquietação.
Genival
Dantas
*Poeta
e Escritor
genivaldantas.com.br
Pascoa, morte, ressurreição e mito de Jesus
Reviewed by Clemildo Brunet
on
4/22/2019 04:14:00 PM
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