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A história não é como querem, mas como de fato ela foi feita

 

Genival Torres Dantas*

A história política brasileira esteve sempre marcada por dramas surgidas dentro do próprio país ou vindas do exterior, caso específico dos anos do final do século XVlll e início do século de XlX. Final da primeira grande guerra e período da pandemia provocada pela gripe espanhola, o então presidente eleito, dois mandatos, 1902/1906 e 1918/1922, Francisco de Paula Rodrigues Alves, faleceu antes de assumir o cargo pela segunda vez, em 16/01/1919, vitimado pela gripe espanhola.

Em função desse fato assume o vice-presidente eleito Delfim Moreira da Costa Ribeiro, impossibilitado de assumir a cargo em definitivo foi marcada novas eleições.

Concorrem às eleições: Rui Barbosa de Oliveira, baiano, fundador da Academia Brasileira de Letras, reconhecido como polímata brasileiro, Águia de Haia, Jurista, ministro da fazenda, diplomata e senador; Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa, paraibano, promotor público, secretário-geral do governo da Paraíba, deputado federal, ministro da justiça, ministro do Supremo Tribunal de Justiça, senador da República e eleito presidente da República em 13 de abril de 1919, assumindo o mandato em 28 de julho do mesmo ano.

A vitória de Epitácio Pessoa sobre Rui Barbosa ficou marcada pela forma como aconteceu, o candidato estava fora do país em missão diplomática, foi escolhido pelo seu partido para concorrer ao cargo de presidente da República, tendo permanecido todo o período da campanha no exterior, mesmo assim superou seu experiente adversário, ficando registrado na história das Democracias Republicanas como um fato isolado.

Decorridos 100 anos, depois de passarmos por muitas histórias, na sequência desse fato pitoresco, levaríamos muito tempo escrevendo uma trilogia para contarmos as sagas da história política da nossa República. Para encurtarmos a história, aqui estamos acompanhando a história de um presidente da República, reconhecidamente um populista, ex-integrante do baixo clero da Câmara dos deputados, por 27 anos, considerado o candidato azarão, desacreditado por tudo e por todos e eleito sem investimentos financeiros.

Depois de fazer o primeiro ano de governo no mínimo sofrível, sendo atacado pela oposição e o Congresso Nacional, até mesmo o Supremo Tribunal Federal lhe acossando, interferindo nas suas ações, interpretando-as ilegais, ou inconstitucionais; com toda imprensa esquerdista do país no seu encalce e atuando de uma forma nada republicana. Para completar o quadro fomos alcançados pela pandemia do Coronavírus, jogando Brasil numa crise governamental, financeira, sanitária e política nunca vista em nosso país.

No final dessa última, 14/08, semana aconteceu uma situação inusitada, quando todos condenavam o presidente Bolsonaro de todos os adjetivos pejorativos que alguém possa ser classificado, sai uma pesquisa na imprensa, Instituto Datafolha, dando conta que esse é o melhor momento do Bolsonaro no governo, com aprovação de 37%, por parte dos entrevistados considerando sua administração ótima e 28% como razoável, quando somamos os dois números verificamos que o resultado é de 65%, ou seja, dois terços da população, fiando a outra parte com pontuação negativa.

Considerando o atual momento quando há uma forte pressão do judiciário sobre a família Bolsonaro, filhos do presidente, e até mesmo com suspeita de depósitos em conta corrente da esposa do presidente, Michele Bolsonaro, com origem em pessoas ligadas ao Poder Legislativa do Rio de Janeiro, com menção ao famoso caso da rachadinha, processo em andamento. Mais ainda, a péssima condução do Bolsonaro nas ações do Coronavírus, é de ficar pasmo com o resultado da pesquisa.

Temos duas avaliações, a imprensa definitivamente virou torcedor do Bolsonarismo, ou realmente, Jair Messias Bolsonaro é um fenômeno político, sem ficar sujeito às intempéries que a vida política oferece ao homem, enquanto pessoa pública. O político Bolsonaro não estava conseguindo montar seu partido, que ele tanto desejava, Aliança pelo Brasil, entretanto, há uma série de partidos pequenos lhe oferecendo guarida em suas fileiras, claro, objetivando as eleições de 2022.

Isso prova que a política é cada vez mais relativa, não podemos julgar que alguém esteja por baixo e sem condições de reação até os resultados finais das enquetes ou eleições. O que ficou ruim para os adversários do presidente Bolsonaro é que os resultados positivos obtidos pelo presidente é que tudo isso aconteceu depois de uma sequência de fatos negativos ocorridos na vida dele.

Afirmam os adversários mais raivosos, esses números são resultados ainda da transposição do Rio São Francisco, obra do Lula, esse caso é bom que se diga, trata-se de uma ideia, ainda de Dom Pedro ll, ele queria vender as joias da coroa para viabilizar esse projeto; ainda, o sucesso é fruto dos R$ 600, correspondentes ao auxílio emergencial, se assim for, como ficará a situação do Bolsonaro depois da substituição do Bolsa Família por um novo projeto de alcance mais abrangente e reforçado no seu poder aquisitivo. É só esperar para vermos como ficará!

Genival Dantas
*Poeta, Escritor e Jornalista
genivaldantasrp@gmail.com

A história não é como querem, mas como de fato ela foi feita A história não é como querem, mas como de fato ela foi feita Reviewed by Clemildo Brunet on 8/18/2020 10:40:00 AM Rating: 5

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