BRUTALIDADE
Severino Coelho Viana |
Por
Severino Coelho Viana*
Há um ditado muito conhecido,
principalmente no Nordeste brasileiro: “fulano é bruto que só jumento” pelas
palavras ditas e pelo modo habitual ou eventual de agir.
Consideramos um tema muito intrigante
esta questão de comportamento das pessoas, se educadas e civilizadas; ou brutas
e ignorantes. Ouvimos dizer constantemente que o homem é produto do meio, mas
nós percebemos que esta assertiva não é absolutamente verdadeira no aspecto de
disciplinamento humano.
Cada pessoa nasce de um tronco familiar,
recebe os primeiros ensinamentos no lar e
vive no seio da classe social que lhe é adequado, salvo aquelas crianças que são adotadas, a chamada família substituta, ou aquelas que são abandonadas quando a maioria acata o primeiro sinal no mundo da criminalidade. Ás vezes, isto é um fato raro, mas pode acontecer tudo inverso: nasce em berço de ouro, com civilidade zero; e nasce na choupana do pé de serra, com urbanidade nota mil. É a virtude que já nasce com a sua natureza humana. No entanto, nós queremos falar sobre aquele ser que tem nascimento, berço e criação dentro do padrão de normalidade. Por que uns são civilizados e outros brutos ou ignorantes de nascença?
A ignorância, segundo o dicionário, pode ser uma falta de conhecimento, sabedoria e instrução sobre determinado tema, ou mesmo crença em falsidades. Em situação em contrapartida o ignorante estabelece critérios que desclassifiquem o conselho alheio, em prol da sua falta de conhecimento, busca estabelecer ideias falsas sobre si mesmo e o mundo que o cerca de forma errônea, que desagrade aqueles que o cercam.
vive no seio da classe social que lhe é adequado, salvo aquelas crianças que são adotadas, a chamada família substituta, ou aquelas que são abandonadas quando a maioria acata o primeiro sinal no mundo da criminalidade. Ás vezes, isto é um fato raro, mas pode acontecer tudo inverso: nasce em berço de ouro, com civilidade zero; e nasce na choupana do pé de serra, com urbanidade nota mil. É a virtude que já nasce com a sua natureza humana. No entanto, nós queremos falar sobre aquele ser que tem nascimento, berço e criação dentro do padrão de normalidade. Por que uns são civilizados e outros brutos ou ignorantes de nascença?
A ignorância, segundo o dicionário, pode ser uma falta de conhecimento, sabedoria e instrução sobre determinado tema, ou mesmo crença em falsidades. Em situação em contrapartida o ignorante estabelece critérios que desclassifiquem o conselho alheio, em prol da sua falta de conhecimento, busca estabelecer ideias falsas sobre si mesmo e o mundo que o cerca de forma errônea, que desagrade aqueles que o cercam.
Na linguagem popular a ignorância
caracteriza-se pelo uso da agressividade, portanto, é o ‘estúpido’, ‘burro’, ‘asno’,
‘idiota’, ‘imbecil’, ‘retardado’, ‘grosso’.
Conhecemos família que a ignorância
parece uma herança atávica. A árvore genealógica mostra os ramos ásperos e suas
folhas queimam-se aos primeiros raios solares. Logo cedinho, no café matinal,
já começam como fosse uma briga de foice. Um grita daqui, outro berra dali. O
terceiros se mete na confusão. É uma algazarra caseira.
E o pior de tudo, há famílias que todos
são formados, mas a partir do momento que o menor sentimento seja contrariado
rasga o diploma e os pedaços de papel são jogados no balde de lixo. Esqueceu
todo o aprendizado que teve nos bancos escolares e foram aprimorados na cátedra
universitária. E mantém a ignorância viva de uma fera bravia. Este mau costume
acontece dentro e fora de casa, isto é, o costume ruim de casa leva ao meio da
rua.
Muitas vezes o ignorante se considera o
dono do pedaço e age de acordo com a sua natureza na presença de muitas
pessoas. Todos caem na gargalhada, o ignorante sai com seu ego inflado pensando
que os risos foram dados como elogiado à sua atitude. Justamente, o contrário,
pelo menos, a maioria estava gozando da cara dele.
Doutos intelectuais já se manifestaram
sobre a concretude da ignorância, em todos os tempos, dentre eles, destaca-se o
nosso maior jurisconsulto, Rui Barbosa, que a respeito dela afirmou: “A chave
misteriosa das desgraças que nos afligem é esta; e somente esta: a Ignorância!
Ela é a mãe da servilidade e da miséria”. Alguns outros conceitos a respeito da
Ignorância, dito pelos homens mais influentes do conhecimento humano vale a
pena relembrá-los aqui.
-“Não há nada mais terrível que a
Ignorância” (Goethe,1749-1832);
-“Se me perguntar o que é a morte!
Respondo-te: a verdadeira morte é a Ignorância. Quantos mortos entre os vivos!”
(Pitágoras, 582-497, AC);
-“A ignorância é a noite (escuridão) da
Mente!” (Confúcio,551-478,AC);
-“A diferença entre um homem sábio e um
homem ignorante é a mesma entre um homem vivo e um cadáver.” (Aristóteles,
384-322, AC);
-“Dar conselhos a um homem culto é
supérfluo; aconselhar um ignorante é inútil.” (Sêneca, 65-2, DC);
-“A sabedoria e a razão, falam; a
ignorância ladra.” (Arturo Graf, 1848-1913);
-“Nada no mundo é mais perigoso que a
ignorância.”(Luther King,1968);
-“Todo aquele que não sabe, seja quem
for, pode e deve entrar no rol do vulgar.” (Miguel Cervantes, 1547-1616);
-“O tolo, quando erra, queixa-se dos
outros; o sábio queixa-se de si mesmo.” (Sócrates, 469-399, AC).
A Ignorância tem sido causa de guerras,
revoluções, levantes, atentados, terrorismo, fome, miséria, doenças, crimes;
enfim; causadora de todos os infortúnios que nos fazem padecer e morrer!
Apesar de tanta evolução ainda cultiva
sentimentos tão primitivos, que não servem para nada a não ser para atrapalhar
a vida de todos. Como por exemplo, a burrice e a ignorância; sentimentos, que
passam despercebidos, mas que são altamente prejudiciais e afetam profundamente
todos os aspectos da vida humana; saúde, família, profissão, amizade,
casamento, finanças, enfim, sentimentos que poderiam ser eliminados se usassem
o intelecto de nossa capacidade de forma correta.
Transcrevemos para seu conhecimento a
lenda do Monge sobre a má índole: “Mestre e discípulos iam por uma estrada e,
quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas.
O Mestre correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o escorpião na
mão. Quando o trazia para fora, o escorpião o picou e, devido à dor, o Mestre
deixou-o cair novamente no rio. O Mestre voltou à margem, pegou um galho de
árvore, correu, entrou no rio e salvou o escorpião. Quando o Mestre, sentindo
muita dor, reuniu-se novamente com os discípulos, que haviam assistido à cena,
estes disseram perplexos e penalizados:
- Mestre, deve estar doendo muito! Por
que foi ajudar esse bicho ruim e venenoso? Ele que se afogasse! Seria um a
menos! Pois, retribuiu à sua ajuda picando a mão que o salvara! Não merecia sua
compaixão nem mesmo sua generosidade.
O Mestre carinhosamente respondeu:
- O escorpião agiu de acordo sua
natureza, e eu de acordo com a minha. Melhor COMPREENDER e ACEITAR os seres com
quem nos relacionamos. Não podemos e nem temos o direito de mudar o outro, mas
podemos MUDAR A NÓS próprios, mudar nossas intenções e reações, aceitando que,
cada um dá o que tem, o que pode ou o que quer. Devemos agir conforme nossa
natureza, e não conforme a do outro. QUAL É A SUA NATUREZA? QUAL A SUA ÍNDOLE?
QUEM É VOCÊ? O MESTRE OU O ESCORPIÃO”?
Acreditamos na força da civilidade, da
gentileza, da elegância, da suavidade e do bom tratamento, os contras que me
perdoem!
João
Pessoa PB, 15 de maio de 2015.
*Escritor
pombalense e Promotor de Justiça em João Pessoa PB
coelho@globo.com
BRUTALIDADE
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/15/2015 08:57:00 AM
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