ESCUDO DA FÉ
Severino Coelho Viana |
Por
Severino Coelho Viana*
A vida é boa, mas o viver está
insuportável! Rodeada de pessoas de caráter insuportável e intolerável que
prejudicam o viver alheio por pura inveja ou egoísmo.
Diariamente apontam os noticiários da
mídia, (escrita, falada e virtual) contaminados de crime e violência: crianças
exploradas sexualmente; alunos alvejando professores e matando os próprios
colegas no recinto escolar; playboys matando homossexuais, açoitando
domésticas. O repertório de agressões é vasto, e os cenários, diversos.
Ante a visão triste deste panorama,
ainda, por cima, existem pessoas de coração ruim e só pensam em maldade a fim
de atormentar o viver dos outros retirando o sossego. São pessoas do mal,
perversa, desocupadas e de má índole irrecuperável.
A sociedade se sente impotente e
desprotegida. Os governantes não tomam uma atitude enérgica de combate ao
crime. A barbárie está presente da cidade mais pacata do interior à metrópole
mais desenvolvida no nosso país. Os meios de combate à criminalidade de ordem
material e operacional fracassaram por falta de atitude de um bom governante.
As causas da violência são várias e
apresentam-se de forma diversificada. A execução de crime dá-se de lugar ermo,
escuro e afastado à sala da comissão de licitação do palacete mais sofisticado.
A solução para a questão da violência no
Brasil envolve os mais diversos setores da sociedade, não só a segurança
pública e um judiciário eficiente, como também demanda com urgência,
profundidade e extensão à melhoria do sistema educacional, saúde, habitacional,
oportunidades de emprego, dentre outros fatores. Requer principalmente uma
grande mudança nas políticas públicas e uma participação maior da sociedade nas
discussões e soluções desse problema de abrangência nacional.
A violência não se reduz a atos contra a
integridade física, psicológica ou financeira das pessoas, ela também se dá de
modo velado e imperceptível, subliminar, chegando a intentar contra
pensamentos, opiniões, valores, crenças, etc.
Os tentáculos do Estado deixaram de
alcançar determinados espaços na sociedade. Seja por falhas em seu papel
educacional, seja por falhas em seu papel econômico, o próprio Estado regou as
sementes dos chamados "Estados paralelos". E como todo Estado
legítimo, esses paralelos buscam o domínio utilizando-se da violência.
A nossa vida diária é de muito trabalho,
correria, ansiedade, tormento, estresse e violência. “Logo cedo quando ligamos
a televisão à primeira notícia aparece na manchete: “morte por acerto de
tráfico de drogas”, assalto à mão arma seguido de morte”, “criança estuprada
por marginal”, “caixa eletrônico explodido”, cadáver desovado encontrado” etc.
Essa ladainha de contas infindáveis é
repetida todos os dias, o fato, nós já conhecemos, resta somente saber quem é a
autoria do crime.
Por mais visível que seja a nossa cruel
realidade, nós não devemos pegar a arma de fogo e sair atirando para cima em
busca de resolver o problema da criminalidade. Reivindicamos ao poder público
que nos dê o mínimo de segurança cuja obrigação é assegurada ao Estado para o
bem coletivo da cidadania.
Como o Estado não dispõe dos meios
necessários para devolver a tranquilidade coletiva e assegurar a paz social, já
que estamos num mundo onde “salve-se quem puder”, temos as nossas armas de
proteção: a oração e a fé.
A fé é uso da mente ligada ao Ser
Superior, tornando-se a nossa arma de ataque contra a guerra diária. Com o
nosso escudo de fé podemos eliminar todos os raios malignos impostos pelas as
adversidades da vida. Esteja de prontidão com seu escudo erguido pela manhã, à
tarde e à noite. Todo momento a nossa fé deve ser usada. É como se tivesse
falando com o Divino permanentemente. O escudo não pode sair dos nossos braços,
sempre à mão direita como o maior recurso de defesa.
Devemos agarrar com todo o ímpeto do
nosso coração o escudo de proteção. O pensamento positivo é o norte. As
palavras de esperanças sejam alvissareiras. Não use a coragem para prática de
violência, mas tenha como consolo para superar os obstáculos. Caminhe para
frente com a certeza da vitória, levante as mãos para os céus em forma de
agradecimento ao poderoso Deus!
Não aceite os conselhos dos seus temores
e siga a sua batalha de fé no âmbito da guerra interior. Com a cabeça erguida
de ânimo, lance o medo no balaio do imprestável, encontre na sua mente o fulgor
da ousadia e mantenha no lugar mais reservado do seu coração. Use a palavra de
Deus e destrua fervorosamente cada inimigo que está escondido na próxima
esquina ou lado de sua mesa.
Nós acreditamos no combate à
criminalidade somente quando cada um jogar fora o grau de violência que carrega
dentro de si. Todos nós temos um pouco de violência nas nossas entranhas que
varia do menor para o maior grau dependendo da índole individual. É aquele grau
de superioridade que o vagante carrega na ponta do nariz, é aquele instinto
vingativo que não perdoa nada, é aquela vontade de brigar contra o vento, é
aquele sentimento de que tudo tem que ser respondido senão será transformado
numa grande mágoa. Ora, se a pessoa carrega essa tonelada de guerra dentro de
si como erradicar a violência externa das outras pessoas? São as chamadas
pessoas de pavio curto. Porque sabemos que existem pessoas de má índole. É
preciso descobrir esta má índole e trabalhar para refazer o seu estilo de
convivência social.
Não adianta saí pregando aos quatro
ventos que é defensor da paz social e da paz mundial quando dentro de si
carrega um míssil de guerrilheiro!
Não adianta ter um emblema de harmonia
na língua e sua mente traquejada de maus agouros e sentimentos de revolta
contra tudo e contra todos.
Não precisa viver com a boca aberta
mostrando aquele sorriso amarelo quando se percebe os raios de veneno saindo do
seu olhar.
Não dê um abraço falso quando rejeita a
amizade pessoal com aquela ideia maligna de que é amigo de todos!
Não só cuide da violência dos outros, no
entanto, tente erradicar a violência que traz dentro de si mesmo!
Para isso use o escudo da fé!
João
Pessoa, 07 de maio de 2018.
Escritor
pombalense e Promotor de Justiça em João Pessoa PB
scoelho@globo.com
ESCUDO DA FÉ
Reviewed by Clemildo Brunet
on
5/07/2018 08:29:00 AM
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