A esbórnia do balacobaco nunca foi do Sargentelli
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Genival Torres Dantas |
Por Genival Torres Dantas*
Quando imaginamos
abordar temas como dia do trabalho, ou trabalhadores sempre nos veem envolvidos
com o ar de conflitos do mundo sindicalista. É verdade que em paralelo o
primeiro dia de maio também está afeto. Nesse entrelaçamento remonta ao ano de
1886, cidade de Chicago, EUA, maior parque industrial da época, o primeiro
movimento grevista com apelo de redução da carga horária de 13 para 8 horas
diárias, 4 horas aos sábados, perfazendo às 44 horas semanais, conhecida como
jornada inglesa, sem corte salarial.
Aqui no Brasil as
manifestações de greve, bancadas pelos sindicatos, teve seu início com a maior
greve da Velha República, em 1917, com êxito somente em 1924, quando além das
vantagens obtidas pelos americanos tivemos outros ganhos agregados como a proibição
da jornada noturna para mulheres e adolescentes. Porém, a causa operária de São
Paulo extensiva ao território Nacional só foi implementada, efetivamente, no
primeiro período do Governo Vargas, 1930/1945, com a implantação do salário
mínimo (1940) e criação da Justiça do Trabalho (1941), houve uma permuta da
menção ao dia primeiro de maio, trocando o dia do trabalho para trabalhador.
De lá para cá
muitas coisas ocorreram, benefícios vieram, o Brasil se transforma no País da
esperança e do futuro, títulos até hoje perseguidos sem o devido alcance.
Na segunda metade
dos anos 1950, com ascensão ao Governo Federal de Juscelino Kubitschek de
Oliveira, 1956/1960, “O Plano 50 Anos Em Cinco” deu impulso ao parque indústria
brasileiro, transformando o ABC e D, da grande São Paulo, Capital, em polo da
indústria automobilística e da tecnologia e eletrônica, com esse novo mercado
de produção trabalho e venda, no seu entorno, grande comercio e indústrias de
outros segmentos surgiram em conjunto com seus respectivos sindicatos para
formação, manutenção e expansão da mão de obra especializada, proporcionando,
dessa forma, uma nova política de remuneração e valorização do novo operário
que surgia com o crescimento do PIB Nacional.
O Brasil se
agigantava, tomamos a dianteira da América do Sul, os Estados da Federação
também iam à busca de protagonismo, a SUDENE (Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste), 1959, e a SUDAM (Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia), 1966, desempenharam relevante papel na economia
brasileira, na fomentação e estímulo ao ressurgimento de um novo Nordeste e
Norte. Agregados estavam BNB (Banco do Nordeste do Brasil), já em operação
desde 1952, o Basa (Banco de Desenvolvimento da Amazônia), 1942, como Banco de
Crédito da Borracha e a partir de 1966 com a atual denominação.
Depois da
turbulência política no Governo Militar, 1964/1985, o Brasil e os sindicatos
tomaram novo rumo, agora distante da Democracia plena, com associação da
esquerda socialista, ou socialismo científico, correntes agora dominantes e
patrocinadas pelas centrais sindicais e seus coligados, sendo constituído o
maior partido político da esquerda brasileira, chegando ao Poder Central, via
principal, partido do PT (Partido dos Trabalhadores), com seu maior líder, Luiz
Inácio Lula da Silva. Esse cidadão foi eleito Presidente da República, ficando
no comando do País de 2003/2011, tendo indicado a sua sucessora, 2011/2016,
sendo cassada como Presidente, dando um final infeliz para a história política
brasileira.
Todo ganho que o
trabalhador teve durante 16 anos de desgoverno petista, não foi suficiente para
cobrir os desmandos e falcatruas desse período, por conta de uma malta
mentirosa, que em nome do povo, praticou todo tipo de atrocidade e descalabro
contra o erário e honra do Brasil, tendo, inclusive, praticado o estupro
coletivo na dignidade da nossa Pátria Mãe, verdadeiros incautos da honradez
humana. Os sindicatos que patrocinavam com apoio político caíram junto com o
Governo, no poço da lama dos desventurados políticos e partidos.
O final de história
é, até o momento, temos uma quadrilha formada por um ex-presidente da República,
recolhido à prisão junto com ex-ministros, assessores e empresários, com
resíduos da corrupção, condenados e proibidos do exercício político, civil e
criminalmente, para vergonha daqueles que faziam parte de uma classe e não
foram envolvidos na teia de aranha formada para o benefício próprio, quando a
finalidade era servir o público, como determina a Lei.
Nesse intervalo,
enquanto a Justiça defina o tamanho das culpas e os culpados, em definitivo, o
primeiro de maio fica prejudicado, e os verdadeiros trabalhadores honestos e
sem máculas ficam pasmos e inertes esperando que essa nuvem negra da nossa
história republicana seja realmente passageira e tome o rumo da insolência, e
nos proporcione o prazer da ausência desses meliantes incontestes pirrônicos.
Genival Torres
Dantas
Poeta e Escritor
genivaldantas.com.br
A esbórnia do balacobaco nunca foi do Sargentelli
Reviewed by Clemildo Brunet
on
5/04/2019 07:02:00 AM
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