banner

Desenvolver é mudar: Mudar o que?

Ignácio Tavares
Ignácio Tavares*

Este texto é bem diferente dos demais que escrevi a envolver questões econômicas da minha terra, porque não, também da região. Pretendo fazer algumas considerações sobre a imperiosa necessidade de se promover mudanças no marco administrativo na grande maioria dos municípios da região.
  
Isso porque no meu entendimento, sem mudanças dessa natureza é praticamente impossível, qualquer que seja o município pôr em prática políticas públicas com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico e
social.
  
A recente renúncia do prefeito de Cabedelo, segundo as suas próprias palavras, deve-se ao descalabro administrativo em que se encontra o município. Dívidas impagáveis, pressões da base aliada por mais empregos, impediram que fosse posta em prática políticas austeras de controles dos gastos correntes, condição necessária para introduzir um novo marco administrativo compatível com seu programa de governo. Este é apenas um exemplo e nada mais.

É público e notório que a maioria dos municípios tem uma estrutura administrativa formada por inúmeras secretarias e departamentos muito além do necessário para se fazer uma boa administração.

Isso ocorre porque os executivos municipais em razão dos acordos realizados na fase de pré-eleição, ao assumir o comando da administração municipal são pressionados no sentido de acomodar as pessoas indicadas pelos partidos que lhes deram sustentação eleitoral, por conseguinte os conduziram ao poder

Esse modo de fazer política, na base do é dando que se recebe, é ruim para administração municipal, porque o excesso de cargos de chefia e assessoria dificulta a coordenação administrativa, além de onerar o orçamento do município.
  
Sei que é muito difícil para os eleitos libertarem-se de conchavos dessa natureza uma vez que por razões estratégica são obrigados a fazer acordos com o maior número de partidos possíveis para assegurar a vitória eleitoral bem como, mais adiante garantir o apoio do legislativo municipal.
  
Esta é a razões dos inchaços da máquina administrativa na grande maioria dos municípios. Nesse cenário, muitas vezes acontece que algumas secretarias e departamentos, em razão da exiguidade de recursos orçamentários têm funções meramente decorativas no conjunto da administração municipal.

Essa situação representa um custo a mais para a população, posto que quanto maior for os encargos com a folha de pagamento menor será a sobra de recursos para investimentos. A consequência é a ausência de políticas públicas para impulsionar o desenvolvimento local, fator determinante para a geração de trabalho e renda.
  
Apesar dos pesares, nos últimos oito anos os seis municípios mais desenvolvidos do sertão ostentam sinais de crescimento. Uns crescem mais, outros crescem menos. No caso especifico da minha terra o crescimento anda meio preguiçoso por isso sugere-se prática de ações a fim acelerar o ritmo de expansão, para ver se pelo menos a economia do município fica no lugar que está.

Neste caso a minha ansiedade é tanta que chego a torcer para que as coisas aconteçam em breve espaço de tempo. Não é tarefa fácil porque no mundo real da economia não há evidencias de que aqui e alhures, o milagre do crescimento tenha acontecido em curto espaço de tempo. Convém salientar que a economia tem muito a ver com a natureza porque é dela que se extrai a maior parte dos recursos indispensáveis a produção de mercadorias e insumos.
  
Retomando ao enfoque básico do texto, reafirmo que a existência de estrangulamentos administrativos na maioria dos municípios, sem dúvida, impedem a formação de cenários de prosperidade econômica e social. Esse quadro de ineficiência administrativa que tanto falam os órgãos fiscalizadores obstruem qualquer tentativa de criar condições ideais para gerar um novo ciclo de prosperidade.
  
Assim como para o meu município, bem como para os demais, o crescimento exige mudanças ousados não só no modo de administrar, mas também na maneira de empreender, por parte dos executivos, associado aos principais atores representados por comerciantes, industriais, empresários do setor agropecuário, poste que são estes os maiores responsáveis pela dinâmica da economia do município.

Vale ressaltar que o povo é outro ator de fundamental importância. Quando o povo toma consciência de que o desenvolvimento é o caminho mais curta para se chegar a melhores padrões de bem-estar social, com certeza, já é meio caminho andado. É com a participação do povo, de forma obsessiva, que as coisas começam acontecer. Desse modo, com a palavra final o povo sofrido e acomodado da minha terra e alhures.

Vale a pena lembrar: administrar bem ou melhor ser parcimonioso no uso dos recursos que ingressam no erário municipal, é um bom indicador de que o povo terá muito a ganhar porque sobrarão recursos para investir nos projetos de interesse coletivo, bem digo, nas diversas áreas das carências sociais. Caso contrário esqueçam..........

João Pessoa, 22 de Novembro de   2013


*Economista e Escritor pombalense
Desenvolver é mudar: Mudar o que? Desenvolver é mudar:  Mudar o que? Reviewed by Clemildo Brunet on 11/22/2013 06:30:00 AM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion