Bandeira branca, amor...
Genival Torres Dantas |
*Genival
Torres Dantas*
(Max
Nunes / Laércio Alves)
“Bandeira branca, amor, Não posso mais,
Pela saudade que me invade Eu peço paz”; Assim começa uma música imortalizada
por Dalva de Oliveira, mulher de Herivelto Martins, pais, por consequência, de
Peri Ribeiro, ases do cancioneiro popular brasileiro. Mas, não é de música que
estamos nos propondo a falar, bandeira branca é tudo que precisamos nesse
inicio de ano, quando os números continuam sendo forçados em decorrência de
atitudes políticas e econômicas a despertarem um novo sentimento de esperança
no peito de todos nós, já estamos saturados de tantos dissabores e
desassossego, estamos numa sofreguidão torpe e
“Bandeira branca, amor, Não posso mais,
Pela saudade que me invade Eu peço paz”, Quando o apelo é mais forte que nossas
amarras têm que pedir bis e soltar o canto aos quatro cantos do mundo e pedir
socorro aos deuses do universo, como a desacreditar da nossa própria fé, dessa
forma seguimos a cantarolar nossa toada como um coro sedento de angústia e
tristeza, esperando que o conforto surja de qualquer esquina do mundo nos
trazendo alento e o cálice da concórdia a nos prometer dias de menos agouro e
noites mais frias e sono contínuo. Não acreditamos em dias piores aos que
estamos passando, somos acometidos por noticias e fatos de profundos dolos, de
pura crueldade, absoluta falta de piedade cristã, principalmente para com os
mais fracos e desapontados.
“Saudade, mal de amor, de amor, Saudade,
dor que doí demais, Vem, meu amor! Bandeira branca eu peço paz”; quando o mal
de amor nos sucumbe é que os outros males já são menores, muito embora as dores
do mundo sejam de inconformismos inigualáveis, somos todos passageiros de um
trem sem destino, vindo de uma estação de um passado melancólico em busca de um
futuro menos agonizante, uma viagem sem dias certos nem quantas estações
teremos que esperar até encontrar o nosso verdadeiro destino ou se vamos
continuar vagando por entre terras de estações de vagas esperanças, como a nos
dizer que somos passageiros da agonia e de paragens duvidosas tentando nos
jogar em terras de ninguém, onde tudo se promete e nada se cumpre.
“Bandeira branca, amor, Não posso mais,
Pela saudade que me invade Eu peço paz”; seria jocoso se não fosse tão triste
partir para tríplice apelação pela paz que nos falta, a paz composta de todos
os predicativos da presença de conforto espiritual e material, o sossego da
calmaria dos tantos ingredientes que nos conforta e estabiliza nos espírito em
busca da contemplação dos astros e favorecimento dos Espíritos de Luz. Nos
falta a certeza de uma vida que existe mas não nos pertence, situação mais favorável
para fazer crescer nossa família sem tanta tortura e de ensinamentos básicos
para uma criação próxima da credulidade e da fé nos nossos semelhantes. Temos
vividos em verdadeiros mosteiros de suculentas devastações, onde impera a
falácia e as mentiras mais ludibriosas, nada se faz pelo bom encaminhamento e
pela liberdade do próximo, nem mesmo se deseja essas avenças.
“Bandeira branca, amor, Não posso mais, Pela
saudade que me invade Eu peço paz”; fica claro que não é apelativo nosso
propósito, a nossa necessidade é maior e verdadeiramente suplicante,
precisamos, obstinadamente, de conforto e sabedoria, sabedoria essa que possa
pelo menos nos encaminhar pelo deserto do pensamento e nos colocar ante a
possibilidade, por mais remota que seja de ter um mínimo de esperança numa
reabilitação entre tantos fracassos e desdita. Não estamos cansados de tanto
caminhar, nem mesmo de apelar para outras pessoas ditas e tidas com maior
inteligência que a nossa, temos o direito de recorrermos aos mais privilegiados
que se apresentem e assim sejam louvados, não podemos é nos entregarmos ao
esmorecimento e a trágica situação dos infortunados e propensos ao descaso e a
inercia são todos pecadores, entretanto, não somos todos pérfidos, somos seres
com características próprias com somas de recursos de grande potencial humano,
com largo poder de recuperação se por acaso nos desviamos de alguma conduta
mais direcionada ao centro da meditação e o complexo contexto da sanidade
humana.
Enquanto não perdermos totalmente a
esperança e a fé que existe dentro de nós jamais perderá a chance de
continuarmos a buscar qualquer possibilidade de nos livrarmos das amarras que
existem dentro de nós, não por nossa culpa e risco, mas, por absoluta chantagem
imposta pelos nossos adversários que vivem de tentativas de se imporem como
quem a maldade contra os bem aventurados homens nas suas rotinas em busca não
de vantagens sobre os outros, mas, de lutas mais igualitárias trazendo a todos
humanos uma condição facilitadora a sua sobrevivência sobre a terra. Essa é a
nossa missão, quando buscamos a paz.
*Escritor e
Poeta
genival_dantas@hotmail.com
Bandeira branca, amor...
Reviewed by Clemildo Brunet
on
1/12/2017 12:47:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário