ECONOMIA DE POMBAL: Uma questão de vontade política!
Ignácio Tavares |
Ignácio
Tavares*
Quando há vontade política
tudo é possível acontecer, vejamos: o saudoso mestre Celso Furtado dizia com
certa frequência: “não haverá desenvolvimento sem vontade política”. É claro,
que ele está a se referir a necessidade da prática de ações, firme e
determinadas, por parte dos atores que estão à frente do poder, para que a roda
da economia comece a girar com mais velocidade.
É uma verdade inconteste,
porque desenvolver as sociedades economicamente retardadas, em qualquer
circunstância, é preciso.
É difícil explicar porque se
perde tantas chances de investimento, justo nos municípios cuja fragilidade de
suas respectivas economias impede a criação de milhares de empregos que podiam
atender os anseios dos jovens desempregados que vivem a buscar uma oportunidade
para o seu primeiro emprego formal
É isso mesmo meu amigo,
pois, não se exaspere porque você também tem uma parcelinha de culpa pelo
atraso o qual está submetido o seu município, não é? É triste não é?
Principalmente quando existe um ambiente favorável a implantação de políticas
públicas, com vistas a incentivar a irrigação em elevada escala comercial e
muito pouco se faz.
No momento a região está a
viver uma situação atípica em razão das secas ocorridas nos dois últimos anos.
Esse quadro faz parte dos riscos os quais os produtores têm que enfrentar em período
de tempo incerto, uma vez que historicamente a ocorrência perturbações
climática faz parte do ano a ano dos habitantes do semiárido nordestino.
Mesmo assim, com essas
dificuldades, em se tratando de atividade irrigada, os riscos são
administráveis principalmente quando existem reservas hídricas que permitam a
viabilização de projetos dessa natureza, em determinados espaços. Quero dizer,
nos lugares onde existe certa regularidade na oferta hídrica assegurada pelos
rios perenes ou reservatórios de espelhos de grande magnitude.
Tem mais, a lógica elementar
nos diz que, quando existem recursos disponíveis, sobretudo ociosos, o risco de
insucesso nos investimentos realizados é deveras insignificante. O exemplo
pode-se citar o polo agroindustrial de Petrolina que representa hoje o maior
centro produtor de frutas tropicais do País.
Se volvermos o olhar para
algumas dezenas de anos atrás, aqui na nossa terrinha houve um breve ensaio de
instalação de um polo agroindustrial. É verdade, pois a pecuária leiteira, a
ovinocultura de elevada linhagem genética tempos atrás colocou Pombal no topo
do melhor padrão genético de ovinos do Brasil.
Da mesma forma, quando
Pombal foi um dos grandes centros de processamento de frutas para a fabricação
de doces, entre outros assemelhados, investir na produção de banana industrial
era um excelente negócio.
Infelizmente esse ciclo
durou pouco em razão da crise e pela absoluta falta de políticas públicas
direcionadas a minimização da desorganização que o mercado estava atravessar. O
desfecho final desse raro momento de prosperidade fundamentada em cadeias
produtivas integradas, contei em verso e prosa em textos anteriores.
Hoje, de forma recorrente,
continuamos a cobrar a presença do poder público como agente fomentador de
desenvolvimento local em parceria com o governo do estado, bem como associações
envolvidas em atividades produtivas. Esta é a condição necessária para a que
haja a retomada do crescimento econômico de forma mais acelerada.
Pela insistência nesse tema
dá pra entende o tamanho da minha preocupação no que diz respeito ao futuro
econômico da minha terra. O nosso município não pode continuar a ser o pobre
menino rico do sertão paraibano. Por trás do véu da pobreza, jaz um patrimônio
subutilizado que faz inveja aos nossos vizinhos travestidos de ricos e
poderosos.
Temos condições de
consolidar nossa posição no conhecido o clube dos quatro (Patos, Sousa e
Cajazeiras e Pombal). Pouco importa a ordem de importância, porquanto que
disputemos a hegemonia econômica da região, no mesmo pé de igualdade a
considerar esses municípios mais prósperos situados ao nosso redor.
Quero dizer que, com vontade
política e ação, o município poderá restabelecer, bem como fortalecer a sua
posição no quadro da economia do sertão paraibano.
Há muito tempo estou a
advertir que, se nada for feito, os municípios de São Bento e Catolé do Rocha
que crescem de forma acelerada, em breve poderão assumir posições privilegiadas
no ranking da economia do sertão. Infelizmente isso já aconteceu, pois, já não
somos mais a quarta economia do sertão e sim a quinta.
Vejamos: até 2009 éramos a
quarta economia mais importante do sertão, porém, a partir de 2010 passamos
para a quinta posição, com o elevado risco de passarmos para sexta. Em breve
divulgarei esses números. Quanta tristeza, hein?
Enfim, pelo exposto, é
provável que se a economia da terrinha continuar crescer de forma lenta,
preguiçosa, conforme os números observados em textos anteriores a este, com
certeza, ao longo do tempo perderá sucessivas posições em favor de outros municípios
cujas economias crescem a um ritmo mais acelerado.
Desse modo só nos resta
advertir: mãos à obra meus senhores, porque só há uma solução para reverter
esse quadro, seja, trabalhar na direção certa a fim de fazer a economia de a
terrinha acelerar o ritmo de crescimento, sobretudo de forma persistente e
continuada. Fora disso, o resto é estória de carochinha e nada mais.
Somente assim é que
poderemos, num futuro não muito distante, reeditar aquela fase áurea dos anos
cinquenta, quando o nosso município posicionou-se entre as dez mais importantes
economias do estado. Recordar nos devolve a alegria de viver, principalmente
quando se tem uma história bonita pra contar. Assim penso Eu.
João
Pessoa 09 de Outubro de 2013
*Economista e Escritor pombalense
ECONOMIA DE POMBAL: Uma questão de vontade política!
Reviewed by Clemildo Brunet
on
10/08/2013 06:09:00 PM
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