NOSSO POVO ACORDOU...
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| Clemildo Brunet |
Clemildo
Brunet*
A mobilização começou em
Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes
agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do
preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi
temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em
São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior
episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em
violentos confrontos com a polícia.
A
grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o
País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como
uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os
aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras
bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma
noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba,
Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
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A
onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de
questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento
popular singular na história brasileira desde a restauração do regime
democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos
resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve
parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”,
disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
Quando
vejo as manifestações de protestos com gente nas ruas desse Brasil afora, me
vem à lembrança de um tempo não muito distante que os protestos eram realizados
debaixo de um regime de exceção que se instalou nesse país. Hoje o nosso povo
acordou por está vivendo uma realidade diferenciada daquela, pois estamos em
plena democracia e o grito de liberdade explode no peito de um brado retumbante,
para destituir os poderes dos corruptos infiltrados na classe política
brasileira.
A
vontade heroica da nossa gente de uma determinada época neste Brasil dava-se de
maneira voluntária, nas reuniões, em lugares fechados escolhidos pelas classes
ou em manifestações nos logradouros públicos, para dizer aos que lhes eram
contrários, o sentimento de liberdade no grito e na raça, sinalizando seu
protesto, até mesmo em um período em que tudo ou quase tudo era censurado.
Hoje
graças ao avanço tecnológico através da Internet e redes sociais com suas
ferramentas disponíveis, um corpo se forma de maneira expressiva com o nosso
povo saindo às ruas e avenidas desde as grandes metrópoles ao menor aglomerado
de povoações, sem que se saiba a que voz de comando está obedecendo.
É
como disse o poeta Castro Alves: “A
praça é do povo assim como o céu é do condor” nessa maratona de se buscar
o que é de direito e tem sido negado pelos seus governantes em uma série de
desmandos é que povo sai às ruas para protestar. Com essa onda de manifestações
que ecoa por toda parte já se vê novas perspectivas de vida para esta nação.
Fique
atento ao que disse um dos líderes do Movimento do Passe Livre, Marcelo
Hotimsky, depois de se reunir com a Presidente Dilma Rousseff e seus principais
assessores nesta segunda feira (24) em Brasília. "Eles mostraram uma incapacidade muito grande de entender a pauta
do momento, falaram que vão estudar e abriram este canal de diálogo que a gente
considera importante." Hotimsky
saiu do encontro, como disse, com a impressão de que a presidência de República
é despreparada.
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Com
os desmandos da nossa classe política, os gastos excessivos do Governo, a falta
de ética e zelo com a coisa pública nos dias de hoje, o avanço constante da
violência por parte do crime organizado mandando neste país, só Deus sabe
quando tais movimentos de rua haverão de parar. E haja manifestos...
Pombal,
25 de junho de 2013
*Radialista,
Blogueiro e Colunista
Twiters @clemildobrunet e @brunetcomunica
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6/25/2013 04:36:00 PM
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