Pai, bom dia...
Hoje
quando o senhor acordar
certamente
vai estranhar essa minha carta, colocada
na cabeceira da cama durante a noite. Sinceramente, gostaria de poder estar
falando pessoalmente,
com
certeza ela não vai expressar tudo que estou sentindo, creia-me, fiz questão
de aproveitar esse dia dedicado aos pais para criar coragem e poder externar todo o
meu sentimento.
Apesar
do carinho que o senhor sempre me dedicou, reconheço, sempre fui um filho
ausente, nunca procurei retribuí-lo, perdoe-me pelo meu descaso para com os seus
sentimentos.
Recordo-me
perfeitamente, quando na minha infância, eu era o seu privilegiado, em
detrimento
aos
meus irmãos, e
mesmo assim nunca procurei lhe dar o devido valor. Na minha juventude o senhor pregava ao seu mundo, com muita vaidade até, as qualidades que eu tinha, na maioria das vezes com um pouco de exagero.
mesmo assim nunca procurei lhe dar o devido valor. Na minha juventude o senhor pregava ao seu mundo, com muita vaidade até, as qualidades que eu tinha, na maioria das vezes com um pouco de exagero.
Pai,
somente hoje quando também sou pai, é que enxergo a sua importância, sabe por
que pai!
Amo ao
meu filho, tanto quanto o senhor sempre me amou, mas, ele, como eu fui no passado, para com o
senhor,
é
indiferente aos meus sentimentos. Pai, temos que ser avô para que os
filhos sintam
o
verdadeiro amor que nós temos, o ser humano que somos! Esse desabafo é uma
confissão de amor e dor ao mesmo tempo.
Tenha
certeza, demorei muito com esse amor reprimido, e a veneração que sinto pelo senhor por
todos esses anos. O pior, vou ter que esperar longa data para que meu filho, mesmo que por carta,
ou email, quem sabe, numa página de relacionamento, me fale como estou lhe falando
agora. Ele é muito jovem! Vai demorar muito tempo, ainda, para também
ser pai e sentir no seu coração esse sentimento.
Obrigado
pai por ter lido essa carta, espero que o senhor não tenha se emocionado muito, sua saúde não
permite tais emoções.
Quero apenas
que na hora do almoço, virei para almoçarmos, abrace-me forte para que eu sinta no seu
abraço a presença do meu
filho ausente.
Sergio
Kante
Pai, bom dia...
Reviewed by Clemildo Brunet
on
8/12/2012 12:23:00 PM
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