Sons da vida
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
São muitos os sons que chegam aos nossos
ouvidos durante o percurso da vida. Alguns oriundos da natureza, outros
provenientes do homem. Uns são estridentes, inquietam a alma, causam ansiedade
e estresse. Já outros são suaves, acalmam o espírito, tranquiliza-nos.
Os sons que emergem das grandes
metrópoles não nos fascinam. A poluição sonora advinda do trânsito é algo que
incomoda, provoca ânsia e desassossego. Já no campo, o som é tênue e afetuoso,
aquieta a alma, fazendo com que o tempo caminhe mais docemente.
Cada ser humano se afeiçoa a um
determinado tipo de som. Somos daqueles movidos a música. Logo que acordamos
passamos logo a ouvir canções, preferencialmente, músicas instrumentais, de
toque bem suave. Elas nos acompanham também quando estamos trabalhando, seja
preparando despachos, sentenças ou mesmo escrevendo textos literários ou
jurídicos. Trazem serenidade, equilíbrio e inspiração, parece que nos permite
sair do nosso corpo e flutuar por templos de relaxamentos.
Sei que alguns acham que esse tipo de
som, como também aqueles tidos como românticos e boêmios, podem causar tristeza
e nos levar a um estágio de taciturnidade. Mas, conosco funciona diferente,
pois, por exemplo, sob o som instrumental de Nando Cordel, os dias são mais
fáceis e tranquilos. O Poeta de Ipojuca-PE, consegue com seu som adentrar em
nosso espírito e no remanso das notas musicais espantar temores e angustias que
o tormentoso mundo do terceiro milênio nos impõe, de vez em quando. Ouço também
canções internacionais, antigas e atuais.
Sou amante do forró, xote, xaxado, coco
e baião, enfim, desses ritmos do balaio Nordeste, pois contam a nossa história
e, incrivelmente, mesmo com um tom melancólico, nos permite dançar com alegria
nos terreiros da vida. A boa música é alimento espiritual e nos faz bem!
*Escritor
pombalense e Juiz de Direito
onaldorqueiroga@gmail.com
Sons da vida
Reviewed by Clemildo Brunet
on
8/18/2017 03:57:00 PM
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