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COMO ENFRENTAREMOS A MORTE?

Eli Medeiros

Por Eli Medeiros*

Li na semana passada que o Senador John McCain havia decidido a não mais continuar com seu tratamento contra o câncer que sofria durante algum tempo. Sua decisão, anunciada por sua família, na sexta-feira, significava a decretação de pouco tempo de vida, como de fato se constatou com sua morte sábado.
Considerado pelo povo Americano como herói de guerra e detentor de representação popular por muitos anos, resolveu ele por fim ao que lhe restava de vida, estancando um tratamento que lhe dava sobrevivência na luta contra o câncer. Fiquei a pensar, qual será o fim de cada um de nós?
Teríamos nós a mesma disposição em desistir da vida decidindo não lutar contra uma doença terrível que viéssemos a descobrir sermos dela portador? O desejo de viver que marca a luta de cada um pode ser transformado em abdicação da luta e espera pelo fim?
A vida física do Senador haveria de chegar ao fim, com dias, apenas, de duração, como aconteceu. É possível que as dores causadas pela doença terrível que o acometia o tenham feito desistir. Há situações em que não valeria a pena manter uma sobrevida durante a qual predominassem a dor e o sofrimento, seu e de sua família, em lugar da alegria, a arrastar-se sem perspectiva de mudança, enquanto a luta pela vida fosse travada.
A morte foi vencida por Jesus Cristo, mas ainda havemos de enfrentá-la, enquanto não for ela definitivamente banida, o que só ocorrerá com a segunda vinda de Jesus Cristo e a criação dos novos céus e nova terra. Até lá, vamos convivendo com esse inimigo que aterroriza o ser humano.
Dias contados, fim da peregrinação! Lembro-me do relato do anúncio feito pelo Profeta Isaías a Ezequias: “põe em ordem tua casa porque morrerás e não viverás”. A oração de Ezequias por sobrevida foi ouvida por Deus para estender seu tempo por mais alguns anos. Fazer o quê nos dias concedidos para “por em ordem a casa”? Repensar valores? Fazer despedidas? Perdoar e pedir perdão? Fazer um balanço da vida e aguardar o fim?
A Bíblia fala de outro homem que não esperava a morte e fazia muitos planos e o chama de “louco”, já que sua vida estaria a ponto de ser tomada sem que sequer pensasse ele na iminência da morte. O que faríamos nós se nos fosse permitido saber do nosso fim terreno, às vésperas dessa partida? Estevão, no relato de Lucas, fitando os olhos no céu viu a glória de Deus e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus.
Tranquiliza o pensamento de Lutero ao compor o hino “Castelo Forte”, espelhando-se no salmo 46, em meio a lutas descomunais, sabendo da possibilidade da morte, inclusive: “Se tudo se acabar e a morte enfim chegar, com ELE reinaremos”. A serenidade diante da morte tem sua lição maior em Jesus: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”.
Após os questionamentos levantados, alegrou-me a tranquilidade dos que têm esperanças em todas as circunstâncias, inclusive diante da nossa própria morte, fato com o qual haveremos de lidar em um determinado momento. Na verdade, no último momento da vida. “E quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” I Coríntios 15:54-55
*Advogado e Presbítero da Igreja Presbiteriana do Brasil em São Luiz - Maranhão
COMO ENFRENTAREMOS A MORTE? COMO ENFRENTAREMOS A MORTE? Reviewed by Clemildo Brunet on 8/28/2018 03:11:00 PM Rating: 5

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