Da janela do meu olhar
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
Da janela do meu olhar vejo as ondas do
mar, elas vêm e vão, num balé regido pela Santa Natura. Há horas que se
apresentam calmas, tranquilas e deslizam suaves pelas areias da praia. Em
outras, se movimentam de forma brusca e colidem violentamente nas mesmas areias
provocando um barulho enorme, como se quisessem falar ao mundo.
Essas ondas do mar, num paralelo
inevitável, são comparadas às ondas que afloram na trajetória de nossas vidas
e, que de qualquer modo transformam nosso viver, impondo ora sofrimentos, ora
momentos felizes.
É por isso, que da janelo do meu olhar,
vejo as ondas da vida que relatam batalhas que transformaram em alguns momentos
a história da humanidade. São insanas ondas que provocaram e ainda encaminham
guerras, discórdias, sofrimentos, mortes e um desencanto indescritível. Tais
ondas, ainda, transformam águas oceânicas em vermelho sangue de piratas, de
aventureiros e de desbravadores, que continuam a afundar nos mares sonhos e
segredos.
Da janela do meu olhar, ainda visualizo
ondas de almas materialistas, que degradam a natureza e afetam o nosso
ecossistema. Vejo ondas de poder, de homens que se acham deus. Ondas onde
humanos acreditam que o dinheiro tudo pode e, que, silenciosamente, encaminha
toda a humanidade para um tempo ainda mais difícil.
Mas da janela do meu olhar, vejo também
ondas que apesar de mergulhar o homem num poço de desilusões, mesmo assim, não
conseguem destruir a esperança por dias melhores, pois com amor e fé em Deus, o
homem ainda guarda no coração um fio de crença capaz de superar e estabelecer
um equilíbrio entre sua existência e a natureza.
*Escritor
pombalense e Juiz de Direito da 5ª Vara Cível de João Pessoa - PB
Da janela do meu olhar
Reviewed by Clemildo Brunet
on
5/05/2018 07:31:00 AM
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