Mundo prístino
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
Oh! Mundo velho! O tempo passa no girar
da terra, no fogo das queimadas silenciando a sabiá e na súplica infinita das
matas que tombam sob o insano gritar das serras elétricas. Oh! Mundo arcaico,
que caminha no balanço das águas do mar, com Katrinas e tsunamis a desenhar
avisos apocalípticos!
Oh! Mundo antigo, que voa no céu de lua
e estrelas, de condores, de amores, violões e vilões. Oh! Mundo avoengo, cuja
velhice não consegue ensinar ao homem a fala e o agir da simplicidade. Oh!
Mundo antiquado, que mesmo de céus com raios que rasgam a escuridão e com a ira
dos trovões não conseguem dizimar os usurpadores da paz cósmica. Parece-nos que
o ser humano não tem ideia de quantas guerras, quantos guerreiros, sonhos e
esperanças tombarão ainda diante de tiranos, predadores de um tempo vil, que
cansou de fazer a história chorar pelo sangue de jovens libertários.
Passa o tempo e a poeira da insolência
ainda se põe de pé na estrada da Humanidade. É como se houvesse uma sensação
pairando no ar, desenhando a roda grande andando dentro da menor; anunciando um
tempo em que o mal já fora visto pelos corredores dos templos, travestido de
benfeitor; tempo em que a “decadência” e a “prescrição”, no mundo jurídico, tem
rosto de impunidade, de um declínio que paulatina e equivocadamente vem
colocando em risco a estabilidade de toda a humana.
Mas, é preciso ter fé e não deixar nunca
o pavor nos dominar. Se cada um de nós, uma vez ao dia, por um minuto, parasse
em reflexão e olhando para o céu, suplicasse a Deus, por paz e se comprometesse
a praticar a solidariedade, então, teríamos um novo mundo!
*Escritor
pombalense e Juiz de Direito da 5ª Vara Cível de João Pessoa PB
onaldorqueiroga@gmail.com
Mundo prístino
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/05/2018 06:26:00 AM
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