Bodas de amor
Onaldo Queiroga |
Por Onaldo
Rocha de Queiroga*
Cinquenta anos não são cinquenta meses, nem
muito menos cinquenta dias. É um longo tempo. Uma longa estrada percorrida.
Pelo caminho muitas dificuldades e sofrimentos, mas tudo ultrapassado em nome
do amor.
O casamento era para ser no dia 4 de abril de
1965, data de aniversário do patriarca Antonio Hortêncio Rocha, o pai da noiva.
Festa organizada, porém, um infortúnio fez com que a cerimônia fosse adiada, ou
seja, dias antes da data do matrimônio, veio à morte prematura, por afogamento,
de Onaldo Setúbal Rocha, com 16 anos, no açude da Fazenda Altinho, Pombal. A
tristeza invadiu não só a família, mas toda cidade. Antonio e
Onélia, ainda, sob o impacto da perda
inesquecível e inestimável de Onaldo, resolveram que o casamento ocorreria numa
celebração simples na casa da mãe do noivo, dia 12 de maio de 1965. Assim
sucedeu-se. Com a presença da família e de poucos amigos, e, de forma singela,
se casaram.
Passaram a lua-de-mel numa casa locada na Rua
Padre Amâncio Leite, Pombal. Dias depois, o nubente seguiu para sua Comarca
Bonito de Santa Fé, para onde meses depois levaria Onélia, companheira
inseparável. Na comarca de Catolé o casal já possuí dois filhos, Onaldo e
Antonio Carlos. Ali ficaram por cinco anos. Muitas lutas e construção de
eternas amizades. No ano de 1971 deixaram o sertão e foram residir em Campina
Grande, onde em 1972 nascera André Avelino de Queiroga. Em 1975, o casal chegou
para residir na cidade João Pessoa, onde nasceram mais dois filhos, Antonio
Neto (1976) e Antonio Filho (1981).
O tempo passou. Ele um ser tímido,
observador, rígido e ás muitas vezes introspectivo. Ela expansiva, de fácil
comunicação e de uma alegria contagiante. Ele, civilista, professor, escritor e
julgador focado no justo. Ela, criminalista, professora e escritora de cunho
mais literário. Pela longa estrada, renúncia e amor.
Por ser ele magistrado, sem dúvida, que ela
renunciou muito mais do que ele. O sonho do exercício efetivo da advocacia,
teve que ser guardado numa gaveta do tempo. Amante de festas, muitas vezes
recolheu-se a quietude dos momentos reservados do esposo juiz.
Filhos criados e encaminhados na vida.
Aposentados, mas ensinando e escrevente. Dia 12 de maio de 2015, eles
comemorarão as Bodas de Ouro, ou mesmo, “Bodas de Amor”, pois foi o amor e a fé
em Deus que, dia a dia, alimentou a convivência deles, proporcionando a
superação das dores, dos defeitos, das incompreensões, das tristezas e fizeram
da caminhada uma eterna luta em busca da felicidade.
Parabéns meus pais, vocês são exemplos que
sempre nortearam e nortearão a estrada da minha vida. Obrigado Deus, pelos pais
que me guiam até hoje.
*Escritor e Juiz de
Direito da 5ª Vara Cível em João Pessoa PB.
Bodas de amor
Reviewed by Clemildo Brunet
on
5/11/2015 07:49:00 AM
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