AFINAL, É CORRETO DIZER QUE NÃO SOU OU NÃO GOSTO DE POLITICA?

 

Vemos comumente pessoas afirmarem que não gostam e não discutem política, futebol e religião. Mas, até onde essa assertiva é verdadeira? 

O futebol e a religião abordaremos  noutra ocasião. Resta-nos a política. 

Ora, sobre o tema, a teoria aristotélica é edificada sob os pilares de que o homem é, por natureza, um animal político  porquanto vive conjuntamente com seu semelhante, ainda que dele não precise. 

Diferentemente dos outros animais, o homem é revestido de vontades, de razão e de discurso. Por meio da razão e do discurso, o homem desenvolveu as noções de justo e de injusto, de bem e de mal. Tais noções só se desenvolvem em conjunto com o outro e constituem a base da comunidade política. 

O poder de decisão inerente ao homem é o exemplo mais elementar de sua natural condição política. O homem exerce inúmeras escolhas durante o dia motivado por suas mais diversas razões. Nesse desiderato, podemos aduzir  que o fato dele escolher vestir uma camisa branca ao invés de uma marrom, de tomar um drink ao invés de um suco ou embarcar nesse ou naquele veículo são,  todos eles, inatos exemplos basilares do exercício da razão e do discurso, e assim, naturalmente, de decisões políticas. O próprio fato de você ter chegado a leitura desse ponto do texto é uma decisão política que você tomou. 

Logicamente, a partir dessas premissas surgem também a necessidade do exercício da razão e do discurso a favor ou em contraposição ao outro numa buscar do ideal da convivência na pólis.

São as nossas escolhas que nos fazem diferentes. São as nossas razões que sustentam as nossas escolhas, são nossos discursos, nossas falas que direcionam o caminho e é tudo isso que nos faz um animal essencialmente político na mais ampla concepção da palavra.

Portanto, todo homem, esteja onde esteja, é cromossomicamente social, um animal político, cabe, porém, a sua vontade dar a ideal dimensão de suas razões. 

Teófilo Júnior